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quarta-feira, 18 de junho de 2008



Morro da Providência, o Iraque é aqui


O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que o envolvimento de militares do Exército na morte de três jovens moradores do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, ocorrida no último sábado (14) comprova “uma visão que é do presidente Lula, majoritária de toda a sociedade, de que as Forças Armadas não são aptas para cuidar de segurança pública”. A informação é da Agência Brasil.


O ministro disse ainda confiar que as Forças Armadas irão adotar todas as providências cabíveis para punir os responsáveis pelo episódio. “Foi uma ação de pessoas sem responsabilidade que agiram por conta própria de maneira marginal”, disse o ministro ao chegar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).


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O ministro Tarso Genro tem integral razão, mas temo que o presidente Lula e o ministro Nelson Jobim não compartilhem do juízo do titular da Justiça.

É uma temeridade o que o Ministério da Defesa está fazendo ao colocar militares despreparados para fazer segurança em comunidades pobres do Rio, agravado por uma relação não explicada com o senador Bispo Crivella, que tem interesses eleitorais na região do Morro da Providência.


Esse utilitarismo do papel das Forças Armadas mostra um cenário muito obscuro e que passa longe dos valores republicanos. As ações de brutalidade protagonizadas por militares no Rio lembram muito o que acontece no Iraque com as tropas invasoras do presidente George W. Bush.


Mais adiante quando os relatórios da Anistia Internacional apontarem essas graves violações dos direitos humanos no Brasil, o governo federal não terá argumentos para se justificar.


9 comentários:

Anônimo disse...

Esse é o preço de não se fazer uma reforma nas forças armadas, que continuam sendo uma força de ocupação e repressão na forma pensada pela Escola das Américas no tempo da Guerra Fria. Está mais do que na hora de sofrerem uma reforma para cumprirem um papel de interesse nacional e social, passando a priorizar a defesa do país tanto do ponto de vista territorial quanto social.

Anônimo disse...

Concordo com o comentário do Makno e discordo, em parte, com o comentário do bloguista. As Forças Armadas até podem não estar preparadas, mas não foi esse motivo do ocorrido.

"Não estar preparado" era dar tiros em um momento de conflito, sair prendendo todo mundo etc. Agora, pegar três jovens e entregar a facções rivais de trafifcantes de outro morro - os garotos ainda podem ter sido vendidos, segundo investigações - não é MAL-PREPARO e sim BANDITISMO, que independe de serem das Forças Armadas ou não. Depende, isso sim, de CARÁTER.

O que o Tarso e o Jobim estão fazendo é tapar o sol com a peneira e não desmoralizar o Exército, que não faz nada nos quartéis - só ficam cultivando o modus-operandi dos militares e a violência institucional.

Quando alguém vai ter peito de discutir as nossas 'tão' queridas instituições de segurança - desde o exército até a polícia??????

Ana Maria

Anônimo disse...

parece o Iraque mesmo

Horacio disse...

Este é um claro exemplo da privatização das Forças Armadas. Em favor do candidato a Prefeito do Rio de Janeiro, e bispo da Igreja Universal, Marcello Crivella o exército agiu como empresa de segurança, e o bispo faz sua "obra social" com dinheiro federal e aparato militar. Isto é que é campanha eleitoral com chapéu alheio.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Dessa vez estou de acordo com o Feil e com o Horácio. Mas uma pergunta deve ser feita: o Crivella não é o candidato do Lula no RJ?

Horacio disse...

É um dos candidatos. Tem o Molon do PT, tem a Jandira do PC do B, o Crivella....ou seja são os candidatos da coligação.

Anônimo disse...

Um enclave iraquiano no Brasil.

E o nosso Ministério Público Guasca (MPG) não vai denunciar os milicos?

Segundo notícias de jornal, do Cerutti, do filósofo do Mossad, ô Rosenfield, do Olavo de Carvalho, do Políbio Praga, dos merdas em geral da direitosa baguala tem que igualar o Exército ao MST, todos fizeram um território livre para o bispo Crivela.
Deste jeito o Correio do Povo vai aderir.

Anônimo disse...

eu não gosto da idéia do exército fazer o papel de polícia, por dois motivos: constitucionalmente não possui tal função e ele é treinado para matar.

o caso ainda é estranho, devemos ter cautela ao analisá-lo porque ainda não sabemos a história verdadeira.

para mim o mais engraçado é essa conversa sobre o exército. lembro-me que a alguns meses atrás essa mesma mídia pedia a interferência dele nos morros, pois "a violência tá demais".

entendo que é uma história chocante, mas ainda não ficou tão evidente o real interesse desta notícia. alguns blogueiros levantaram algumas hipóteses (PHA e Mello), ficarei observando.

Anônimo disse...

O que o Maia não comenta é a participação da Milicia nascida no governo Maia (do Cesar), nem a participação do DEM nesta organização.

Claudio Dode

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