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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quarta-feira, 12 de março de 2008


O violinista Lula

O estilo Lula de governar prevê sempre reuniões com especialistas de fora do governo. O presidente acha que as opiniões de sua equipe podem ser contaminadas por disputas internas, disse um auxiliar. Foi assim, por exemplo, na definição da meta de inflação de 4,5% para 2006. Nesse caso, Lula ouviu até o seu então ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que já foi ministro da Fazenda. A informação está no Estadão, de hoje.

Quando o assunto é reforma tributária, ele costuma ouvir os empresários Jorge Gerdau, do Grupo Gerdau, ou Antônio Ermírio de Moraes, do Votorantim. O presidente da Vale, Roger Agnelli, também é interlocutor freqüente.

A cada dois meses, cabe ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, organizar uma reunião de Lula com economistas de fora do governo. Desse encontro costumam participar Delfim Netto e Luiz Gonzaga Belluzzo. Participam também, eventualmente, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e Luciano Coutinho, presidente do BNDES. Na semana passada, o centro do debate foi efeito do câmbio nas contas externas. Segundo um dos presentes, a análise dos participantes foi convergente, o que facilitou a decisão.

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O curioso é que o presidente Lula fica preocupado em evitar “opiniões contaminadas” de sua própria equipe, mas e as opiniões contaminadíssimas (interesse econômico personificado) de gente como Jorge Gerdau, Henrique Meirelles, Ermírio de Moraes, Delfim Netto... essas estão liberadas?

Essas são pulcras e saudáveis?

[Em Tempo: o violino é um instrumento musical que se agarra com a mão esquerda, mas se executa com a mão direita.]

6 comentários:

Anônimo disse...

Quanto mais Lula é fascinado pelos oligarcas, mas eles destilam ódio de classe contra Lula através do PIG.

Ele quase foi golpeado por essa gentalha nobre nas últimas eleições, recorreu à mobilização dos movimentos sociais, MST, etc, para vencer novamente e ainda assim não aprende mesmo. Será que ele acha mesmo que o Gerdau Johannpeter é aliado incondicional e passa conselhos republicanos e desinteressados a ele?

Mario Casado

Guilherme disse...

Quem disse que ele segue os conselhos à risca?

É melhor ouvir conselhos de fora quando se sabe dos interesses alheios ao bem comum do que ouvir conselhos internos quando paira à dúvida. Quando não existe a dúvida sempre é melhor ouvir a opinião interna.

DÁ-LHE GRÊMIO!!!

Anônimo disse...

Guillermo, se você continuar assim com toda essa sabedoria, cuidado que a Cruz-Credo te contrata pro lugar do Troca.

lousada

Anônimo disse...

E como toca com a direita...

armando

Anônimo disse...

Se a medida fosse saber o que eles pensam para fazer completamente o contrário, até que seria legal...

Anônimo disse...

O Lula sempre se caracterizou por ser um negociador, ele defende isso desde a época que era sindicalista. Além disso ouvir opiniões de fora do governo é uma forma inteligente de conhecer realidades diferentes e conseguir apoio para fazer ter uma política mais ampla. Ou como diz o ditado "duas cabeças sempre pensam melhor que uma...".

E vendo os dados econômicos e sociais do Brasil desde que o Lula se tornou presidente para que está dando bastante certo...

Att.
Natal Antonini

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