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quinta-feira, 4 de junho de 2009

GM: o braço de um polvo não anda sozinho


Analistas de mercado duvidam da autonomia da montadora no Brasil

Apesar da tentativa da General Motors do Brasil de desvincular suas operações no País da concordata da matriz americana, analistas do mercado não estão convencidos de que a subsidiária tem autonomia para decidir sobre a remessa ou não de lucros ao país sede e nem tecnologia e verba para desenvolver um projeto completo de um novo carro. Também há dúvidas em relação à capacidade de investimento da empresa. A informação é do Estadão, de hoje.

Ainda há muita incerteza jurídica em relação ao processo de concordata da GM e o impacto que pode ter na filial brasileira, afirmou o diretor da RC Consultores, Fabio Silveira. A primeira dúvida, diz, é em relação a quem a filial responde atualmente, pois a nova empresa não tem um responsável oficial, que deverá ser nomeado após assembleia de acionistas.

Para Silveira, "não se sabe ainda sequer onde será a sede da empresa, em Detroit ou Washington". Em afirma que toda a área de pesquisa e desenvolvimento está vinculada à GM dos EUA. Isso inclui, por exemplo, o desenvolvimento de novas matérias-primas. Além disso, o custo de um desenvolvimento é muito alto e necessita de escala para ser viável.

"Um braço de um polvo não anda sozinho", afirmou Silveira, ao questionar as declarações de dependência financeira e tecnológica anunciada pelo presidente da GM do Brasil, Jaime Ardila, na terça-feira.

O executivo afirmou que, este ano, a filial não enviará nem receberá ajuda financeira da matriz. Ressaltou ainda que a unidade local tem capacidade de bancar investimento de US$ 1 bilhão previsto para completar um programa de renovação de sua linha de carros até 2012.

A GM explicou que os investimentos normalmente são feitos em etapas e, ao longo do período, é possível gerar caixa. Outra alternativa é recorrer a empréstimos bancários e a programas como o do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Fontes do mercado informaram que a montadora apresentou um pedido de R$ 400 milhões ao banco. O BNDES apenas comunicou que avalia pedidos da GM, sem revelar valores.

A GM do Brasil ficará em situação melhor, mas não independente da matriz, acredita Thomas Felsberg, do Felsberg & Associados, escritório de advocacia especializado em recuperação judicial. Ele lembrou que, ao permanecer com a nova GM - que nasce enxuta e com poucas dívidas - a unidade brasileira "deverá voltar à normalidade dos negócios, pois certamente na situação anterior muitos projetos foram cortados."

Felsberg também acredita que a subsidiária local precisa da tecnologia da matriz e que, num determinado momento, precisará remeter porcentual de seus lucros aos novos acionistas e investidores, embora não terá de "cobrir parte do buraco da velha GM."

Para o vice-presidente do Conselho de Administração do Instituto dos Executivos Financeiros (Ibef), Keyler Carvalho Rocha, a remessa ou não de lucros da filial brasileira é uma decisão dos novos controladores.

"É até possível e provável que decidam manter o dinheiro para investimentos locais, mas, por enquanto, não há certeza de nada", disse Rocha. Segundo ele, ainda que a situação de caixa da filial seja boa, a concordata gera incertezas para o planejamento no longo prazo.

Felsberg não vê barreiras legais para que o BNDES faça empréstimos à GM. "Legalmente não há problemas, só se alguma norma do banco impedir."

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Vejo que o jornal ZH terá que reformar a matéria de segunda-feira, ao estampar um delírio da governadora Yeda, quando esta informava ter garantias absolutas de preservação da unidade da GM no RS.

9 comentários:

Jean Scharlau disse...

"Outra alternativa é recorrer a empréstimos bancários e a programas como o do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)."

O interesse deles pode ser só esse.

Devemos dizer: - Só com garantia formal, Juvenal! Do governo dos Estados Unidos da América Concordatária. Só se Obama hipotecar sua casa e seu Air Force Uan pra garantir o empréstimo.

edu disse...

O Rio Grande do Sul ja abilitou os seus 1 BILHAO DE REAIS,na falencia da GM????


Ponto positivo:

o nome nao precisara mudar continuara GM , ou seja,'Government Motors'...

Ponto negativo:

Rio Grande do Sul tem 1 bilhao de reais pra receber em emprestimos...(da ondeee!!! Podemos caçar o salario de brito, rigoto e yeda, do bigode nao pq ele fez um otimo trabalho).

A nova GM sera controlada:

72% pelo tesouro americano;
17,5% pelo fundo Verba(Sindicato United Auto Worker);
10% credores (o Rio Grande do Sul ja se abilitou na falencia???(repetir para gravar));

O percentual do credores pode subir para mais 15%, exercitaveis ao atingir de determinados niveis de capitalizaçao.

Francisco Goulart disse...

Espero que Yeda e Lula façam como Obama: comprem 60% das ações da GM do Brasil.

edu disse...

O sabio Olivio ja dizia 10 anos atras:

"Apreciamos que montadoras de eutomoveis se instalem no Rio Grande, e até temos incentivos para elas, mas nao podemos oferecer os recursos que farao falta à saude, educaçao, segurança às pequenas e médias empresas".

"As montadoras sao o 35° ramo gerador de emprego e renda, muito antes vem a agropecuaria, construçao civil e pequenas e médias empresas".

Que saudade daqueles dias...

Anônimo disse...

O Olívio foi um ponto de equilíbrio e exatamente por isso foi tão torpedeado pelos turbo-narco-cheirados-capitalistas que não sabem se virar sem dindin do governo.
Pior é a chusma de babacas, imensa maioria de ineptos políticos e desfuncionais, que se intitulam neo-liberais, acham o Estado e tudo que cheira a governo o fim da picada e quando GM, Ford e Aracruz fazem olhões de cachorro pidão querem que se tire do caixa para fazer o capitalismo de faz-de-contas funcionar.
Chega !
O sujeito para ser neo-libertal de carteirinha, honrar seus neurônios, tem de adotar a filosofia da separação entre Empresa e Estado.
Negócios, negócios, política de Estado à parte.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Olívio é um cara que avista apenas o arbusto e é incapaz, por cegueira ideológica, de enxergar toda a floresta que está atrás dele. Por isso ele entrou no Banrisul como escriturário e saiu como escriturário. Foi sempre um mediocre. Dizer que uma montadora é o 35º ramo da economia que gera empregos é desconhecer a capacidade de empreendimentos diretos e indiretos. A geração de empregos não diz respeito ao pessoal da fábrica, diz também a toda a cadeia que gravita em volta, às empresas fornecedoras de matéria prima e mão de obra, aos serviços prestados, aos serviços terceirizados, à circulação de capital que empurra a
economia da cidade como ocorreu em Gravataí. Como se disse uma época:
Antônio Britto trouxe a GM ao Estado.Rigotto fez duplicar a montadora.O que Olívio fez?
Olívio impediu a concorrência da Ford.

ClaIrton disse...

Pergunto-me: quem( na liguagem rebessiana, consumidor) terá coragem de adentrar uma concessionária GM e adquirir um automóvel de uma empresa falida? Empresa que faliu justamente por produzir automóveis obsoletos e antieconômicos, verdadeiras "carroças". Alíás, a única coisa aceitável do Collor foi a sua declaração de que no Brasil a indústria do automóvel só produzia "carroças". A GM aproveitou-se dos anos de fantasia neoliberal para esconder sua ineficiência, bastou o mundo cair na real para que o castelo de cartas que era a GM vir abaixo. O "deus mercado" e seus adoradores detestam empresas falidas e ineficientes. Como é que fica a GM agora?

Anônimo disse...

Quando o Maia sair da fase anal, vai deixar de falar mal do Bigode.

Claudio Dode

Anônimo disse...

"Foi sempre um mediocre": e esse é o caráter do nosso personagem, o Maia: um caráter "mediocre"... rsss

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