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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

terça-feira, 10 de junho de 2008


Escutar dona Yeda tem sido uma experiência embrutecedora

Uma das experiências mais embrutecedoras no último ano e meio é escutar a fala da governadora Yeda Crusius (PSDB).

Ontem à noite, ela foi convidada do programa “Conversas Trocadas” numa das emissoras do grupo RBS, e conduzido por quatro celetistas da casa, Lasier Martins, Rosane de Oliveira, André Machado e Paulo Santana.

Um programa adrede preparado para relançar o “novo jeito de governar” pela sexta vez, em dezoito meses. Só que a governadora não ajuda. O conteúdo intelectual de dona Yeda é tão vasto quanto uma poça d’água e tão profundo quanto a sua pele.

Pateticamente ela começou o programa tentando explicar como funcionam modernamente os meios de comunicação – sempre gesticulando com os dedos no intuito de bem esclarecer o seu discurso elucidativo – para concluir que a “CPI é midiática” – seja lá o que isso queira significar.

Mas, o ponto alto foi quando Sua Excelência quis trazer uma ilustração culta para a conversa, fazendo uma referência literária de peso (certamente inspirada em sua amiga Lya Luft), assim:

“Estamos na era do Big Brother, de um autor lá dos anos 1970 que dizia que lá no futuro ninguém mais será livre. A velocidade que as coisas acontecem. Transmitido em parte para produzir uma determinado expectativa. Esse suspense nos impede de mostrar as coisas boas do governo” — completou dona Yeda fui-criada-como-mulher Crusius.

Lya Luft, o ícone pop das letras guascas, precisa ter uma conversinha com sua amiga Yeda, e dizer-lhe que a gente só entra neste terreno (da cultura) quando se tem absoluta certeza daquilo que se vai tratar, e as afirmações precisam estar contextualizadas no discurso. Por exemplo, quando é citada a expressão “Big Brother”, supõem-se que seja aquela da ficção literária “1984” do escritor britânico George Orwell. E se, de fato, for esta a referência que a governadora quis fazer, informar-lhe que o autor não é “lá dos anos 1970”. Orwell morreu em 1950, e “1984” foi escrito no início da década de quarenta.

De qualquer forma, foi feliz o vôo literário de dona Yeda, embora raso, impreciso e sobretudo incompleto. Faltou completar que o protagonista da última ficção orwelliana – Winston Smith – era um burocrata do ministério estatal que fazia o controle da informação. A tarefa principal de Smith consistia em modificar textos de jornais, sugerir nova redação que fosse favorável ao governo que servia, e mandar apagar nomes e referências que estivessem no índex de banidos do Estado.

Se isso tiver alguma semelhança com o que o PIG guasca faz em favor do des-governo Yeda atualmente, terá sido mera coincidência. Ou não.

18 comentários:

Anônimo disse...

Pior, Feil, foi a resposta dela sobre as razões da compra da mansão: como manter a altivez da governadora num apartamento de um dormitório? Essa frase explica tudo dessa senhora.

Anônimo disse...

O Bigode ao fundo sorri e cresce.

Baiacurs disse...

Bah... e eu moro num apartamento de 1 dormitório! Tô fud..!
Por favor, Bin laden, exploda essa senhora!

Prof. Daniel disse...

Pior que essa naba, só se o Feijó assume e chama o Onix prá ser chefe da casa civil!!!

Anônimo disse...

Acho que há um erro no título, em vez de embrutecedora não seria emburrecedora?

Anônimo disse...

é a mesma coisa, anônimo, tanto faz como tanto fez

Anônimo disse...

É que tem frases que só o Gianotti consegue desenrolar. Eu não consigo.

Será que o apelido dela não seria novelo?

Anônimo disse...

Por mais que eu queira não consigo mais ver Globo/RBS e várias concorrentes assessoras. Vou ficando tonto, mareado, com dor de cabeça e tenho que mudar de canal. Rádio AM não escuto mais há anos e jornais escritos servem para muitas coisas, menos para me informar. Para manter o mínimo de atualização estou me valendo 100% da Internet e posso dizer que pela primeira vez tenho uma real avaliação do que é e do que tentam passar para meus neurônios digerir. Esta ofen$siva mídiática, no meu ponto de vista, é para o pessoal do interior (pelo menos a maioria) que elegeu Yeda e continua sendo desinformado. Aquele com o mínimo de informações e dicernimento não caí mais nesta! A fase "Laranja Mecânica" passou, pelo menos pra mim!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Foi pífio, muito pífio o depoimento de Dona Yedinha na TV Com. Essa história de que ela vai mostrar os documentos da casa depois que acabar a CPI é bizarra. Se ela tem os documentos que ela mostre agora, imediatamente, right now! Mas não, Dona Yedinha insiste em se equilibrar com suas pernas capengas no salto alto da arrogância.

Anônimo disse...

Agora acabou, com a intervenção do Maia.

Anônimo disse...

Gente, será que o ciclone atingiu o Maia???

Anônimo disse...

MAIA!! Meus parabéns nunca é tarde para se arrepender!! Agora você é uma pessoa livre!!

joice disse...

"experiência embrutecedora" foi uma expressão ótima, Cristóvão. que, aliás, também cai como uma luva para quem viu/ouviu os "esclarecimentos" do Busatto ontem na CPI.

Anônimo disse...

Patético.

Já detestava a nova-autoajuda da Lya Luft. Agora então...

Anônimo disse...

WIKIPEDIA:
Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (título original Nineteen Eighty-Four) é o título de um romance escrito por Eric Arthur Blair sob o pseudônimo de George Orwell e publicado em 8 de Junho de 1949 que retrata o cotidiano numa sociedade totalitária. O título vem da inversão do dois últimos dígitos do ano em que o livro foi escrito, 1948.

Anônimo disse...

É o momento "pé do chão" do Maia, tomara que seja mais duradouro!

Maria Eduarda

Anônimo disse...

Panoramix

A única fonte confiável d informação é a internet. Tem muita merda, mas aqui se podes escolher e interagir.
Quem tem computador com conexão ñ tem desculpa para estar mal informado. Tbém ñ vejo ou leio o pig.

Eugênio

Anônimo disse...

Parabéns Maia. A ficha, finalmente, caiu!

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