Cimi denuncia rearticulação da direita contra indígenas
O Cimi (Conselho Indigenista Missionário, ligado à CNBB), denuncia que está em curso uma rearticulação de extrema direita, ligada a militares da reserva e a grupos econômicos empenhados em acabar com as reservas indígenas. A informação está em O Globo, de hoje.
- Querem transformar o índio em camponês pobre ou sem-terra, passando por cima de seu direito à cultura - afirma o assessor do Cimi, Paulo Maldós.
Para André Villas, indigenista do ISA, há três motivos de acirramento: o recrudescimento dos direitos territoriais, a precariedade da assistência governamental e o modelo de desenvolvimento do governo Lula:
- Há paranóia excessiva. A demonização das ONGs é descabida. Há empresas que lavam dinheiro, políticos que roubam e ONGs que erram. Nem por isso todas as empresas, políticos e ONGs são desonestos – disse o indigenista.
O diretor de Assistência da Funai, Aloysio Guapindaia, afirmou que a Funai não tem indicativo de que há acirramento externo dos indígenas:
- Os movimentos são isolados. Há um passivo muito grande. Eles reclamam da demora da Funai, da Funasa, da falta de atendimento
6 comentários:
Essa é a mesma CNBB que lançou uma nota criticando ferrenhamente a grande decisão do STF em liberar a pesquisa com células tronco. CNBB representa o conservadorismo hipócrita do Brasil. Ela tem interésses - como dizia o Brizola que acho que era irmão do Iberê -- em catequisar os índios das fronteiras que estão sendo catequisados pelos pentecostais da vida e por outras ONG´s obscuras que circulam por ali. Mas todos, certamente, estão interessados na soberania do Brasil. Sem dúvida!
O índio é um ser humano extremamente nobre e flexível jamais poderia entrar em contato com o branco pois a capacidade de se corromper é muito grande (vide Juruna). Existe um documentário de Washington Novaes chamado "Kuarup" que, na minha opinião, foi o mais bonito já produzido. Ilustra aquilo que falei acima. Mas estamos em 2008, o mundo está ficando pequeno e aquelas tribos que ainda não foram contatadas infelizmente perderão ligação com o espirito de seus ancestrais. Se nossas forças armadas não possuem capacidade de defender nossas fronteiras e nossos índios remanescentes nestas regiões deixam de ter função, melhor extinguir (particularmente acho que tem). Estão colocando esta questão como ideológica. Preservar nossas fronteiras é dever do Presidente da República, seja ele quem for e tenho certeza que Lula sabe muito bem disto. A questão não é esquerda/direita. A partir do momento que um sujeito na Europa passa a botar preço em algo que não pode ter valor em termos de dinheiro o sinal vermelho acendeu! Alto Lá!
Em complemento ao dito acima: o jornalista Washington Novaes, 72, produziu a série Xingu - a Terra Mágica; Pantanal I e II e Kuarup - Adeus ao Chefe Malakuyawá, sempre me confundi com nome de seus documentários.
Tu estás certo panoramix. No entanto, mesmo que digamos... não é uma questão de direita ou esquerda, podes estar certo, tem gente achando que a iniciativa privada tem mais "competência" para proteger os índios e as florestas. A questão toda transcende Lula, é um processo irreversível que começou com a ocupação amazônica.
O banditismo só vai terminar quando enfiarem os índios em um cercadinho, um zoológico amazônico, para a família brasilera reverenciar e jogar algumas pipocas. O capitalista será representado pela figura do pipoqueiro.
Então não tem solução daniel! Se for realmente irreversível em função da lenga-lenga chamada "competência privada", não só a Amazônia, mas o mundo está "ferrado", ou seja, eu, você e principalmente nossos netos e bisnetos! "This Is The End!"
Aquela foto dos índios isolados do Acre atirando flexas, com pintura de guerra, contra o imenso pássaro de pedra, o avião da Funai é extremamente triste. Infelizmente, os índios isolados não estão mais isolados, eles foram descobertos pelo homem branco e doravante seu futuro será completamente incerto, devastador. Não é questão de discussão ideológica direita ou esquerda, capitalismo ou socialismo, propriedade privada ou estatal. O que se tem que fazer é apenas uma coisa: não fazer: deixar essa população como está, sem contato com as febres, os vícios, as artimanhas da civilização.
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