Blogueiros desmascaram golpismo argentino
Achei muito estranho este novo panelaço
Desconfiei e hoje fui a caça de blogs argentinos. Dito e feito. Os blogueiros políticos estão perplexos com o que houve. A mídia fazia convocação a cada 15 minutos e repetia que era "espontâneo". Tudo para desgastar Cristina, que sofre com uma oposição de direita raivosa sediada nas redações dos grandes jornais e canais de tv.
Confira esse blogueiro argentino aqui. E esse aqui também.
O impressionante é a pressa e quase ansiedade com que a mídia brasileira repercute o que diz a mídia argentina, mostrando que, na América Latina, formou-se uma verdadeira irmandade midiática reacionária, que opera no continente de Norte a Sul.
Pescado do blog Óleo do Diabo, menos as imagens dos diários do PIG argentino e brasileiro (ZH), que, como se pode constatar, atuam em combinação.
8 comentários:
É uma rede que se auto-alimenta, auto-sustenta e se socorre.
E essa irmandade midiática reacionária tem um sítio na internet. Como diz o WU, não estamos delirando...
http://www.gda.com/Quienes_Somos/index.php
Só pra completar, eles são bem claros:
"Once periódicos. Once países. Una sola fuente."
"Cada uno de nuestros diarios juega un papel clave al informar e influir en la opinión pública en sus respectivos mercados. Sus lectores son individuos altamente educados, con recursos financieros y alto poder de decisión."
http://www.gda.com/Quienes_Somos/index.php
O PIG é internacional. Canalhice viceja em todos os recantos onde o povo tenta andar com as próprias pernas.
armando
Do ponto de vista político, a situação é muito interessante. O que está acontecendo na Argentina hoje é a demonstração cabal de que o papel do Estado e de um governo não é alimentar conflitos e antagonismos sociais, mas procurar solucioná-los. O governo tem que procurar, SEMPRE, a convergência, a negociação. Está ocorrendo lá - e de forma um tanto autoritária -uma taxação deveras excessiva sobre produtos agrícolas que é o motor da economia Argentina, é por meio dela que aquele país se desenvolve, faz circular capital e gera divisas e receitas. Cristina Kirschner foi extremamente infeliz ao dizer que não negocia com esse setor e recebeu da classe média das grandes cidades a resposta, o panelaço. E a Argentina não é uma Venezuela. A Argentina é, ainda, um país classe média, apesar de ter empobrecido nos últimos anos. Os jornais Clarin e La Nación apenas estão expressando -- e têm todo esse direito -- esse sentimento de contrariedade a uma política que impõe taxações, alimenta antagonismos e se recusa a negociar.
Não se trata de direito de jornais expressarem críticas, mas de interesses desses periódicos afinados com os da "Federação Terra e Casa", os fascistas terratenientes de lá, em minar um poder eleito por maioria esmagadora. Aqui, a CPI dos cartões, lá a questão de manifestações "espontâneas", ambos buscando o que não conseguiram nas urnas.
armando
Armando, quando candidata a Cristina nunca falou em fazer essas retenções no setor agrícola que é o responsável pelo bummm econômico argentino. E Cristina e suas declarações incosequentes conseguiu alimentar uma oposição que estava adormecida e que tem intima ligação com os setores classe média que estão sim fazendo manifestações espontâneas pelas grandes cidades. Começou bem o governo Cristina...
Eu estava na Argentina em janeiro deste ano, quando rolava o solta/não solta das reféns das Farc. A crítica da imprensa argentina quanto à participação do Kirschner no grupo de observadores da negociação me lembrava tudo aquilo a que estamos acostumados a ver por aqui. Chamavam-no de idiota para cima. Tratavam a operação como um fiasco, comandado por Chávez, o ditador fanfarrão. Até a discriminação sofrida por "los pinguinos", como são apelidados o casal Kirschner, por serem do "provinciano" sul patagônico, me lembrava o preconceito da mídia brasileira por Lula ser nordestino e não ter um curso superior, etc. A estratégia é a mesma, lá e cá. A coisa ficou engraçada mesmo foi quando as Farc libertaram as duas prisioneiras e a Cristina Kirschner foi para a tv e citou nominalmente os dois principais jornais do país, leu textualmente as críticas que o governo havia recebido e tripudiou em cima do que havia sido publicado por eles a respeito do episódio, esfregando em sua cara a vitória da negociação à qual a mídia havia sido contrária. Cristina, literalmente, sapateou sobre o "Pig" deles. Confesso que tive, ao mesmo tempo, orgulho (como sul-americano) e inveja (como brasileiro).
Resumindo, o golpismo é, pelo mínimo, sul-americano. Se não for mundial. Teríamos que ver direitinho essa história do Tibete e mais algumas.
Postar um comentário