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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Produtividade na agricultura é a maior do mundo, e Incra usa índices de 1975


As fontes de crescimento da agricultura

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acaba de divulgar a atualização do estudo Fontes e Crescimento da Agricultura Brasileira (José Garcia Gasques, Eliana Teles Bastos e Mirian R. P. Bacchi - Mapa, julho de 2009), cujos resultados confirmam mais uma vez que "o aumento da produtividade tem sido o principal fator impulsionando o crescimento da agricultura brasileira".

No período de 1975 a 2008, a taxa de crescimento do produto agropecuário foi de 3,68% ao ano (a.a.), um desempenho robusto diante das dificuldades enfrentadas. Mais importante é que "no período mais recente, 2000 a 2008, o crescimento foi ainda maior, 5,59% como média anual", o que indica que o dinamismo do setor não arrefeceu.

Esse resultado é mais visível - e impressionante - se traduzido em quantidades de alguns produtos: em 1975 produziam-se, em 1 hectare, 10,8 quilos de carcaça de carne bovina; hoje são 38,6 quilos. Nesse mesmo período de 33 anos, a área de pastagem passou de 165 para 171 milhões de hectares, uma expansão insignificante - o que no caso é altamente positivo - de apenas 3,6%; a produção de leite por hectare multiplicou-se por 3,6, e a de carne de aves saltou de apenas 372,7 mil toneladas, em 1975, para 10,18 milhões, em 2008.

É preciso qualificar o crescimento, pois, mesmo desejável, uma taxa elevada não pode ser considerada virtuosa se está baseada na depredação de recursos naturais e na superexploração da força de trabalho. Esse seria um crescimento espúrio insustentável e cada vez mais inaceitável. Não é o caso da agricultura brasileira, cujo dinamismo e expansão estão baseados no uso cada vez mais eficiente dos recursos disponíveis.

A Nota Técnica do Mapa estima a Produtividade Total dos Fatores (PTF) - melhor indicador do uso dos recursos na agricultura -, as produtividades de cada fator e as fontes de crescimento. No período 1975-2008 a PTF cresceu 3,68% ao ano, enquanto a taxa de crescimento dos insumos foi praticamente nula (0,01%). "Conclui-se, portanto, que o crescimento da agricultura tem sido estimulado quase exclusivamente pelos acréscimos de produtividade", dizem os autores. A utilização de mão de obra diminuiu, a área cresceu apenas marginalmente (0,12% a.a.) e o capital foi o fator que mais cresceu (0,3% a.a.), o que significa que "a agricultura vem se expandindo com menor uso de trabalho, com área praticamente constante e com maior tendência de aumento no uso de capital sob a forma de máquinas e fertilizantes", o que é positivo. Deve-se destacar que, na década atual, a PTF cresceu 4,98%, mais do que a média do período todo, confirmando a importância ainda maior da inovação para o crescimento do setor.

Segundo o estudo, a Produtividade do Fator Trabalho (PFT) foi a de crescimento mais elevado no período (4,09% a.a.), seguida da produtividade da terra (3,55% a.a.) e do capital (3,37% a.a.), donde "se concluiu que o aumento da PTF está ocorrendo especialmente pelo crescimento da produtividade do trabalho". No passado, esse resultado foi decorrente da mecanização impulsionada por créditos subsidiados, que provocou uma migração massiva e acelerada dos trabalhadores rurais, com todas as distorções sociais associadas. Os cuidadosos autores fizeram a decomposição das fontes do crescimento da PFT e concluíram que "a quase totalidade do aumento da produtividade do trabalho se deve ao aumento da produtividade da terra, e não à mecanização". A produtividade da terra, como se sabe, está mais associada às inovações de natureza biológica, no nível de qualificação do recurso humano, e à gestão.

A comparação com outros países revela que o crescimento da PTF no Brasil foi o mais elevado (4,98%, entre 2000 e 2008). Na China o crescimento foi de 3,2% entre 2000 e 2006. Nos EUA, de 1,95% entre 1975 e 2006. Na Argentina, que conta com excepcionais recursos naturais, a PTF cresceu 1,84% entre 1960 e 2000.

Esses resultados contribuem para desmistificar a imagem de predadora que equivocadamente se atribui à agricultura. Em 20 anos a produção de lavouras temporárias, permanentes e de carnes incorporou apenas 25 milhões de hectares e o crescimento se baseou quase exclusivamente no uso mais eficiente dos recursos que se traduzem em ganhos de produtividade. Os problemas existem, são localizados e devem ser enfrentados com absoluta energia e seriedade pelos governos e produtores, que são os responsáveis pelo crescimento da PTF e pela preservação dos resultados.

Artigo de Antônio Márcio Buainain, professor do Instituto de Economia da Unicamp. Publicado ontem no Estadão.

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Como se pode notar houve um pulo na produtividade da agricultura brasileira – o maior do mundo. Em alguns casos triplicou de 1975 para cá.

Entretanto para efeito de reforma agrária, o Incra, faz uso de índices relativos ao longínquo ano de 1975, quando a produtividade era mínima.

No andar dessa carruagem lulista, a reforma agrária no Brasil jamais será completa. Para alegria das oligarquias, do latifúndio e do agronegócio.

16 comentários:

Sr.Latifundio disse...

Com a escalada dos preços dos alimentos não só aqui, mas no mundo todo, seria bem o caso de se saber como vêm sendo exploradas as terras onde já se fez a Reforma Agrária no Brasil.

Pelo visto, não produzem nada, caso contrário o governo federal estaria faturando em cima! Só sabemos que as terras em mãos de “assentados” já ultrapassam às exploradas pelos particulares. Destas, sim, todos sabem: espera-se para este ano uma safra de 140 milhões de toneladas de grãos!

Afinal, o que a média dos brasileiros sabe sobre os tais assentamentos da Reforma Agrária? – Muito pouco ou nada! Sobretudo os citadinos que podem ser levados a pensar que a aplicação da “Reforma Agrária” esteja aumentando a produção de alimentos e resolvendo a questão dos pobres, ou mesmo evitando que eles migrem para os grandes centros.

Anônimo disse...

Sr. Latifundio,

Sabias que no Brasil OITENTA MILHÕES DE HECTARES de terras já foram destinados à reforma agrária?

Sabia que isso representa 10% do território nacional?

Os leitores deste espaço acham pouco isso, considerando que o agronegócio ocupa cerca de 75 milhões de hectares.

Zé da Enxada

gusmão disse...

Pobre é você Sr. Latifúndio. Pobre de espírito. Quanto mesmo está devendo no BB? Qual é a produtividade de tua propriedade, parasita infame?

André F. disse...

O "latifodido" PRODUZ O QUE!!??? É só mais um eunuco criado pela ZERO HORA!XÔ piá!!!

André F. disse...

Como é facil aumentar a produção agrícola!!!E no entanto,pra criar uma unica vaca,QUANTO é necessário de campo e quanto uma res consome de ÁGUA POTÁVEL por cada quilo de carne produzida(1.500...2.000??)Como o Brasil tem água à vontade prá sujar,então vamos aproveitar enquanto dá...

Sr. Chacareiro disse...

Muito bom o artigo do professor Antonio M. Buainain. Mas, qual será a produtividade dentro dos assentamentos????

A história agrária do país mostra que documentos e retórica sempre apareceram em abundância, mas muito pouco se fez. O abandono em que se encontram alguns assentamentos é um sinal de que a iniciativa termina no plano político, quando as autoridades se livram de uma dor de cabeça momentânea distribuindo terra, mas não avança para o terreno prático.

Dado que, entre os assentados, é expressivo o número de analfabetos, pode-se ter uma idéia do quanto é difícil elaborar um projeto ou usar novas tecnologias. Com pouco dinheiro e escassa assistência, eles costumam usar sementes de qualidade baixa e voltar-se para a produção de consumo familiar. Poucos têm um maquinário básico, como um trator (apenas 3%) ou uma semeadeira (2%). Mesmo entre os instrumentos de trabalho mais corriqueiros, também há escassez brutal, e a maioria dos assentados não dispõe nem mesmo de uma pá ou de uma picareta. Entre eles, ainda que os sem-terra tenham escolhido a foice como um dos seus símbolos na luta pela reforma agrária, o instrumento mais comum ainda é a velha enxada.



Copyright © 1997, Abril S.A.

André F. disse...

...hehehehehe acabou de "passar" uma NUVEM do efeito estufa!!...

Carlos Eduardo da Maia disse...

O artigo é bom e concordo com ele. Eu tenho dúvidas se o Brasil precisa hoje, sobretudo nas regiões sul e sudeste, de uma reforma agrária, até mesmo porque os latifúndios estão localizados em algumas pequenas regiões. A agricultura e a pecuária hoje não fixam famílias no campo. O Brasil tem sim que desenvolver as pequenas e médias cidades para que haja mais circulação de capital e prestação de serviços para geração de empregos e impostos. O que não se pode fazer - como se quer -- uma reforma agrária nos moldes do século XIX no Brasil de hoje.

Ruy disse...

Produtividade nos assentamentos?
Devem ser menores que o índice de 1975!
Por isso que o governo não muda os critérios.
Incentivar a "reforma agrária" é voltar às produtividades de 1975.
É melhor dar o "Bolsa-Votos", e grandes quantias via "ONGs".

NÃO SE FABRICAM AGRICULTORES!

Eduardo disse...

Mas só tem pensador onanista de uma tecla só nesse blog !
E pouco viajados.
No oeste do Paraná e Santa Catarina inteiros se pode comprar "leite da reforma agrária".
Com bandeirinha do MST e tudo.
Como assim "não se fabricam agricultores"?
Fabrica-se tudo, exceto no mundo tucano, onde tudo apenas está a venda.

Anônimo disse...

A reforma agrária é precisamente "os citadinos" mandando no resto.
É a prevalência da cidade e seus critérios sobre o campo.
Vai encarar ?

André F. disse...

Goiabão e imbecil disléxico a gente não encara;só manda procurar um Franchão...e se não adiantar, ele vira assunto de piada ...o popular "Courinho"...hehehehehehe

Anônimo disse...

Produtividade nos assentamento do MST é de cachaceiros, ladrões e escola de filhotinhos de fanáticos que mais tarde vão produzir a mesma coisa.
Que os digam as Cidades marginais a essas favelas rurais.

André F. disse...

........REALMENTE...essa gente é primária uma cosa assustadora,e atribuem ao outro a própria miséria...É batata!!!E VIVA A CACHAÇA ,VIVA A EMBRIAGUÊS;E ABAIXO O SERVILISMO E O "CODIGO MEIA DE CONTRÔLE MENTAL"...E VIVA AS MULHERES DO MST!!!!!!E TODAS CRIANÇAS DO MST!!!!!hehehehehe anonimo Maia...

Fritz disse...

Dise asssentade sind alles chnaps drinquen!
Alles bessofen.
Sier arbeden nich.
Herr LULA quib sainen essen und drinquen.
Und das quepd nuer grossen resultaden for das nechsten vallen.

Abe das DILMACHADONA is nich unser besten candidat für president.

André F. disse...

...BAIXOU UM "FRITZ" NO MEIA!!!hahahahahahahahahaha "DAS FAUSTINA"!!!...

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