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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007


Vamos virar um imenso Detran

O Palácio Piratini (hoje, só um prédio histórico habitado por morcegos e roedores por dentro e pombos por fora) comemorou ontem a aprovação do projeto que permite parceria entre o Estado e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPS). O projeto, vitorioso por 37 votos a 17, era de grande importância para o governo tucano. O aval da Assembléia para as OSCIPS é uma das contrapartidas acertadas pelo Estado junto ao Banco Mundial para garantir o empréstimo de US$ 1 bilhão obtido no início de dezembro. O governo estadual irá regulamentar a lei - que acontecerá por decreto da governadora Yeda Crusius. Os critérios para a seleção das OSCIPS que querem assumir os serviços públicos também aguardam regulamentação.

A partir de agora o governo Yeda transfere a a gestão de serviços públicos para as OSCIPS, que são organizações não-governamentais (ONGs) habilitadas pelo próprio Estado, sem a necessidade de haver licitação pública. Os futuros empregados dessas entidades privadas elevadas a condição de gestoras públicas não precisarão fazer concurso público, como exige a lei para qualquer servidor, serão escolhidos por critérios particulares dos dirigentes das OSCIPS.

Este é de fato "um novo jeito de governar", afinal. Partes importantes do setor público ficarão sob a responsabilidade de entes privados, sem nenhuma responsabilidade pública, sem concurso, sem licitação, sem controle, sem ter passado pelo crivo das urnas e de acordo com critérios subjetivos e não-impessoais.

O Rio Grande a partir de ontem marcha a passos céleres para se transformar num imenso Detran - aquela autarquia que vinha sendo assaltada por malfeitores já há cinco anos, apesar de todos os controles formais as quais estava submetida. Agora, com esses controles afrouxados ou inexistentes, o Rio Grande ingressa num tempo de vale-tudo e irresponsabilidade generalizados.

Não é só o Palácio Piratini que está baldio e habitado por pequenos roedores.

13 comentários:

Andre Passos disse...

Como diz o ditado: e foi-se o boi com a corda...

Anônimo disse...

e outra... onde passa boi, passa boiada!

Anônimo disse...

bah, vai ser uma detranzada só, os "homens de bem" da valorosa pátria guasca vão se locupletar, ô vergonheira!!!
ps: diz que os caras acharam uns ratos gigantes lá na indonésia, grande novidade, aqui no detran da província faz tempo que descobriram uns, e bem maiores...

Anônimo disse...

ah, e na assembléia tinha tb. uns bem gordos...

Anônimo disse...

Quem assistiu ontem pela tv assembléia ficou embasbacado(a).
Teve de tudo, até um deputado do PP (Fischer sem pescoço) indo à tribuna e dizendo que ele defendia os trabalhadores de verdade, que batiam cartão.
Chamando claramente todos os funcionários públicos de vagabundos.
Claro q o sem pescoço é um coitado desqualificado, mas q quase apanhou isso é fato!!!!

Carlos Eduardo da Maia disse...

O blogueiro parece a hiena dos desenhos da Hanna Barbera que sempre dizia: isso não vai dar certo. Não vai dar certo, por que, cara pálida? Em qualquer lugar do mundo socialmente desenvolvido existe parceria entre setor público e privado, porque a esquerda espartaquista insiste em manter as mesmas estruturas de um Brasil arcaico e detesta qualquer forma de oxigenação e flexibilização do Estado? Como se fosse possível no complexo, difuso mundo que estamos embutidos o EStado ter o monopólio de todo o serviço público. O Estado tem que ser o gerenciador, o controlador e o fiscalizador da gestão do serviço público (permitido, concedido e autorizado). Foi uma bela e grande notícia a aprovação desse projeto. Mas tem gente que tem saudades do monopólio estatal das teles e acha que o Britto errou em privatizar a CRT... Como diz o Diego da Casagrande, isso não é vanguarda, isso é atraso.

Anônimo disse...

Tem gente que ainda acredita, depois de tudo que aconteceu no RS (Detran, por exemplo) que dar um cheque branco à iniciativa privada para gerir serviços públicos é uma boa.

Sem especificar quais serão os métodos de controle e fiscalização das OSCIPs, é duro acreditar que a coisa vá funcionar. A roubalheira vai ser de vanguarda, como disse acima o anti-esquerdista preferido do blog.

Anônimo disse...

A referência do Maia é o Diego da Casa-Grande (ex-Senzala), um dos caras mais desqualificados do pampa guasca.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, os métodos de controle não precisam estar na lei das OSCIPS. O controle decorre da Constituição Federal, da Lei de concessão, autorização e permissão de serviço publico à iniciativa privada e é tarefa dos órgãos de governo, do Ministério Público estadual e federal e dos Tribunais de Contas. Se todos os países desenvolvidos socialmente deste mundo fazem esse tipo de parceria, por que o RS tem que ficar sempre no estatismo arcaico???? Isso é burrice.

Anônimo disse...

Com este governo que está no comando, ou melhor dizendo essa turma que esta se locupletando, será prato cheio... de dinheiro, faltou cinco, para os quarenta ladrões e a Alyeda babá.

Anônimo disse...

e onde tava a fiscalização no detran???? imagina, se com um já deu no que deu, imagina com uns qtos. serviços "brancoprivatizados" agora, vai ser uma festa só pra jaguarada...

Anônimo disse...

pô maia, diego cacagrande?? bela referência... bah!!! só falta agora tu citar o "boto" lá da veja e o pb, aí tá completo.

Anônimo disse...

Quem vai fiscalizar o Fernando Schuller quando ele assumir o comando do Teatro da Ospa com a Oscips Telos?

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