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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quinta-feira, 13 de março de 2008


A contra-revolução não será televisionada

A RBS quer monetizar o debate interno no PT de Porto Alegre sobre a escolha de candidato à Prefeitura Municipal. Quer fazer um programa de rádio ou tevê onde os pré-candidatos petistas – Rosário e Rossetto – trabalhem para garantir níveis de audiência compatíveis com as planilhas comerciais da empresa. Um programa com custos de produção próximo do zero e que garanta às emissoras da RBS uma confortável posição na largada da corrida comercial pelos anunciantes de um produto midiático chamado “Eleições 2008”, que os corretores do setor comercial já estão oferecendo no mercado publicitário.

Com a chegada ano passado do grupo Record ao RS, através da aquisição do patrimônio Caldas Júnior/Renato Ribeiro, a disputa comercial pelas verbas publicitárias das empresas anunciantes tornou-se bem mais acirrada no Estado, e o produto “eleições” é um fator de crescimento de audiência, uma chance de incremento no faturamento e, sobretudo, a busca por uma posição confortável no reposicionamento das chamadas marcas midiáticas no mercado regional. ximo do zero e que garanta rograma se rograma de ro Alegre sobre a escolha de candidato

Neste sentido, as eleições internas petistas assumem um caráter quase estratégico na concorrência inter-empresarial-midiática.

Como havia uma determinação expressa (e correta) da direção metropolitana do PT orientando os pré-candidatos a não participarem de debates públicos com cobertura da mídia, a RBS tratou de escalar um jornalista do seu quadro de celetistas, Paulo Santana, para provocar uma situação de política do fato consumado e assim dissolver a resistência petista, mediante argumentos apelativos de democracia, debate livre a aberto, e até o astucioso recurso de indagar se “o PT é uma sociedade secreta que sonega ao público porto-alegrense o que pensa sobre a cidade e o que vai fazer com ela?”.

Paulo Santana, a mando da Diretoria Comercial da RBS, colocou uma faca no pescoço do PT: ou debate ou morre! É isso que ele pretendeu fazer ontem na sua croniqueta de última página, em Zero Hora. Santana quis constranger, usando argumentos ao mesmo tempo cínicos e misericordiosos. Queremos saber quais são seus planos para melhorar o transporte coletivo. Para minorar o engarrafamento. Para dotar os pobres de habitação, de creches, de programas alimentares. E de saúde. Nós queremos saber.” – completa o articulista pau-mandado.

Nós também queremos saber algumas coisas. Por exemplo, como foi mesmo a articulação política que projetou e construiu esse pacote bombástico chamado Yeda Rorato Crusius para o Estado do Rio Grande do Sul? Criaram isso à socapa, na calada da noite, e nada foi debatido, nada foi televisionado, nada foi objeto de programa midiático da RBS.

Nós queremos saber. O que se comentou na época, meados de 2006, é que aconteceu uma vasta reunião no recinto da Fiergs onde compareceram as chamadas “forças vivas” da economia guasca, a saber: dirigentes de sindicatos patronais de todo o Estado, dirigentes da média e grande indústria, das multis, da construção civil, do agronegócio, dos grandes varejistas e, evidentemente, a direção da RBS. A reunião foi necessária porque havia dois candidatos do mesmo campo, Rigotto e Yeda. E o senhor Nelson Sirotsky foi enfático na defesa do nome de Yeda Crusius para governar o Estado, por motivos que ele alinhou e defendeu. O resultado aí está para quem quiser ver e sentir.

Portanto, nós queremos saber. Queremos saber quando a contra-revolução será televisionada?

12 comentários:

Anônimo disse...

Excelente, Cristóvão.

Anônimo disse...

O problema, Cristóvão, é a postura vacilante, para não dizer oportunista, de alguns dirigentes petistas em relação ao grupo RBS: quando lhes convém, fazem visitinhas cordiais para divulgar candidatos em eleições internas; quando não, recusam, corretamente, expor os debates internos aos carniceiros de plantão.

Anônimo disse...

Post sobre isso no PALANQUE DO BLACKÃO.

[]'s,
Hélio

Anônimo disse...

A direção do PT teve uma atitude forte e acertada. Mas é preciso informar que tanto Rosário quanto Rossetto queriam fazer o debate na TVCOM. Por uma dessas é que não irei votar no domingo. Estou cansado de carregar bandeira e servir de escada para esses oportunistas que só querem figurar na RBS.
Cansei de ser bobo. Voto no PT só se o Rossetto vencer domingo, caso contrário farei forfait em 3 de outubro. A mulherada que irá concorrer é só carreirista. Manuela e Luciana passam lambendo o chão da RBS, por um segundo de aparição. Uma coisa vexatória. O Fogaça é o lixo que se sabe. Eu fico sem opção. Só chega oportunista na parada. Onde está a velha combatividade de Poa?

machadinho

JÚLIO GARCIA disse...

Muito bom, companheiro Cristóvão. É isso aí mesmo: mostrar que não temos memória curta - e que não cairemos nas armadilhas da direita midiática e golpista.
Abraço,
Júlio Garcia

Anônimo disse...

ps é o maior (e pior) palpiteiro do rs. e palpite não se discute, qq. idiota dá. o brabo é o pessoal se prestar a adular essa jaguarada imunda da rbs por uns 3 segundos na telinha.

Anônimo disse...

A RBS sinaliza claramente com tudo aquilo q o PT não deve fazer. É o só o partido entender o recado e não fazer. O que eu quero ver mesmo na TVCOM é como essa direita repugnante se aticula, assim, na intimidade, dividindo os lotes do poder, os cargos, os raboas presos.
Se o babão do Paulo Santana ainda ñ sabe ainda quais são as propostas petistas, que se foda, por q eu sei qual é a diferença entre a turma dele e o PT.
Taí a grande oportunidade do PT começar a balizar a sua relação com a mídia ñ fazendo esse debate na TVCOM. Será q o narcisismo falará mais alto?

Eugênio

Anônimo disse...

Eugenio, narcisismo mata.
Narciso, reza a lenda, morreu afogado nas águas do rio onde ele admirava a própria imagem refletida. Ficou tão apaixonado que se descuidou e bum, caiu na água e se afogou.

joca

Anônimo disse...

aliás, podia se afogar e levar junto o lassie merdins, o "canalha das uvas elétricas", e a anta da página 10, seriam três imundícies a menos no mundo.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Pera ai, pera aí. Vamos lembrar o primeiro turno da eleição no RS. Rigotto sempre esteve na frente em todas as pesquisas, seguido de Olívio e Yeda em terceiro. O que aconteceu? o povo unido que jamais será vencido do RS resolveu tirar Olívio do segundo turno e passou a votar em Yeda e Rigotto levou a pior. Não houve orquestração nenhuma. Foi tudo muito espontâneo. É evidente que RBS não apoia Olívio -- até mesmo porque foi o governo que mais processou jornalistas na história do RS - mas dizer que interesses econômicos monolíticos pairam sobre o RS é uma paranóia imensa.

Anônimo disse...

abraços Toia.

esse maia cheira cola!

Anônimo disse...

pensei que o maia como dedo duro confesso fosse mais bem informado,o toia tem razão houve sim a tal reunião estratégica de qual candidato seria o anti-cristo ou anti-pt.e a rbs já apostava as fichas na dona yedinha sim, pois avaliava o rigotto muito fraco

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