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terça-feira, 8 de abril de 2008


TV Brasil vai estimular produções locais

Aumentar a quantidade de produções regionais é uma das metas da recém criada Empresa Brasil de Comunicação (EBC).Os princípios da empresa destacam a promoção da cultura nacional e confirmam a participação da sociedade civil no acompanhamento dos veículos que a integram. A informação é da Agência Brasil.

A maior participação dos Estados no conteúdo da empresa pública está prevista em lei publicada nesta terça-feira (8/4) no Diário Oficial da União (DOU). O texto informa que as produções locais devem ser estimuladas, sem abrir mão do respeito às diversidades étnicas, políticas e religiosas. Pelo menos 10% do conteúdo dos veículos integrantes da EBC deve ser regionalizado.

"Garantir a veiculação, inclusive na rede mundial de computadores, de conteúdos interativos, especialmente aqueles voltados para universalização da prestação de serviços públicos” aponta outro objetivo anunciado.

Vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a EBC terá a missão de produzir e veicular programação jornalística, educativa e de entretenimento. A publicidade institucional não pode passar de 15% do conteúdo veiculado.

A administração da empresa terá participação do Conselho Curador instituído no ano passado com 22 membros, dos quais 15 são representantes da sociedade civil. Os membros têm mandatos de até quatro anos e devem se reunir, pelo menos, a cada dois meses.

......

Enquanto isso a Fundação Piratini, que reúne a TV Educativa e a FM Cultura (emissoras públicas do Estado do Rio Grande do Sul), agonizam lentamente sob o governo Yeda Crusius (PSDB).

Um processo, como se vê, que vai na contramão do que ocorre em outros Estados e na União. Em Minas, só para citar um exemplo, que a governadora toma como modelo tucano a ser copiado, embora só no discurso, a TV pública estadual (Rede Minas) é uma emissora vibrante, alcança bons índices de audiência e é prestigiada pelo governo Aécio Neves.


10 comentários:

Anônimo disse...

Yeda está simplesmente sufocando a TVE. Bem que a TV Brasil podia resgatar essa nossa importante emissora tão enxovalhada por Yeda. Quem sabe, como diz o Feil, o Lula pede uma contrapartida por ter investido 5 bi no RS. A contrapartida é federalizar a TVE e a FM Cultura, já que estas são uma batata quente para os tucanos guascas.

sônia rosa

Anônimo disse...

Sônia e Cristóvão,

Essa idéia da contrapartida me parece improvável no sentido de que estar-se-ia corrigindo um erro com outro erro, pois a melhor maneira de contestar os neoliberais é exatamente mostrar que, mesmo que a capital gaúcha e o RS (antigos eixos paradigmáticos do PT) tenham sido perdidos para a extrema-direita, ao contrário do que fez FHC quando Olívio foi governador, agora Lula banca o desenvolvimento de um Estado que está pra lá de empobrecido e atolado em um mar de lama.

Em termos midiáticos, a TV BRASIL não pode ser chapa-branca e deve possuir garantias de que não será liquidada por um governo de ideologia contrária à do atual mandatário. Eu faço votos de que estejamos diante de uma BBC.

O Guga e a Têmis do coletivo Catarse estão produzindo material de primeiríssima qualidade para a TV BRASIL e acho que o caminho é esse: contrariar o consenso da mídia corporativa, que passa dia após dia enchendo o saco com o assassinato da guriazinha paulistana pra desviar a atenção de uma série de pautas importantes para a sociedade civil que estão fora da sua agenda.

Agora... Se Fogaça e Yeda tentarem capitalizar o investimento do Estado e se a mídia corporativa continuar mentindo e omitindo sobre o pai de todas as crianças, aí, sim, acho que Lula e Dilma deveriam parar tudo em uma cadeia nacional de rádio e TV e dar nome aos bois.

[]'s,
Hélio

Jean Scharlau disse...

Bom seria, Sônia. Para confirmar as possibilidades de tuas expectativas, vide a seguinte notícia:

EBC assume oito emissoras

Controladora da TV Brasil mantém nomes das estações

Rose Esquenazi

Oito estações de rádio vão se unir em torno de uma entidade: a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que já tem em seu guarda-chuva a TV Brasil. Nenhuma emissora mudará de nome. São três estações no Rio (Rádio MEC AM e FM e Rádio Nacional), três em Brasília (Rádio Nacional AM e FM e Rádio MEC) e duas no Amazonas (a Nacional da Amazônia e a Mesorregional do Alto Solimões).

Aqui: http://jbonline.terra.com.br/editorias/cultura/papel/2008/04/08/cultura20080408001.html

Anônimo disse...

Não entendi, Hélio.

sônia rosa

Carlos Eduardo da Maia disse...

Concordo com o Hélio a TV Brasil -- que eu sempre defendi - deve ser uma espécie de BBC, DW, TV5 e NUNCA uma tv bolivariana chapa branca - que manipula, desinforma e apenas defende os interesses do governo. Mas as últimas notícias, a demissão do jornalista Luiz Lobo, âncora do principal jornal da rede que disse que o Planalto interfere no jornalismo praticado pela TV pública federal é complicada. Isso não aconteceria numa BBC. Se Yeda utilizasse a TVE-RS, como faz REquião no PR, para divulgar seu programa de racionalização de gastos do Estado a oposição e a patrulha colocaria a boca no trombone. Não vejo muito sentido, um Estado, um ente da federação, endividado como o RS manter uma Tv pública e uma rádio FM estatal que pouca gente vê.

Anônimo disse...

Maia,

Requião não pode utilizar a rede de comunicação pública do estado do Paraná porque as reuniões semanais ABERTAS e SEM EDIÇÃO veiculadas na TV Paraná foram proibidas por um juiz gaúcho, comprometido com o interesse das oligarquias e do PIG, a quem Requião deixou à míngua sem investir um centavo em publicidade em 2007.

É o melhor governador e seria o melhor presidente que este país já viu. Contudo, não imagino que possua essa ambição, nem que a ala dirceuzista do PT estaria interessada em aceitar ser ou cabeça ou vice de uma chapa com alguém que peita a mídia e os sanguessugas do país sem medo.

[]'s,
Hélio

Anônimo disse...

Sônia,

A Federação, independentemente do partido do chefe de Estado e de Governo, deve governar para TODOS os entes federados, independentemente do partido que administre esses entes (estados e municípios).

Se FHC discriminou Olívio, perdemos todos. Mas Lula felizmente não corrige esse erro com outro erro, que seria ou o de imitar seu predecessor, ou de exigir contrapartidas como tu e tantos outros sugerem em vários blogs que leio diariamente.

Não que essa idéia seja equivocada do ponto-de-vista de justiça social e de respeito institucional por parte de quem recebe o investimento perante quem investe na sua terra: o equívoco está em agir não como um estado que arrecada impostos para reinvestir no social mas, sim, como uma empresa ou um banco que oferece uma benfeitoria ou um empréstimo em troca da perda de qualidade de vida ou do arrocho.

O que não pode é permitir que a mídia corporativa mantenha blindados os fracassos administrativos, éticos e a corrupção do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e que capitalize como se fossem deles as obras federais.

Isso é muito pouco denunciado, investigado e repercutido até mesmo pelos blogs.

[]'s,
Hélio

Carlos Eduardo da Maia disse...

A relação entre FHC e Olívio é idêntica a de Lula e Yeda. A diferença é que Lula optou por fazer o PAC e FHC optou por controlar a inflação. São opções que devem ser interpretadas dentro de cada momento histórico.

Anônimo disse...

É, Maia, a relação FHCXOlivio é exatamente a mesma que o Lula tem com a Pantalhuda.
Este é mais um momento histérico...

Claudio Dode

Anônimo disse...

Vocês não se envergonham de ser tão chapa-branca do governo Lula?

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