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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Vejam só a conversinha de fazer vento do deputado Ivar Pavan


Como o personagem Zeca Diabo, do Dias Gomes: - Sim, não, sim, não, não, sim, não, não, não, sim...

29ª Sessão Ordinária, terça-feira, 27 de abril de 2010

O SR. IVAR PAVAN (PT) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo as demais pessoas que nos acompanham nesta discussão.

Primeiro, queria registrar que tenho pleno acordo com os critérios que foram defendidos aqui pelos deputados Adão Villaverde e Elvino Bohn Gass de que precisamos, nesta Casa, estabelecer um regramento que possa deixar preciso para todos como será o método da indicação dos futuros conselheiros do Tribunal de Contas.

Concordo com a fala do deputado Paulo Odone, da importância de ter critérios. O critério de as quatro maiores bancadas presidirem a Casa valoriza o resultado das urnas. Esse foi o entendimento.

Entretanto, estamos solicitando uma mesa para debater o tema do estabelecimento de critérios, que podem ser modificados. Se acharmos que há um critério mais justo, vamos adotá-lo, para o interesse da sociedade. Temos acordo com isso.

Com relação ao deputado Iradir Pietroski, talvez nesta Casa ninguém tenha feito um embate tão longo de disputa regional como eu e S. Exa. na Região do Alto Uruguai – e isso por muitas eleições. Por muitos anos fizemos debates tensos e outros mais amenos, mas foi uma permanente disputa entre dois parlamentares de partidos diferentes, normalmente um no governo e outro na oposição, e sempre fazíamos democraticamente uma grande disputa.

A nossa bancada tomou a posição de abster-se da votação, por conta de uma postura de aguardar que se tenha um critério mais transparente, numa forma de registrar a sua posição.

Solicitei ao líder da bancada que me autorizasse não a divergir dessa posição, mas a votar favoravelmente à indicação do deputado Iradir Pietroski, pois a nossa Região do Alto Uruguai se sente valorizada com a indicação de um cidadão de lá para ser um conselheiro do Tribunal de Contas. Já tivemos no passado, não temos mais.

Dessa forma, enquanto deputado da região, até por ser de outro partido e pelo fato de as lideranças políticas do meu partido acharem oportuno e adequado que eu votasse a favor do interesse da região de ser contemplada com esse cargo, com esse espaço no Tribunal de Contas, pedi autorização para o líder da minha bancada e vou manifestar meu voto favorável à indicação do deputado Iradir Pietroski, mas concordando com os critérios que a bancada estabeleceu da necessidade e urgência de estabelecer-se um regramento para a indicação dos futuros conselheiros. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

Discurso pescado no portal web da Assembleia Legislativa/RS. Grifo nosso.

.............................

Pavan insiste em repetir que pediu autorização para o líder da sua bancada, o PT.

Com o punhal na mão, decidido a trair, o deputado Pavan foi pedir "autorização" para o seu líder de bancada.

Como se a "autorização" aludida fosse uma espécie de anistia prévia para o que ele estava prestes a perpetrar.

Pavan queria uma licença para trair. E traiu. Licença para cancelar a ética na política - só por um instante - e traiu.

Traiu cravando um punhal na sua própria biografia.

12 comentários:

gustavo disse...

que significa "espaço no Tribunal de Contas"?

como assim?

o João Luiz Vargas também tinha um "espaço no Tribunal de Contas".

Nós sabemos pra quê

Hermes Vargas dos Santos disse...

A biografia política desse deputado não é tão boa assim - iniciou na finada ARENA. Nessa votação para o tribunal "faz de conta" ele deve teve uma recaída feia, voltou a raciocinar como um arenista. Desde quando o TCE é isntância de representação política? Por último, essa "traição" decorre, na verdade, de uma decisão política equivocada do próprio PT - de aceitar o atual processo de indicação desde que, é claro, também tivesse o direito de participar do "rodízio", do festim. Deu nisso aí ...

zé bronquinha disse...

O Ivar é um sujeito sério e honesto. Não obstante o fato de ter acumulado experiência política pelas várias legislaturas que esteve presente, incluindo a presidência da ALERGS, quem sabe esse seu voto ao Polaco represente o coroamento destas experiências, que o levou a fazer esta grande e fedorenta "cagada". Pior, me parece duas coisas aconteceram que mexeu com ele:Primeiro a presidência da ALERGS QUE o fez tomar gosto pela tradicional política. Segundo, a existência de um possível acordo para amealhar os votos que seria deste futuro Sapienete Conselheiro. do TCE.

Ary disse...

Ivar enlouqueceu! Quer dizer que a região está representada no TCE? O que isso significa para o emaranhado de neurônios do deputado Pavan? O que significa a expressão "estar representada"? A que isso leva? Deduzo: o hábito da fala parlamentar produziu uma expressão "prá lamentar". Ou espera algum retorno?

José Renato Moura disse...

Pelo que dá para entender do texto, parece que o Pavan queria mesmo é evitar futuras disputas eleitorais com o cara. Ter um adversário e menos no "Alto Uruguais". Se for isso, é isso que parece.

Jean Scharlau disse...

Par lamentável, como diz o Aldir Blanc.

E "a nossa bancada tomou a posição de abster-se da votação", significa o quê? Que o PT ficou com tantas dúvidas e por tanto tempo que teve paralisadas suas faculdades de livre arbítrio e capacidade votativa?

"Parlamentáveis!"

Anônimo disse...

Vai ver o Pavan quer ir a Prefeito em alguma cidade daquela região e quer o alvará do TCE para roubar.

elektrofossile disse...

O Parlamento, na chamada Democracia, é necessário. Um Órgão de tomada de contas é interessante e fundamental, nessa mesma Democracia.

Agora ... as regras vigentes na nossa atual Democracia são muito cucurbitáceas.

Reforma, JÁ! Política, Fiscal, Agrária, Petrolífera, ... TODAS

se liguem!


ou ... Revolução (que tal?)

Carlos Eduardo da Maia disse...

Nessa estou com vocês. Acho absurdo as indicações do governo Yeda ao Tribunal de Contas. Deveria haver uma lei de que ex deputado não poderia compor o TCE.

Nelson Antônio Fazenda disse...

Bem, vejamos o que significa seguir a toada do nobre deputado Pavan:
Nas eleições de outubro próximo, se for constatado que o candidato que eu escolhi não terá chance alguma de ser eleito, eu deverei votar em qualquer lorpa que aparecer (com potencial de fazer votação suficiente) só para que a minha cidade ou região tenha um representante na AL ou no Congresso Nacional.

Deprimente.

Mauricio Dorneles disse...

Me desculpe mas não considero traição, uma vez que a própria bancada do PT, que se diz contra a indicação na forma que ocorre, se absteve. Ora se é contra deveria ter votado contra, e convidado, ou convecido, seus aliados a também votarem contra. Abster-se não é sinal de não concordância, e sim de subserviência. Estão todos os grãos da farinha no mesmo saco. esses que votaram a favor, e os que se abstiveram podem saber desde já, vou me abster de votar neles. Vamos colocar outras pessoas, que quem sabe façam diferente, pois essas figurinhas carimbadas estão envergonhando todos os partidos com seus joguinhos de cena. Não me enganam mais.

Mauricio Dorneles disse...

Me desculpe mas não considero traição, uma vez que a própria bancada do PT, que se diz contra a indicação na forma que ocorre, se absteve. Ora se é contra deveria ter votado contra, e convidado, ou convecido, seus aliados a também votarem contra. Abster-se não é sinal de não concordância, e sim de subserviência. Estão todos os grãos da farinha no mesmo saco. esses que votaram a favor, e os que se abstiveram podem saber desde já, vou me abster de votar neles. Vamos colocar outras pessoas, que quem sabe façam diferente, pois essas figurinhas carimbadas estão envergonhando todos os partidos com seus joguinhos de cena. Não me enganam mais.

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