A chantagem do agronegócio com o governo Lula
A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, aquele ninho de ruralistas, aprovou a prioridade em contribuir, para pressionar o Governo a renegociar as dívidas do agrobusiness.
Cenário:
Divida atual: 120 bilhões de reais.
Dívida que querem renegociar, já vencida: 70 bilhões de reais.
Proposta ruralista:
a) Desconto de 45% sobre o total, ou seja um subsídio mascarado do Tesouro nacional de 31 bilhões de reais.
b) Juros de 3% ao ano, sobre o saldo.
c) Prazo: 30 anos para pagar.
Poposta do Governo Lula:
a) ver uma "porta de saída" para as dívidas que já foram securitizadas, ou seja que o Tesouro já as assumiu no passado, mas que os ruralistas não vêm pagando.
b) Criação de um bônus especial de desconto, para quem saldar as suas dívidas, que já foram negociadas a partir de 1995. Em especial as dividas atrasadas de Pronaf, Procera, Funcafé, Prodecer e Procacau. Esse bônus (indecente) seria retroativo.
c) Proposta de alongamento do pagamento dos 7 bilhões de reais de dívidas de custeio das safras 2003/2004.
Mas enquanto a CPMF não for aprovado, as “negociações” continuam. Mais adiante, certamente os ruralistas vão inventar outra chantagem, como sempre.
E assim marcha o governo Lula, estimulando a quebra de contratos, ele que não quer nem ouvir falar em reexame criterioso da “privataria” da megamineradora Vale do Rio Doce, por classificá-lo como “quebra indecorosa de contrato que pode abalar a credibilidade internacional do Brasil frente aos mercados”. No entanto, quebrar contratos de tomadores de recursos para o agronegócio em prejuízo do Tesouro não abala nenhum mercado, apenas ratifica o governo lulista como bureau privilegiado dos interesses do agrobusiness brasileiro.
4 comentários:
Forças do mercado, eficiencia, tudo conversa. É como concluiu a Kroll por tras de toda a agrande fortuna , existe um grande crime.
Incluso o das privatizações.
Cláudio, o interessante é que no Brasil, por trás das grandes picaretagens, existe sempre uma estatal.
Maia:
No caso dos latifundiários, travestidos ou não de agrobusiness, tem sempre o Banco do Brasil, que nunca recebe.
Essa proposta do setor ruralista de "subsídio mascarado" só vem ratificar que o atual modelo de agricultura baseado em grandes extensões de monocultura é inviável não só do ponto de vista energético (ecológico) mas também econômico. Enquanto for mantido esse modelo ultra-insustentável de exploração irracional da terra, o "agrobusiness" dependerá sempre de subsídios.
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