Hugo viu o gato
Acho que é uma atitude desonesta e quase aventureira ficar opinando sobre algo que se conhece pouco. Por exemplo: o caso venezuelano. Uma situação complexa, uma formação social pouco complexa e um processo de luta de classes feroz, estimulado de fora por grandes potências (EUA) e potências médias (Espanha, etc.). Por isso, não me atrevo a dizer além do já conhecido, quase esquemático.
O mérito maior de Hugo Chávez é o de ter sabido se confrontar com os seus inimigos, encarando-os de frente, nomeando-os um a um, dando nomes aos bois, às pessoas, aos grupos de interesses e aos franco atiradores de sempre. Mas tem um detalhe importante: luta de classes não se vence só com plebiscito, eleições gerais e regime representativo. Chávez venceu muitos pleitos, mas não pode vencê-los todos. E que bom que assim seja.
A direita é intrínseca e atavicamente golpista, embora proclame que não o seja, jamais. Chávez até o momento estava com os pés em duas canoas: um, apostando no chamado Estado de Direito, outro, tocando e estimulando um processo acelerado de rupturas, quase pré-revolucionário. Trata-se de uma contradição explosiva que cobra uma síntese em prazo curto. E esse prazo esgotou ontem. Chávez não é o socialismo do século 21. Chávez pode ser o caminho do socialismo do século 21. Mas antes tem que superar as contradições imanentes da luta de classes acelerada no qual se encontra a desigual sociedade venezuelana.
Na Venezuela, a cobra está fumando e o gato subiu no telhado. Pronto, falei só o esquemático e dois ou três chavões.
Acho que é uma atitude desonesta e quase aventureira ficar opinando sobre algo que se conhece pouco. Por exemplo: o caso venezuelano. Uma situação complexa, uma formação social pouco complexa e um processo de luta de classes feroz, estimulado de fora por grandes potências (EUA) e potências médias (Espanha, etc.). Por isso, não me atrevo a dizer além do já conhecido, quase esquemático.
O mérito maior de Hugo Chávez é o de ter sabido se confrontar com os seus inimigos, encarando-os de frente, nomeando-os um a um, dando nomes aos bois, às pessoas, aos grupos de interesses e aos franco atiradores de sempre. Mas tem um detalhe importante: luta de classes não se vence só com plebiscito, eleições gerais e regime representativo. Chávez venceu muitos pleitos, mas não pode vencê-los todos. E que bom que assim seja.
A direita é intrínseca e atavicamente golpista, embora proclame que não o seja, jamais. Chávez até o momento estava com os pés em duas canoas: um, apostando no chamado Estado de Direito, outro, tocando e estimulando um processo acelerado de rupturas, quase pré-revolucionário. Trata-se de uma contradição explosiva que cobra uma síntese em prazo curto. E esse prazo esgotou ontem. Chávez não é o socialismo do século 21. Chávez pode ser o caminho do socialismo do século 21. Mas antes tem que superar as contradições imanentes da luta de classes acelerada no qual se encontra a desigual sociedade venezuelana.
Na Venezuela, a cobra está fumando e o gato subiu no telhado. Pronto, falei só o esquemático e dois ou três chavões.
10 comentários:
-Após esses anos todos de eleições presidenciais, mais a estarrecedora experiência de Lula presidente, dá pra afirmar que no capitalismo vige a democracia e a liberdade só para "os de cima".Para os debaixo resta vender sua força de trabalho, quando der ,e pelo preço que a patronal desejar.Resta-lhes fome, transportes coletivos entupidos de gente e sempre atrasados.Em casa, ter uma família desajustada, motivada pelas carências materiais, enfim, para os debaixo é o inferno em vida. Hugo Chavez sempre soube disso.Caminhar pra frente, resoluto é a única alternativa.É hora de executar o Plano B, que certamente passa por não aliviar a burguesia venezuelana.Pra isso há que se pensar em seu sucessor desde já, que, por óbvio passará pelo PSUV, recém formado. Se nada disso der certo, ocasionando a vitória do imperialismo, mesmo assim, Hugo Chavez entrará para a história como um grande combatente das causas do povo pobre de nosso combalido continente.
A luta contra a desigualdade social se faz com politica de inclusão social e não com discurso político de enfrentamento, antagonismos e ressentimentos. Errado estava o Fogaça quando dizia: não existe paz sem divisão. Não querendo ser (mas sendo) piegas eu afirmo, a paz se faz com união, convergência e conciliação. Assim progridem os países econômica e socialmente. A derrota de Chávez pode ter sido microscópica, mas foi significativa. O apertado e rotundo não é uma manifestação política importante e que está mostrando que a onda vermelha tem condições de se dissipar e se desinteressar pelos rumos do chavismo. As longas filas do leite, do frango, dos ovos, da farinha (interessante, isso sempre ocorre nos socialismos) foram fundamentais para a derrota. Chávez se queixou da abstenção, mas se abster (como nos ensinou o Mercadante) é também uma manifestação politica. A Venezuela está cansando do chavismo e das brigas causadas por Chávez e sua paranóia que lembra Idi Amin Dada (que poderiam ser sim evitadas). E que bom que a oposição, finalmente, acordou.
"Por enquanto, não foi possível". Claro, o caminho pela democracia burguesa tem esses percalços. Mas, mesmo nesse campo o "sim" cometeu erros táticos e estratégicos. Partiu para o "já ganhou" quando a luta, como diz Feil, estava comendo nas ruas, nas universidades e nas indústrias. Substimaram a capacidade de reação das forças do "não". Faltou explicações convincentes do que se votava. Lembrou o plebiscito ou referendo das armas aqui na terrinha. Tudo isso e mais um pouco, levou à absurda abstenção, ou seja, "já ganhamos mesmo", partamos para a comemoração.
De qualquer maneira, cadê a ditadura chavista? Cadê a fraude eleitoral? o reconhecimento da derrota foi pronta. Imaginem se tivesse dado o "sim": o mundo teria desabado, haveria choro e ranger de dentes de que houvera fraude e de que era impossível referendo "numa ditadura". A revolução continua. Bolívar vive.
Chávez não foi muito inteligente. O SIM teria ganhado mais uma vez de lavada caso não tivesse a emenda da reeleição por sucessivos mandatos.
Maia, um detalhe: é muito bonito dizer que toda a solução passa pela conciliação, pela paz, etc. Só que tu jamais paraste pra te colocar na posição do oprimido, que, no começo, se humilha; depois, pede; um pouco mais adiante, dá uma cutucada; mais tarde, se põe na frente para poder ser visto; depois, grita; depois...
...Depois de tanta INDIFERENÇA por parte de alguém que deu de ombros durante o tempo todo, NÃO EXISTE DIÁLOGO POSSÍVEL.
Em curtas palavras, a moral burguesa só admite diálogo entre semelhantes de classe. Fora isso, só há arbitrariedade e coerção.
[]'s,
Hélio
Concordo com o Hélio. Provavelmente tenha pesado muito contra a proposta o item que previa a reeleição por indefinidas vezes, que foi justamente o mais atacado pela mídia. Pois os outros items certamente seriam aprovados em massa pelo povo.
De qualquer forma, o que parece claro é que muitos deixaram de votar justamente porque apóiam o governo Chávez mas não queriam votar "contra ele", por não concordarem com a proposta de reforma.
Seu Maia disse: "a paz se faz com união, convergência e conciliação". A melhor forma pra se analisar essa frase do seu Maia, bastante teórica, como de resto a direita sempre foi, é fazermos uma simples análise entre o senhor da BMW 0 km e o senhor da carroça puxada pelo pangaré de 10 anos e 20 kg mais magro do que deveria. Vamos lá! 1)O que poderia unir essas duas pessoas? Um desejo de mudança, do "status quo", para que TODOS sejam iguais, ou seja: Todos andaremos de carroça ou TODOS andaremos de BMW? O que une esses dois senhores, seu Maia? 2) Qual a convergência que pode existir( que pergunta bobinha a minha) os dois pensam na janta. O senhor BMW aonde comerá seu caviar e o senhor pangaré aonde poderá pegar os restos da comida do senhor BMW. Portanto, há uma convergência de caminhos, mas por motivos absolutamente diferentes: o primeiro pelo supérfluo e o segundo pela sobrevivência. 3) Como conciliar a frustração desses dois senhores, já que o primeiro deixará de ter seu caviar e ar condicionado para que o segundo deixe o pangaré engordar e possa ter um ventilador às custas do primeiro? Logo, seu Maia, realmente, falar de lutas de classes é muito mais que teorias; são atitudes e contrariar interesses das maiorias em pról das minorias. Em qual país do mundo, os ricos são maioria e dividem irmamente os recursos com os pobres? Finalizando, deveríamos parar de engrossar as fileiras daqueles que criticam quem está fazendo algo e não apenas teorizando. Afinal, quem gosta de pobreza é filósofo ou sociólogo(rindo), como comprovou FHC. O que deu certo afinal, o que de fato venceu não foi a oposição burguesa fascista venezuelana mortinha de medo do índio 'cuiudo'. Não! O que venceu foi a democracia. Essa mesma democracia que TODOS os jornalões e jornalistas jabazeiros, destacaram e falaram sem parar hoje, pq são pagos pra fazerem isso. É apenas jogo deles. Agora não existe a tal DITADURA de Chavez. Na opinião deles, hoje, o que existe e a DEMOCRACIA Venezuelana, jamais o fascismo explícito burguês venezuelano. Que meigo, né não? Haja saco e estômago pra ouvir e ler esses caras! Chavez perdeu, nós os pobres perdemos, a América Latina perdeu pro fascismo burguês engambelador, mais uma batalha, mesmo que seja "por enquanto"(sic). Perdemos, ok?! Então tá! Só gostaria de saber, que espécie de vitória é essa onde ninguém ganha nada? E gostaria mais ainda de saber, e essa é especialmente pro seu 'dotô-professô'(sic) Maia, como disse PHA, é:" CADÊ A DITADURA DE CHÁVEZ? Tal cá no Brasil, como lá na Venezuela, os mesmos golpistas de sempre ainda são eficazes. É disso que afinal se trata.
verinha_gaucha@hotmail.com
Hélio e Verinha. Chile, Espanha e Portugal são países que fizeram conciliações sociais e se desenvolveram econômica e socialmente. Em todos estes países a qualidade de vida da população melhorou consideravelmente a partir de um pacto social. Hélio, o diálogo é sempre possível, a conciliação também. Miséria, pobreza não interessa a ninguém, nem mesmo ao grande capitalista que está interessado em vender seu produto a mais e mais pessoas. Nem mesmo o carinha do BMW e do Rolex interessa o aumento da pobreza, porque ele chega em casa toda gradeada e morrendo de medo de ser sequestrado e/ou roubado. Existe uma linguagem de desenvolvimento econômico e social e ela passa necessariamente pela conciliação e pela prática democrática (que não é ideal burguês).
Tchê, acho que o Maia foi incorporado, ele tá se sentindo muito à vontade no Gauche. Bem vindo Maia!
Só tem uma coisa Maia, tenta entrar no blog do Reinaldo Azevedo e fazer um comentário que não seja da linha da criatura. Depois nos conta o resultado..
Caro Seu Maia, credito que as pessoas que viveram e infelizmente sucumbiram na revolução dos cravos de Portugal, no movimento de derrubada do Franco na Espanha e as mães que buscaram justiça contra Pinochet, no Chile, não concordariam com essa sua frase, digamos no mínimo 'absurda': "Chile, Espanha e Portugal são países que fizeram conciliações sociais e se desenvolveram econômica e socialmente. Em todos estes países a qualidade de vida da população melhorou consideravelmente a partir de um pacto social." Gostaria de saber em qual base, está sustentada sua argumentação? As mudanças sociais em países tradicionalmente de governos de extrema direita e as reformas NUNCA foram feitas pacificamente, porque sempre foram governos elististas de minorias.
Desculpe, seu Maia, mas uma mentira repetida mil vezes, NUNCA irá se tornar verdade. Devemos fidedignidade à história e jamais distorcê-la no porpósito de adequálas às nossas visões ideológicas. Senão, cairíamos na tentação de achar que Ayatolás, Hittlers, sem esquecermos Mussolinis, eram revolucionários sociais, pois em seus países jamais houve uma oposição que tivesse voz e oportunidade de se manisfetar.
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