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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quinta-feira, 4 de outubro de 2007


Rossetto e a esfinge

Pedem para que este blog DG se manifeste sobre a nota que alguns vereadores de Porto Alegre divulgaram sobre a pesquisa Zero Hora-Ibope, pesquisa essa que refaz o milagre dos peixes e consegue colocar o prefeito Fogaça como líder das preferências populares em todos os cenários possíveis. Dessa dupla batuta não se poderia esperar outra coisa, um jornal partidário de direita e um instituto de pesquisas mercadológicas voltado para aferir venda de sabonetes e demais bugigangas de consumo popular. Quem esperava outra coisa?

O título da nota é: "O melhor para o PT é a militância, não o Ibope". Está publicada e pode ser lida no blog RS Urgente.

O que acho da nota? Ora, absolutamente desnecessária. Além de chover no molhado, ao lembrar do comprometimento do Ibope (estranhamente não critica Zeagá, por quê?), faz uma coisa que jamais se pode fazer numa luta interna como a que está posta hoje no PT-POA, acusar o golpe do adversário, no caso, o uso político-eleitoral da possível vantagem ibopeana de Rosário. De fato, Escapulário está mesmo usando a pesquisa viesada do Ibope para bravatear petistas incautos, mas isso não pode abalar a lucidez de quem defende o pré-candidato Rossetto. Acusar o golpe é como ser golpeado pela segunda vez. Nesta hora, vale a sabedoria campeira de que o bom cabrito não berra. Além do mais, sabe-se também pela sabedoria popular, esta urbana, que o boquirroto morre pela boca.

Maria do Terço, quando esteve em situação desvantajosa na pesquisa anterior, a da Methodus, fez o quê? Imitou as esfinges. Jamais deu o gosto ao adversário de acusar o golpe sofrido. Sofre um golpe singular, não plural.

Os rossettistas cometeram um erro primário, sem dúvida. Assombra é que a campanha esteja apenas começando e os luas-pretas já estejam à beira de um ataque de nervos que está lhes embaçando a lucidez e travando-lhes a capacidade de tomar iniciativas (ou de reagir) de forma inteligente e apropriada para cada conjuntura adversa.

A condição sine qua para fazer política é ter saúde mental inabalável.


4 comentários:

Anônimo disse...

Não posso fazer política.

Anônimo disse...

Na veia, Cris.

Anônimo disse...

Cristovão
Teus textos são inteligentes e sempre instigantes. Porém, quando te referes à tua desafeta preferida as invectivas debochadas so te desonram.
Antonio Cattani

Anônimo disse...

Obrigado, Cattani. Na próxima vez, levarei em consideração as tuas observações pertinentes.

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