O desafiador general Heleno
O comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, disse ontem (16) que a demarcação contínua de terras indígenas na região de fronteira é uma ameaça à soberania nacional. Ele participou da abertura do seminário Brasil, Ameaças a sua Soberania, que prossegue até sexta-feira (18), no Clube Militar do Rio de Janeiro. A informação é da Agência Brasil.
“Nós estamos cada vez mais aumentando a extensão das terras indígenas na faixa de fronteira e caminhando numa direção que me preocupa. Pode não ser uma ameaça iminente, mas ela merece ser discutida e aprofundada", declarou Augusto Heleno. E completou: "Poderão representar um risco para a soberania nacional".
Para o militar, o país tem que estar preparado para a guerra e a Amazônia é a região mais provável de ocorrer ações bélicas. “É nossa hipótese alfa. Há ameaça de conflitos armados, ainda que não sejam iminentes, mas que podem ocorrer, devido ao aumento inegável de tensão em algumas relações bilaterais”, disse Augusto Heleno.
Ele apontou dez possíveis conflitos fronteiriços entre os países vizinhos, desde disputas por terras entre Guiana e Venezuela ou Paraguai e Bolívia, até efeitos da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Embora tenha negado, a manifestação do militar é uma quebra na hierarquia, uma vez que ele contesta políticas emanadas da Presidência da República, a qual deveria obedecer irrestritamente, por dever constitucional. No período da ditadura militar (1964-1985), manifestações desta natureza eram motivo de punição e perda da posição de comando que ocupava o faltoso. Há inúmeros episódios que atestam essa afirmação.
O general Heleno teme que os índios possam constituir um Estado nacional autônomo do Brasil, uma vez que possuem um território, uma cultura, um idioma e um povo que são os elementos primordiais para a constituição de um ente nacional. Entretanto, sabe-se que essa hipótese é muito remota, quase impossível.
Com a manifestação, ainda que tremendamente absurda, o general está querendo fazer convergir para ele atenções e expectativas políticas no sentido de auscultar as disposições de setores sociais nostálgicos do período civil-militar entre 1964 e 1985.
Merece punição exemplar, na forma do estatuto militar e da Constituição da República. Mas, aposto que Lula não moverá um dedo para punir um cabo do Exército, que dirá um comandante.
12 comentários:
Isso é um caso clínico, fazia tempo que eu não via tamanha concentração de paranóia. Aliás, os milicos são os profissionais da paranóia, precisam disso como do oxigênio para justificar a sua vida ociosa e a sua profissão anacrônica.
Em pensar que o Brasil viveu mais de 20 anos debaixo da loucura desses caras.
Max Gomes
Perdem o pelo, mas não perdem o jeito. Precisam arrumar algo útil para fazer. Crítico.
armando
Mas que bom que algum setor está preocupado com a soberania nacional!
Tomara que essa gente acerte o alvo certo desta vez, agindo contra os que realmente estão colocando em risco a segurança do país, usurpando as riquezas e a economia do Brasil, os neoliberais, neocoloniais, a pelegada das privatizações e das multinacionais, etc...
Até que enfim alguém preocupado com a integridade territorial do BRASIL!
Logo logo este general será distinguido com aOrdem Roberto Marinho......
Alguns intelectuais brasileiros já manifestaram sua preocupação com as terras indígenas contínuas. Esse problema é fundamental quando alguns índios brasileiros são levados ao exterior para estudo e visto que estão sobre a maior reserva de, sei lá, não lembro, algum metal sinistro, do mundo.
É um área de imenso interesse geopolítico internacional.
Os outros "medos" do milico são bobagem.
Jéb's
Olha o Exército está aí para isto mesmo, afastar certos "medos", persuardir os prováveis inimigos.
O que não se pode é com esta desculpa esfarrapada legitimar o saqueio e desrespeito a leis de meia duzia de representantes do agronegócio, que estes sim estão se lixando para o futuro da pátria desde que entre algum para eles. É a lei norte americana: Dinheiro roubado quando entra em casa é bem-vindo.
Logo logo os agronegocistas vão chamar alguma multinacional para explorar o subsolo e gerar "desenvolvimento, e aí a segurança nacional já não vale mais nada.
Se ponha um posto do exército ou seja lá o que for para garantir segurança nacional, mas se tirem aqueles bandidos, que não tem pátria nem nada, só devem satisfação ao tal de "mercado".
Claudio Dode
Eu conheço pessoalmente o General Augusto Heleno. Já estive na Amazônia a vi de perto a questão Indígena em varios locais de nossa Heterogênea Amazônia! Digo mais O que o Gen Heleno afirmou é bastante comedido ante a realidade! Apenas para ilustrar imaginem que vcs estivessem indo a um hospital e a estrada estivesse fechada pelos Indios! Ou que diuturnamente essa população nativa fosse seduzida por ONGS e Biopiratas! É muito simples: onde o estado não manifesta seu poder outros o fazem! O resultado da coragem desse bravo brasileiro que esteve no Haiti e nunca se furtou a lealdade com o povo brasileiro deve ser um só: A covarde exoneração do comando! Que ele saia de um combate para entrar na guerra suja de nossa política então! Oxalá nunca desanime! E de Lideres assim que o país precisa...Comandante Heleno de onde estiver nesse momento: respeito, lealdade, e capacidade de dar ate a vida...isso são coisa que se conquista não com palavras mas com atos que brotam do coração! Será seu nosso voto!
Srs. Anônimos:
Nós brasileiros temos que nos preocupar com a Amazônia sim.
E digo mais: Além de não dar terra demais aos índios, devemos dar nome vietcong às cidades da Amazônia, como Saigon, Ho Chi Min, Hanói, Bong Son, Hue, Nha Trang, e outras, para dar aos ianques um frio na espinha ao pensar em tomar nossas terras
Parabens, General Augusto Heleno, finalmente em nosso país surgiu uma vóz, para mostrar para todos esses tecnocratas, isso inclui, ministros, senadores, deputados,e todos os demais politicos, que não estamos mortos. Vá em frente general.
O Sergio Guerra presidente do PSDB e o Resíduo do Cesar Maia, Rodrigo Maia Presidente do DEM(ônio) foram ao Ministro Tarso Genro defender os guilheiros do Agronegócio, na Raposa do Sol.
Depois da formação de milicias no Rio de Janeiro,não se estranha mais nada.
Claudio Dode
OAmazonico, isso quaser foi golpe de estado.
Olhem bem os fatos
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