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sexta-feira, 7 de março de 2008



Salários caem em relação ao PIB brasileiro: desigualdade social aumenta

João Sicsú, diretor de estudos macroeconômicos do Ipea (órgão vinculado ao Ministério do Planejamento) e professor do Instituto de Economia da UFRJ, examinando os números do PIB vê traços importantes de desigualdade irresolvida, e crescente. Em 1995, o total pago na forma de salários proporcionalmente ao PIB era superior a 35% e as rendas do capital ficavam um pouco acima de 31%. Em 2005, a situação se inverte: os salários comparecem com 31% e as rendas do capital saltam para quase 36%. A informação é do jornal Valor, de hoje.

"Outra forma de se ver a desigualdade de participação dos salários e do capital no PIB", diz Sicsú, "é pela distribuição de gastos governamentais, com o pagamento de juros disparado na frente de educação e saúde, por exemplo". Quando o PIB cresce, é verdade, os salários aumentam sua participação."A questão é que os lucros e os juros têm aumentado sua participação de forma mais rápida, por causa da concentração da produção, dos ganhos do sistema financeiro". Sicsú só vê uma saída: uma política firme e eficaz de participação dos trabalhadores nos lucros, sem a timidez implícita na legislação hoje existente.

Se não for assim, acredita o diretor do Ipea, a desigualdade de renda pode até estar diminuindo, como de fato está, mas isso acontece de um modo desconjuntado: os que estão em baixo sobem (o que Sicsú, naturalmente, acha bom), mas os que estão em cima continuam parados, ou quase isso. E, então, cai a participação dos salários na composição do PIB.

Faltaria também, segundo Sicsú, dar um jeito melhor em outra distribuição, a da força de trabalho ela mesma, de maneira que pudesse ser maior a presença de profissionais de saúde e educação. Aumentando-se assim a oferta desses trabalhadores à disposição da sociedade, também se iria dando pavimentação consistente aos caminhos para uma distribuição de oportunidades mais equânime.


5 comentários:

Anônimo disse...

nenhum petista se atreve a comentar esse dado da realidade macroeconômica brasileira?

joca

Anônimo disse...

nem o Maia?

Anônimo disse...

Na realidade a notícia dada um pouco acima mostra o que o governo está fazendo, criando vagas de trabalho como não se via desde os "anos dourados". Esse é o jeito mais correto e efetivo de distribuir a renda, além disso o pais que sempre andava no topo dos paises com pior distribuição de renda do mundo se não me engano "caiu" para décimo lugar (não achei mais a fonte da noticia) graças a mecanismos emergencias tipo o bolsa família. Claro que em uma democracia não existe soluções relâmpago, mas estarmos remando para mais próximo do lado certo já é uma grande noticia. Não é por acaso que o país vem batendo recordes sucessivos tanto em geração de empregos, como em produção e isso graças ao mercado interno, isto é, graças a maior qunatidade de dinheiro na mão do povo.
Só por curiosidade, nesse estudo que foia apresentado como foi a evolução desses percentuais a partir de 2003...???

Abraço,
Natal Antonini.

Anônimo disse...

"a desigualdade de renda pode até estar diminuindo, como de fato está, mas isso acontece de um modo desconjuntado: os que estão em baixo sobem (o que Sicsú, naturalmente, acha bom), mas os que estão em cima continuam parados, ou quase isso."

O que importa nessa questão é que os pobres estão ganhando mais. Quem acha que o jeito de fazer é tirando dos ricos (o que seria o ideal e o modo mais rápido de fazer) que pegue em armas! Lembrando: tirar dos ricos é o modo "ideal". Ideal não é real.

Anônimo disse...

Pode ter parecido que defendo a elite. Não, quis dizer que a única saída pacífica é fazer acordos com elite. Quando se diz que o PT se vende, é de direita, ou algo parecido, se desconhece que em política se faz acordos. Para entrar no poder LULA fez um acordo com o poder que tinha: ajuda os ricos a ficarem cada vez mais ricos e estes permitem pequenos avanços sociais. Esta é uma precária solução. Se há outra, depende de todos nós, depende de o Brasil ter uma conjuntura favorável a mudanças maiores. Por ora, não há no Brasil mobilização capaz de sustentar um presidente que enfrente os ricos.

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