Delírio
Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!
Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.
No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci....
Olavo Bilac (1865-1918), poeta parnasiano brasileiro.
8 comentários:
A foto poderia ser uma mais ampla, para melhorar o exame da topografia da moça (ou será um traveco?).
não seja grosso, anônimo, ao menos respeita o Bilac
Beleza de Poema! E a foto, então...fantástica!
Ju não seja estressado(a)!!! Curta a vida que é cheia de nuances.
Beleza!
A gente tem noção de que os parnasianos eram ingênuos e assexuados, mas, todavia...
UAAAUUUU!!!! (foi o que disse, agora, aqui, meu amigo André, dando uma passada de olhos na foto da moça, comigo) Ele manteve minha presa no mause por uns segundos - não sei o porquê - Tive que rir.
Coisa de machos de alto impacto, eu acho...
Bha a moça é divina, mas o poema é fantastico....
Tubiano Malacara
Bilac, segundo consta numa revista que não recordo o nome, costumava ficar em frente à Confeitaria Colombo, no Centro do RJ, e dirigir galanteios às moças passantes.
Depois, além de excelente poeta, passou a escrever na imprensa local.Até na publicidade o homem andou.
Bom gosto do poeta, bom gosto do blogueiro na escolha da foto.
Ricardo Mainieri
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