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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Pagamos R$ 162 bilhões ano passado para os rentistas parasitas


Educação e saúde ficam com uma merreca

O que o governo pode gastar com bens públicos e prestação de serviços – como educação, saúde, estradas e outros - “são recursos pequenos", disse ontem o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann. Segundo ele, de cada R$ 3 arrecadados o governo tem pouco mais de R$ 1 para investir. O resto é comprometido com o pagamento dos juros da dívida e transferências de programas como os da Previdência e do Bolsa Família. A informação é da estatal Agência Brasil.

Pochmann comentou o aumento da arrecadação de impostos, taxas e contribuições nos três níveis de governo (União, estados e municípios) que somaram R$ 1,034 trilhão em 2008, de acordo com os números da Receita Federal do Brasil (RFB). Houve um aumento de R$ 133 bilhões em relação à arrecadação de 2007, com a carga tributária subindo de 34,72%, no ano anterior, para 35,8% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país no ano passado, calculadas em R$ 2,880 trilhões.

Os números são considerados grandiosos, embora o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) entenda que a carga de tributos foi ainda maior em 2008, tendo chegado a 36,56% do PIB na estimativa apresentada pelo presidente daquela instituição, Gilberto Luiz do Amaral.

Divergências à parte, o presidente do Ipea disse que “embora haja uma redução gradativa no pagamento dos juros, o Brasil é um dos países que mais compromete sua arrecadação com a dívida pública”. Pagou R$ 162,3 bilhões no ano passado, equivalentes a 5,59% do PIB, contra despesas de R$ 159,5 bilhões no ano anterior, que correspondiam a 6,14% do PIB.

A relação dívida/PIB fechou 2008 em 38,8%, já descontada a saída da Petrobras dos cálculos do superávit primário (economia para pagamento dos juros da dívida). Ela subiu para 42,5% em maio, segundo números do Banco Central, e deve ultrapassar 40% no final de 2009, nas estimativas de analistas financeiros ouvidos pela pesquisa publicada no boletim Focus, do BC, na última sexta-feira (3).

Marcio Pochmann comparou a carga tributária brasileira com a de 17 países, em 2007, e afirmou que algumas nações têm mão mais pesada na cobrança de tributos: Suécia (46,8%), Itália (42,5%), França (42,3%) Noruega (42%), Hungria (39,9%) e Alemanha (39,2%), dentre outros com menores cargas tributárias do que o Brasil estão: Canadá (33,1%), Espanha (32,7%), Estados Unidos (28,4%) e Japão (28,1%).

O Brasil estaria na média, em termos de arrecadação, segundo ele, mas sem o mesmo nível de retorno social. O presidente do Ipea disse que “temos uma arrecadação que onera demasiadamente a base da pirâmide social. A população mais pobre nem sabe quanto paga de impostos embutidos em produtos e serviços, e paga quase duas vezes mais tributos do que quem está no topo da pirâmide. Há uma inversão na arrecadação e também no gasto”

8 comentários:

Anônimo disse...

A culpa é do FHC e da Yeda!

mário casado disse...

Sim, anônimo, a culpa é do tucanato e tua.

Anônimo disse...

Então a culpa é do José Serra!!!!

Anônimo disse...

Prêmio de Lula orgulha o país, mas imprensa esconde Do blog Balaio do Kotscho.

Não é um premiozinho qualquer. Entre as 23 personalidades mundiais que receberam o prêmio até hoje _ anteriormente nenhum deles brasileiro _ , estão Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, Yitzhak Rabin, ex-premiê israelense, Yasser Arafat, ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina, e Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos.

Secretário-executivo do prêmio, Alioune Traoré lembrou durante a cerimonia na sede da Unesco que um terço dos vencedores anteriores ganhou depois o Prêmio Nobel da Paz.

Pode-se imaginar no Brasil o trauma que isto causaria a certos setores políticos e da mídia caso o mesmo aconteça com Lula.

Thaoré disse a Lula que, ao receber este prêmio, “o senhor assume novas responsabilidades na história”.

Mas nada disso foi capaz de comover os editores dos dois jornalões paulistas, Folha e Estadão, que simplesmente ignoraram o fato em suas primeiras páginas.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Nos anos FHC a carga tributária brasileira cresceu de 21 a 26% do PIB. Nos anos Lula essa mesma carga tributária cresceu de 26 a 31%.
Ou seja, nos dois últimos governos cresceu 10% o percentual de carga tributária neste país. A desculpa é sempre a mesma. Não há como cortar os gastos públicos então se aumenta os impostos. O que o Brasil tem de fazer é qualificar e tornar mais eficiente o serviço público e para fazer isso não é necessário despejar mais dinheiro -- que vem dos tributos.
O problema do Brasil não é ideológico, mas de gestão. Necessitamos de menos politicagem e mais gestão pública competente para fazer o serviço público deste pais funcionar e diminuir, assim, a exclusão social.

Anônimo disse...

Nos anos FHC, quem leu Elio Gaspari de cabo a rabo sabe bem, a arrecadação bateu 37,5% nos anos de crescimento negativo.
É que o Maia só leu as manchetes que se referiam a 2 anos para trás e esqueceu do que leu (ou não leu) há dez anos.
O problema de gestão existe porque antes dele falta a maturação de uma ideologia nacional, onde há consenso há o fluir de ações, quem acompanha matérias legislativas no dia a dia sabe bem como são aprovadas leis boas quando existe unanimidade sobre certos assuntos.

Anônimo disse...

A carga tributária vem sendo aumentada pelos Estados especialmente São Paulo. O resto é discussão de campanha.

Anônimo disse...

O pançudo é o Adeli ou Odone?

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