Ensino de Filosofia e Sociologia agora é obrigatório
A partir de hoje (3/6) as disciplinas de filosofia e sociologia são obrigatórias no currículo escolar do ensino médio. O Diário Oficial da União traz publicada a Lei n.º 11.684/08, que altera o artigo 36 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 20 de dezembro de
De acordo com o primeiro artigo da nova edição, sancionada ontem pelo presidente da República em exercício, José Alencar, “serão incluídas a filosofia e a sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio”.
Depois de anos de lutas e sacrifícios, a pequena contribuição às gerações futuras poderá ser sentida por meio da importância que o ingresso dessas duas disciplinas terá na formação cidadã de nossa juventude, dos mais de 10 milhões de jovens matriculados nas mais de 25 mil escolas médias no País.
São 117 anos do sonho de Benjamin Constant que idealizou seu plano nacional de educação que previa o ensino de Sociologia nas escolas brasileiras. A lei surge depois de 75 anos da criação do primeiro curso de Sociologia organizado no país na ESP (completados na última terça, dia 27 de maio) e dos 37 anos que a ditadura militar retirou as disciplinas dos currículos escolares substituindo-as por Moral e Cívica e OSPB.
19 comentários:
Boa notícia, porque melhora o senso crítico da população brasileira, essencial na construção de uma cidadania, mas não pode servir de instrumento de doutrinação ideológica de qualquer matriz. O estudo da sociologia e da filosofia deve ser o mais amplo possível e não pode nunca direcionar ou catequisar o aluno. Em outras palavras, patrulhas ideológicas não podem e nem devem dar aulas de sociologia e nem de filosofia.
Existiria uma bibliografia isenta nessas duas matérias?
O livro "A pobreza e a riqueza das nações" do neoweberiano David Landes é muito interessante de ser discutido em sala de aula, porque ele ingressa na história da humanidade e demonstra com fatos históricos que certas noções equivocadas que se aprende por ai de que a causa da miséria, da ignorância, do misticismo, do atraso social e econômico de um povo é exclusivamente pela exploração.
Só?
Essas disciplinas são como jóias: se estiverem nas mãos de porcos, esterco serão. Portanto, fiquemos atentos. Aqui em SP, o (des)governo dos tucanos estabeleceu controles, para que essas matérias não passem do velho Estudos Sociais. Lembram-se dele?
armadno
O governo, a mídia, a população têm que estar atentos, Armando. Sociologia e filosofia podem se transformar em aula de doutrinação ideológica e isso não pode acontecer. O Brasil tem que evitar o que acontece em Cuba, onde se leciona a utopia dos donos do Estado.
Não pode transformar em doutrinação de esquerda, mas de direita e mercadista/dinherista pode. Não só pode como deve. Pau nos professores comunas, rua, fora. Chama o Instituto Liberal para treinar os professores de filosofia e sociologia.
Viva a liberdade do mercado!!!
Vários submarinos de direita freqüentam este e outros espaços. Confesso que tenho vontade de cagar na cabeça de quase todos eles... Menos, é claro, na cabeça do Sr. Carlos Eduardo da Maia pois este Sr. é diferente dos outros. Este eu guardaria para limpar o c#, entenderam?
Ninguém está defendendo a religião do livre mercado, mas o ensino deve sim preparar os cidadãos para o mercado... OU não?
Grande Maia, preparar cidadãos para o mercado, ganhar dinheiro, money, isso que importa. Competição, nada de ajudar quem não se ajuda. Fora com os comunas que desejam moldar as cabeças das criancinhas como fazem em Cuba.
MAIA,
Não te respondi no PALANQUE DO BLACKÃO, mas o tema aqui no DIÁRIO GAUCHE é o mesmo: a inevitabilidade de um mercado sem aspas e que não trate os homens como privilegiados/excluídos refere-se a uma forma saudável de macro e microeconomia.
O "mercado" cheio de "chinelões" e de outros que comem galinha e arrota faisão é aquele no qual o que interessa é privatizar os lucros e sociualizar com o estado o prejuízo. É aquele em que, ao invés de investir-se na produção sustentável, se investe no mercado financeiro, remunerando dinheiro muito mais do que ele vale e inventando valores intangíveis para empresas através de papéis que sobem e descem ao sabor dos rumores.
A competição necessária é saudável: não pode contemplar o excesso de valorização dos vencedores e a exclusão dos derrotados, que não podem ser meramente taxados como "losers". E a competição não pode permitir que alguém seja dono de tudo, nem tampouco deve valorizar o dinheiro acima do sensível, do humano, da construção de mentes críticas.
Eu penso assim. Há n diferentes articulações desses conceitos em função das diferenças sociais e econômicas através da História que consideram as questões do desenvolvimento, da gestão, das finanças e da educação de maneira diferente.
Todavia, a neutralidade, a imparcialidade e a isenção NÃO EXISTEM. O contexto interessante a quem detém os meios de produção é que determina o uso ideológico da técnica. E isso já não é opinião pessoal: é uma das raras constatações ainda sem argumentação teórico-prática suficientemente consistente a ponto de contestá-la.
[]'s,
Hélio
Hélio, mercado é ou não é fato social? Quem faz o mercado? E de que mercado estamos falando? Mercado é fato ou ficção? Também sou a favor de uma sociedade que trate os homens com igualdade, porque efetivamente somos todos 1iguais. E para que isso exista de forma mais democrática e igualitária é necessário investir em educação. A priori, o ponto de partida de todo mundo deve ser o mesmo e cada um faz da sua vida o que quiser. E essa educação tem que estar aberta a tudo e deve preparar, também, as pessoas para o mercado e para a cidadania. Luto e sou radicalmente contra a uma sociedade que limite todo mundo a poucas ou únicas opções econômicas e políticas. Se eu não estou satisfeito com o PT quero votar no PSDB, no PMDB ou no PSOL e nos próximos anos posso votar novamente no PT. É assim que se constroi democracia. Se eu não estou satisfeito com a PEtrobrás quero colocar meu gás ou gasolina na Esso, na Texaco, na Schell, na Ipiranga. O povo, qualquer povo quer opções e diversas opções. O estatismo que é o limite do socialismo (não confunda com social democracia) não concede ao cidadão essa liberdade de opção nem econômica e nem política, porque a opção é o monopólio. Nem monopólio e nem oligopólios do capitalismo selvagem do livre mercado. Não queremos gente que toma conta das utopias, das opções que montam monopólios ou cartéis e que fazem tudo para permanecer no poder. Eu quero e defendo opções e quero diversas opções ao povo brasileiro, inclusive de estudar a salutar sociologia no ensino básico sem sofrer a pressão de um mestre que impõe qualquer tipo de pensamento único.
O Hélio disse tudo!
Com certeza para o sr. da Maia o ensino de Sociologia e Filosofia no ensino médio deve ir de Weber a Fukuyama, sem passar por Marx, Sartre, Marcuse, Lukács ou Gramsci.
Por que perder tempo com filósofos que imaginaram um mundo mais solidário, onde as riquezas são bem distribuídas? Daí que a gurizada deve ler "A pobreza e a riqueza das nações" e não "História da riqueza do homem" de Leo Huberman.
muito boa esta lei, vem em boa hora. como já foi referido, elas devem além de criar um senso critico, instigar a pensar. para mim o maior problema dessa nova geração, a qual me incluo, é muito fácil adotar idéias já pré concebidas, afinal na internet tem tudo.
a melhor abordagem, no meu ponto de vista, é mostrar os dois lados e deixar que o estudante formule suas idéias e decida qual caminho seguir.
O Maia é "muito engraçado", discursa contras as utopias e defende uma utopia.
Clairton, existem diversos motivos pelos quais a riqueza não é bem distribuída. E todos esses motivos devem ser explicados, conversados, debatidos. O que é errado e isso tem que ser criticado é partir sempre da mesma premissa de que existe riqueza apenas porque existe pobreza e que a solução para tudo isso é a luta de classes. A grande maioria dos países que se desenvolveram socialmente não passaram pelo processo de "luta de classes", não fizeram revoluções socialistas e nem adotaram o marxismo como pensée unique.
Nas escolas municipais de ensino fundamental em Porto Alegre, filosofia é obrigatória no 3º ano do 3º ciclo, o equivalente à 8ª série.
Ou seja, as administrações da Frente Popular (leia-se PT) anteciparam em quase 10 anos - e para o ensino fundamental - o que só agora é obrigatório no ensino médio.
Veio em boa hora esta lei, mas o PT nacional é lerdinho, lerdinho no quesito educação. :-)
Aliás, como diz uma grande amiga filiada ao partido até hoje, a experiência porto-alegrense de ensino nunca foi levada em consideração pelo Governo Federal.
Maia,
O teu blog continua vazio.
Tu não te dá conta?
Claudio Dode
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