Piratini apenas observa o caldeirão da Brigada

Recebo do velho e bom jornalista Wanderley Soares, especialista em questões policiais desde o paleozóico:

Enquanto a CPI do Detran faz tremer as bases do Piratini – tema que vem sendo tratado a exaustão e com competência pelos coleguinhas das editorias de política – o caldeirão da Brigada Militar continua fervente, sob o olhar atento, porém com calculada distância técnica, da governadora Yeda Crusius que, em termos de segurança pública, tem depositado máximo prestígio no titular da SSP-RS (Secretaria da Segurança Pública), José Francisco Mallmann.

Ocorre, no entanto, que a Brigada é do Rio Grande e é ao Rio Grande que todos os esclarecimentos devem ser dados sobre a crise brigadiana e, não cabe, simplesmente, levar a discussão em ritmo de uma ação entre amigos.

É sabido, exemplifico, que, por dispositivo legal, todos os oficiais da Brigada Militar, denunciados pelo Ministério Público à Justiça Militar, devem ser submetidos ao Conselho de Justificação da instituição.

A função do Conselho é analisar, caso a caso, e decidir se o brigadiano continuará na corporação ou merecerá ser excluído do serviço público. Trata-se de um processo administrativo previsto em lei que proporciona ao acusado defesa ampla. Mas isso não está sendo cumprindo em relação do comandante geral da milícia gaúcha, coronel Nilson Nobre Bueno [na foto, com Vaz Netto], denunciado pelo Ministério Público por estelionato, falsidade ideológica e prevaricação.

A denúncia foi aceita pela Justiça Militar, mas Bueno permanece no posto e, com o poder de sua caneta, está tomando decisões de caráter burocrático, mas com espírito punitivo.