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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Pedido de solidariedade à Educação Pública no RS


Ouçam a nossa voz!

Nós, professoras e professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental Porto Alegre, localizada em Porto Alegre, Morro Santana, que atendemos 800 alunos – em sua grande maioria carentes – da educação infantil à oitava série do ensino fundamental, resolvemos abrir nosso coração e dividir com vocês algumas coisas que muito têm nos incomodado com relação aos (des) caminhos da Educação do RS.

Através deste documento, gostaríamos de tornar públicos nossos sentimentos em relação às mudanças que estão sendo veiculadas sobre nosso Plano de Carreira. Essas mudanças, do nosso ponto de vista, não têm por objetivo a melhoria da Educação Pública do RS, e sim, de transformar a escola em uma empresa. O objetivo de uma empresa é gerar lucros. O objetivo de uma escola pública é gerar cidadãos conscientes, capazes de interferir em suas realidades para transformar o mundo em um local mais fraterno, justo e humano. Isso não pode ser medido com números e índices de pesquisas.

Queremos manifestar nossa indignação não apenas com nosso baixo salário, pois este fato já é bastante conhecido do público em geral. Estamos indignados com a falta de respeito com que somos tratados por este governo, representado pela Secretária de Educação do RS e seus cargos de confiança. Em reuniões, jornais, televisão, rádio, eventos, etc, somos achincalhados, humilhados, chamados de acomodados, de preguiçosos, de estagnados, somos mostrados como “um peso” no orçamento estadual, nossas aulas são chamadas de “medíocres”, nossa formação é colocada como insuficiente. Em entrevista para a imprensa, a secretária declarou que “merecemos apanhar dos alunos” simplesmente pelo fato de reclamarmos nossos direitos cada vez que sentimos que eles estão sendo atacados e por sermos uma categoria organizada. Há anos lutamos pela Educação. É graças ao nosso esforço – e somente a ele – que o Rio Grande do Sul ainda tem os melhores índices de Educação do país.

Enquanto o governo corta investimentos em educação, descumprindo a lei de aplicar 35% do orçamento do Estado em Educação Pública, nós continuamos acreditando no aluno e trabalhando.
Nossa escola mantém projetos como: “Navegar é preciso, nas ondas da Língua Portuguesa”, um projeto interdisciplinar sobre a Reforma Ortográfica. Desde 2000, realizamos atividades dentro do “Projeto Consciência Negra” durante todo o último trimestre. Há anos mantemos o projeto “Idade Média na História, na Literatura e no cinema”, e “Mitos e Heróis Gregos”. Este ano, estamos organizando o projeto “Educando para a Cidadania”, envolvendo os professores de Ensino Religioso. Temos diversos projetos na Educação Infantil e anos iniciais. As fotos e os projetos na íntegra estão em nosso blog (http://escolaportoalegre.blogspot.com) .

Sempre mantivemos reuniões pedagógicas, atendimento aos pais, gincanas culturais e esportivas, passeios culturais e de lazer, palestras e oficinas para a comunidade entre outras atividades. Investimos na apresentação e auto-estima dos alunos, promovendo recolhimento de roupas e calçados, livros paradidáticos, material escolar. Fazemos questão de organizar as formaturas dos alunos da Educação Infantil e da oitava série, celebrando-as como momentos únicos e um ritos de passagem fundamentais em nossa escola. Com todo esse trabalho e investimento pessoal do corpo docente, percebemos a mudança de postura e o crescimento de nossos alunos como pessoas e cidadãos.

Não gostaríamos de perder todas essas conquistas históricas e as vitórias que já alcançamos com nossa comunidade. Em nossa escola, temos uma marca muito forte de profissionalismo e compromisso. Buscamos formação permanentemente, levamos a sério nossas reuniões e projetos, vemos nosso papel como central na comunidade onde estamos inseridos. Porém, ultimamente, esse sentimento vem mudando... Nosso dia-a-dia tem sido tomado por colegas desestimulados, entristecidos, precarizados, buscando advogados para garantir seus direitos mínimos. Nunca ouvimos tanto a palavra “exoneração”, “cansaço”, “doença”, “dores”. Há colegas buscando ânimo até em medicamentos, travando uma luta pessoal contra o próprio desânimo e baixa auto-estima.

Pedimos sua ajuda para que esta situação não se torne ainda mais grave. Queremos ser ouvidos e respeitados, pois a grande maioria de vocês, nossos interlocutores, passou pela escola pública como educandos ou como educadores.

Pedimos que divulguem esse documento, repassem, deem sugestões e nos ajudem a encontrar saídas, lutando ao nosso lado.

ASSINADO: Professores da Escola de Ensino Fundamental Porto Alegre

15 comentários:

Anônimo disse...

O que se quer dos professores e nós a população como um todo (tirando os fanáticos do PT infiltrados no CEPRS)apoiamos, é que professores recebam por produtividades sim. Chega de quatro meses de férias. Chega de professor faltar às aulas até mesmo porque seu cachorrinho vira-latas está doente. Chega de professores que não tem condições nenhuma de ministrar aulas. Chega de paralizações sem pé nem cabeça atormentando a todos só para satisfazer partidos políticos interessados no poder. Até concordo que professor deva receber mais, muito mais, mas que se trabalhe para isso. Qual professor não conhece em sua escola professores que não cumprem sua carga horária? Qual professor não conhece professores encostadas sem motivo algum, inclusive exercendo outras atividades? Qual escola cumpre sua carga horária? Meu filho está numa escola do Estado à noite nunca tem aula até o horário contratado. Dispensam as aulas por qualquer porcaria. A Lei de mercado é clara - trabalho é igual remuneração. Qualquer falcatrua é custo e custo significa que mais gente vai participar da repartição do montante diminuindo a cota de cada um. Menos gente faznedo mais = mais grana e condições para cada um. Sei que vai aparecer um boi corneta dizendo que educação não é mercadoria e blá, blá, blá. Só que, como mercadoria na iniciativa privada a coisa funciona. Experimente faltar sem motivo na iniciativa proivada para ver se emplaca o próximo semestre?
Pensem nisso Srs. Professores.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Entrei no Blog indicado no post e parece que tudo anda bonitinho na escola. Todos sorridentes, aprendendo e ensinando. O post é de uma demagogia absoluta. Dizem que o governo do RS quer transformar a escola numa empresa. Isso é mentira. Escola não é empresa e nem deve ser empresa. Ninguém defende isso. O que não se pode conceber é manter um PCS de 1974, que engessa qualquer relação de gestão. Qualquer gestor público de qualquer partido político necessita, para bem administrar, ter o controle e a autoridade sobre os seus subordinados. O PCS atual, que o CPERS não admite nem discutir, impede essa necessária relação de controle e autoridade que o gestor tem que ter sobre a educação. O CPERS trata a educação pública como se ela estivesse ótima, como se não necessitasse qualquer tipo de mudança, porque não quer mudar as estruturas do ensino no RS. O ENEM -- que mostra a distância imensa entre ensino público e privado neste país -- é a demonstração cabal de que o ensino público deve sofrer sim mudanças revolucionárias. Mas isso a direção do CPERS, comandada por uma reaça, não quer nem saber de discutir.

Anônimo disse...

Vamos discutir a Pedagogia do Contêiner....

O CEPRS tem mais o que fazer pela cidadania do que ficar batebndo boca com esta gorda histérica e a tresloucada da chefa dela.

O ensino no Rio Grande que sempre foi o orgulho dos gauchos passou a ser vergonha. Por obra da sem-vergonha.

Que as escolas públicas não vão se tornar negócio não vão mesmo. O que elas querem é arrumar um negócinho.

Anônimo disse...

O ensino público orgulho do Rio Grande?
Bebeu óleo de rícino cara-pálida.

André F. disse...

HAHAHAHAHAHAHA!!!! ANÔNIMO DAS 9:49(PORQUE VOCÊS NÃO ASSINAM O LIXO QUE ESCREVEM!?)Gente como tú e o Carlos Eduardo da MEIA são execráveis!...(...Pobre de teu filho!!!)

Anônimo disse...

Esse abnônimo das 09:49 merecia era ser professor.
É fácil subir numa banquetinha de cozinha e soltar, de pantufas e chinelo, esse discurso que ele aplica na empregada dele.
E depois vem escrever cretinices sem ser professor.
Lhe ocorreu porventura, por meio dessa lei de mercado, que ninguém mais competente cogita em ser professor?
Quem gente boa, filha de professora, agora é médica, advogada ou juíza ? Que as vocações rareiam e saem das faculdades gente mal formada e mal preparada ?
Esse mercadista acha que pagando merrequinha vai ter gente inteligente para dar aula para o filho dele ?
Esse mercadista de cérebro de passarinho acha que professor se pode formar, selecionar e ameaçar feito faxineira.
Bebeu todas e vem jogar o discurso para empregada aqui no blog.
Que vá ele mesmo dar aula se tem qualificação e é masoquista !!

André F. disse...

MAS... NA MOSCA Anônimo das 15:32!!! APENAS ESSAS ASNEIRAS NÃO SÃO IDÉIAS DÊLE POIS ESSA GENTE NÃO PENSA!

Anônimo disse...

( Esse mercadista acha que pagando merrequinha vai ter gente inteligente para dar aula para o filho dele ? )
Sou obrigado a concordar com o raciocínio desse anônimo aí de cima. Deixar um partido político tomar conta da classe tal como ocorre com o CEPRS, não pode ser coisa de gente inteligente. Ainda mais se tratando do PT. Cruzes!!!!!!!!
Com certeza, vultosos salários ajudariam a classe a pensar melhor e não se filiar a essa gente, nem andar a tira-colo com MSTs da vida em passeatas ideológicas idiotas.
Parabéns pelo seu raciocínio. Não é professor né?

Anônimo disse...

O pior eh quando dizem que aquilo que o Marx falava no Capital, sobre a precarizacao da vida do proletario, nao eh verdade. Pode nao ser verdade pra muitas categorias, mas pros brigadianos e pros professores eh. E a partir dae, a gente pode tirar algumas conclusoes...

Luis disse...

O(a) Palhaço(a) travestido(a) de Anônimo, das 9h49min acima, só pode ser a própria Yeda ou a Dona Marisa. Pois defender uma reforma desta só pode ser coisa de demagogo. Aumentar em 149% seu salário e em quase 80% o dos secretários é coisa de gente séria, que quer mudança. Realmente a hipocresia está no Piratini e na cabeça de seus defensores. Se esse (des)governo fosse receber por produtividade estaria negativo no banco, como a maioria dos profesores e demais servidores deste Estado. A mudança deveria ocorrer no Palácio, ou seja, a dona Governadora pedir as contas e voltar para Sao Paulo, ficar lá com o tio Serra ou para Minas Gerais, com o Aécio. . . Se o salário de professora é tão estimulante, porque a dona Marisa abandonou o magistério para assessorar os falcatruas de Brasilia?? Porque será que fez concurso para assessora??? Porque fazia parte do CEPRS em outros tempos? Como conseguiu tempo para estudar para tal concurso em Brasilia? Agora cospe no prato que comeu. Quer mudança, mas não faz mais parte do quadro do Magistério Estadual. Menos mal que falta pouco pra esses colas peladas abandonarem esse governo, que tá afundado em corrupção e gente como esse anônimo não enxerga. . Perdem de ficar calados.

Alice disse...

É inacreditável que uma secretária de educação que fez tal declaração continue no cargo.
É inacreditável o nível de incompletudes que atinge o desgoverno no RS.
Apesar desses tempos sombrios aqui no Estado do Rs, elles vão passar,mas, somente com o trabalho intenso e persistente de todos os educadores. Sabemos que o educador nunca tira férias, pois, ele está o tempo todo de sua vida, a estudar, a pesquisar, a buscar novos conhecimentos, novas teorias e novos métodos, sempre em vista de qualificar a vida social e ambiental no mundo.

Anônimo disse...

Parabéns aos professores desta escola. Na escola em que trabalho sou contratado, e não posso reclamar de nada, pois corro o risco de perder meu contrato. Aliás, na minha escola, quase todos professores são contratados, não podem fazer greve e tem de baixar a cabeça em relação as barbaridades desse governo.

Esse governo não quis prorrogar o concurso de 2005, do qual chamou menos de 5% dos aprovados, e não fez outro concurso para substítuí-lo. Há 5 anos todos os professores que ingressam no magistério estadual são contratados!!!

Anônimo disse...

Não conta piada Alice.
Professora Estadual não corrige sequer prova em casa. Tenho professora na família, colega de trabalho e até mesmo amiga neste ramo.
Se der um cursinho de paerfeiçoamento em um sábado, parece que o mundo vai cair.

Alice disse...

Anônimos, em especial das 09:13 hs.
Estás a refletir o teu meio ambiental.
O que para mim é Filosofia da Educação, para o Senhor é piada. Questões como essas fazem diferença no modo de ver as configurações da sociedade.

Anônimo disse...

"Não conta piada Alice.
Professora Estadual não corrige sequer prova em casa. Tenho professora na família, colega de trabalho e até mesmo amiga neste ramo.
Se der um cursinho de paerfeiçoamento em um sábado, parece que o mundo vai cair."

Meu caro, com certeza essa gente que tu diz conhecer há muito já estão desmotivadas com o trabalho, fruto de uma má política em educação!
Pode ter certeza que a maioria dos professores "encara" essa carreira não por dinheiro, mas sim por idealismo, em sonhar com uma sociedade futura repleta de sujeitos críticos capazes de tranformar o mundo para melhor, e quem sabe, livre de asnos como tu.

Sou professor e entro madrugadas adentro preparando aulas e provas, corrigindo trabalhos e exercicíos, fechando notas e ainda, pesquisando em livros e na internet. Qual a retribuição? Dos r$ 1.200 (brutos) do contracheque, pouco mais de 900 reais, mais o risco de agressão, quando não por alunos e pais, pela secretária e por imbecis que defendem essa política mediocre que governa o Estado.

Medíocre o governo e seus seguidores. Medíocre a oposição, impotente para por fim aos desmandos.

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