General Heleno reconhece ligações com o juiz Lalau
O jornalista Janio de Freitas, em sua coluna de hoje na Folha, lembra passagens da vida do valente general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, e que no último dia 16 fez um pronunciamento provocativo e indisciplinado contra o governo Lula acerca dos recentes conflitos em áreas indígenas no extremo Norte do País.
Janio lembra das ligações do general Heleno com o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, o Lalau (foto). Diz o jornalista:
“O general Augusto Heleno Pereira, tido como identificado com a velha linha dura, constitui-se em uma figura polêmica. Chegou ao noticiário por ocasião das investigações em torno do (ex) juiz Nicolau dos Santos Neto, quando foram descobertos quase 200 telefonemas desse hoje condenado para o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, cerca de metade reconhecida pelo general como destinada a ele”.
Mais adiante, Janio lembra outros fatos envolvendo o general indisciplinado, assim:
Em junho de 2004, o general Augusto Heleno Pereira assumiu a chefia da Força de Estabilização do Haiti (chamada Minustah), tropa composta pela ONU com 6.500 soldados de 12 países para deter a desordem posterior à derrubada, pelo governo Bush, do presidente (eleito) Jean-Bertrand Aristide. Em março de 2005, porém, foi lançado nos Estados Unidos e na Suíça o relatório "Mantendo a paz no Haiti?", do Centro de Justiça Global e da Universidade Harvard, com críticas severas envolvendo o comando do general brasileiro. Eis um trecho:
"A Minustah tem dado cobertura à campanha de terror da polícia nas favelas de Porto Príncipe. E mais impressionante do que a cumplicidade com abusos da Polícia Nacional do Haiti são as acusações de violações de direitos humanos perpetradas pela própria Minustah". Seguiam-se casos, com dados. O general, como esperado, refutou as críticas. Mas já provocara um incidente internacional, alguns meses depois de chegar ao Haiti: atribuiu a violência no país ao então candidato democrata à Presidência dos EUA, John Kerry, que criticara a derrubada de Aristide. O general, como foi dito à época, "recuou das declarações".
Com apenas um ano e dois meses no Haiti, o general Augusto Heleno Pereira deixou o comando. Sua explicação pessoal para a volta, ao chegar, foi de pedido seu, por já ter "ficado bastante lá" (a tropa e os brasileiros estão até hoje no Haiti). No discurso de passagem do comando, fizera emocionado agradecimento à família pela "força dada diante das críticas injustas".
Com sua manifestação para a platéia do Clube Militar, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira reabriu portas para o que pode ficar como polêmica mal posta, mas há quem prefira involuí-la para crise.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, por sua vez, ainda não se manifestou sobre a indisciplina de um general seu subordinado. Já se passaram oito dias do grave discurso proferido pelo general Heleno no Clube Militar do Rio de Janeiro.
9 comentários:
O que há de errado com esses ministros? Pelo menos o Lula se manifestou.
Grande Feil,
Este vinvulo do General Golpista com o Juiz Ladrão, já dá uma pista para o interesse dele na defesa dos Terroristas do Agronegócio que invadiram o Raposa Serra do Sol.
O Dem em sessão nostalgia vem, como boas vivandeiras, convidar o Golpista para esclarecer o seu movimento terrorista-agronegociante.
E o PSDB assume o seu devido lugar.
O Terrorismo invade os corações da oposição.
Acreditam e investem no velho Golpe.
Claudio Dode
Patriotism is the last refuge of the scoundrel
Certamente o Ministro Jobim não deixará de aumentar o salário do General...
O governo do PT não quer mexer neste vespeiro, porque todos os lados têm um pouco de razão. Neste fim de semana, o Santayana, tão admirado pela esquerda, escreveu um belo artigo no JB sobre este assunto e dando certa razão ao general Heleno, como se os ìndios que vivem naquele local fossem super hiper patriotas e brasileiros e defendessem com unha e carne a soberania nacional.
Não entendi o vínculo com o Lalau. Dá pra explicar mais?
Hiper patriota eu não sei nem se existe, mas mais brasileiros que eles não existe mesmo.
Alem disso eles defendem pelo menos a floresta do Agronegócio Terrorista e Criminoso, os históricos ladrões de terras públicas.
E históricamente com a defesa irada de DEMs Tucanos e caterva.
Claudio Dode
Pelo conceito ocidental de patriotismo, arrisco a dizer que os índios são mais patriotas que v., caro Maia, pois entre outros motivos, estão lá na fronteira garantindo a soberania, apesar de "olivas", como esse general que faz jus à frase do S. Johnson.
armando
Claudio, 'historicamente' não tem acento.
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