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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

domingo, 2 de março de 2008


Dizem

Quando nasci tinha uma faca na mão.
Dizem: é poesia.
Mas peguei na pena, melhor ainda que a faca.
Nasci para ser homem.

Alguém soluça uma felicidade apaixonada.
Dizem: é amor.
Chama-se ao teu seio, simplicidade das lágrimas!
Só contigo eu brinco.

Não recordo nada e também nada esqueço.
Dizem: como é possível?
O que deixo cair mantém-se sobre a terra.
Se não encontro, tu o encontrarás.

A terra me aprisiona, o mar me dilacera.
Dizem: um dia morrerás.
Mas dizem-se tantas coisas a um homem
que nem sequer respondo.

Attila József (1905-1937), poeta húngaro.


Um comentário:

Unknown disse...

Caro Cristóvão:
És o cara mais sensível que conheço. Tuas escolhas de poesias são ótimas. A escolha das ilustrações do blog também indica, ótimo gosto no ramo das artes plásticas.
Parabéns.Continua assim. Estamos precisando.
Um abraço.
Negro velho da montanha. ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,

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