A contra-revolução não será televisionada
A RBS quer monetizar o debate interno no PT de Porto Alegre sobre a escolha de candidato à Prefeitura Municipal. Quer fazer um programa de rádio ou tevê onde os pré-candidatos petistas – Rosário e Rossetto – trabalhem para garantir níveis de audiência compatíveis com as planilhas comerciais da empresa. Um programa com custos de produção próximo do zero e que garanta às emissoras da RBS uma confortável posição na largada da corrida comercial pelos anunciantes de um produto midiático chamado “Eleições
Com a chegada ano passado do grupo Record ao RS, através da aquisição do patrimônio Caldas Júnior/Renato Ribeiro, a disputa comercial pelas verbas publicitárias das empresas anunciantes tornou-se bem mais acirrada no Estado, e o produto “eleições” é um fator de crescimento de audiência, uma chance de incremento no faturamento e, sobretudo, a busca por uma posição confortável no reposicionamento das chamadas marcas midiáticas no mercado regional.
Neste sentido, as eleições internas petistas assumem um caráter quase estratégico na concorrência inter-empresarial-midiática.
Como havia uma determinação expressa (e correta) da direção metropolitana do PT orientando os pré-candidatos a não participarem de debates públicos com cobertura da mídia, a RBS tratou de escalar um jornalista do seu quadro de celetistas, Paulo Santana, para provocar uma situação de política do fato consumado e assim dissolver a resistência petista, mediante argumentos apelativos de democracia, debate livre a aberto, e até o astucioso recurso de indagar se “o PT é uma sociedade secreta que sonega ao público porto-alegrense o que pensa sobre a cidade e o que vai fazer com ela?”.
Paulo Santana, a mando da Diretoria Comercial da RBS, colocou uma faca no pescoço do PT: ou debate ou morre! É isso que ele pretendeu fazer ontem na sua croniqueta de última página,
Nós também queremos saber algumas coisas. Por exemplo, como foi mesmo a articulação política que projetou e construiu esse pacote bombástico chamado Yeda Rorato Crusius para o Estado do Rio Grande do Sul? Criaram isso à socapa, na calada da noite, e nada foi debatido, nada foi televisionado, nada foi objeto de programa midiático da RBS.
Nós queremos saber. O que se comentou na época, meados de 2006, é que aconteceu uma vasta reunião no recinto da Fiergs onde compareceram as chamadas “forças vivas” da economia guasca, a saber: dirigentes de sindicatos patronais de todo o Estado, dirigentes da média e grande indústria, das multis, da construção civil, do agronegócio, dos grandes varejistas e, evidentemente, a direção da RBS. A reunião foi necessária porque havia dois candidatos do mesmo campo, Rigotto e Yeda. E o senhor Nelson Sirotsky foi enfático na defesa do nome de Yeda Crusius para governar o Estado, por motivos que ele alinhou e defendeu. O resultado aí está para quem quiser ver e sentir.
Portanto, nós queremos saber. Queremos saber quando a contra-revolução será televisionada?
12 comentários:
Excelente, Cristóvão.
O problema, Cristóvão, é a postura vacilante, para não dizer oportunista, de alguns dirigentes petistas em relação ao grupo RBS: quando lhes convém, fazem visitinhas cordiais para divulgar candidatos em eleições internas; quando não, recusam, corretamente, expor os debates internos aos carniceiros de plantão.
Post sobre isso no PALANQUE DO BLACKÃO.
[]'s,
Hélio
A direção do PT teve uma atitude forte e acertada. Mas é preciso informar que tanto Rosário quanto Rossetto queriam fazer o debate na TVCOM. Por uma dessas é que não irei votar no domingo. Estou cansado de carregar bandeira e servir de escada para esses oportunistas que só querem figurar na RBS.
Cansei de ser bobo. Voto no PT só se o Rossetto vencer domingo, caso contrário farei forfait em 3 de outubro. A mulherada que irá concorrer é só carreirista. Manuela e Luciana passam lambendo o chão da RBS, por um segundo de aparição. Uma coisa vexatória. O Fogaça é o lixo que se sabe. Eu fico sem opção. Só chega oportunista na parada. Onde está a velha combatividade de Poa?
machadinho
Muito bom, companheiro Cristóvão. É isso aí mesmo: mostrar que não temos memória curta - e que não cairemos nas armadilhas da direita midiática e golpista.
Abraço,
Júlio Garcia
ps é o maior (e pior) palpiteiro do rs. e palpite não se discute, qq. idiota dá. o brabo é o pessoal se prestar a adular essa jaguarada imunda da rbs por uns 3 segundos na telinha.
A RBS sinaliza claramente com tudo aquilo q o PT não deve fazer. É o só o partido entender o recado e não fazer. O que eu quero ver mesmo na TVCOM é como essa direita repugnante se aticula, assim, na intimidade, dividindo os lotes do poder, os cargos, os raboas presos.
Se o babão do Paulo Santana ainda ñ sabe ainda quais são as propostas petistas, que se foda, por q eu sei qual é a diferença entre a turma dele e o PT.
Taí a grande oportunidade do PT começar a balizar a sua relação com a mídia ñ fazendo esse debate na TVCOM. Será q o narcisismo falará mais alto?
Eugênio
Eugenio, narcisismo mata.
Narciso, reza a lenda, morreu afogado nas águas do rio onde ele admirava a própria imagem refletida. Ficou tão apaixonado que se descuidou e bum, caiu na água e se afogou.
joca
aliás, podia se afogar e levar junto o lassie merdins, o "canalha das uvas elétricas", e a anta da página 10, seriam três imundícies a menos no mundo.
Pera ai, pera aí. Vamos lembrar o primeiro turno da eleição no RS. Rigotto sempre esteve na frente em todas as pesquisas, seguido de Olívio e Yeda em terceiro. O que aconteceu? o povo unido que jamais será vencido do RS resolveu tirar Olívio do segundo turno e passou a votar em Yeda e Rigotto levou a pior. Não houve orquestração nenhuma. Foi tudo muito espontâneo. É evidente que RBS não apoia Olívio -- até mesmo porque foi o governo que mais processou jornalistas na história do RS - mas dizer que interesses econômicos monolíticos pairam sobre o RS é uma paranóia imensa.
abraços Toia.
esse maia cheira cola!
pensei que o maia como dedo duro confesso fosse mais bem informado,o toia tem razão houve sim a tal reunião estratégica de qual candidato seria o anti-cristo ou anti-pt.e a rbs já apostava as fichas na dona yedinha sim, pois avaliava o rigotto muito fraco
Postar um comentário