A guerrilheira Vera perde o último combate
Morreu ontem, a brava companheira Vera Sílvia Araújo Magalhães. Vera Sílvia foi ativista política de esquerda e lutou contra a ditadura militar nos anos sessenta e setenta. Participou do seqüestro do embaixador norte-americano. Foi presa e barbaramente torturada pela repressão policial-militar do Estado ditatorial. Foi libertada no dia 15 de junho de 1970 (foto do embarque para a Argélia, Vera está sentada por ter tido graves problemas de locomoção devido às torturas na cadeia), em troca de outro seqüestrado, o embaixador Von Hölleben, da Alemanha ocidental, junto com mais 39 presos políticos, entre os quais Apolônio de Carvalho. Mais adiante Vera Sílvia ficou exilada na Suécia, junto com inúmeros outros ex-presos políticos brasileiros. No livro de Fernando Gabeira, "O que é isso, companheiro?", estão relatadas muitas das passagens de Vera e sua luta.
O corpo de Vera Sílvia será cremado hoje, às 11 horas, no cemitério do Caju, no Rio. Ontem, João Batista de Andrade ainda fez esta última homenagem à Vera Sílvia, que também é nossa:
Vera à vera
Vera
à vera
foi a Vera
mais à vera
que já vi
Vera
verteu por nós
as lágrimas
mais salgadas
que já vi
Vera
converteu
os vermelhos
mais vermelhos
que já vi
Vera
subverteu
as mais duras
penas e empenas
que já vi
vai Vera
soprar o vento
da verdade
mais verdadeira
que já vi
Vera
à vera
foi a Vera
mais à vera
que já vi
Morreu ontem, a brava companheira Vera Sílvia Araújo Magalhães. Vera Sílvia foi ativista política de esquerda e lutou contra a ditadura militar nos anos sessenta e setenta. Participou do seqüestro do embaixador norte-americano. Foi presa e barbaramente torturada pela repressão policial-militar do Estado ditatorial. Foi libertada no dia 15 de junho de 1970 (foto do embarque para a Argélia, Vera está sentada por ter tido graves problemas de locomoção devido às torturas na cadeia), em troca de outro seqüestrado, o embaixador Von Hölleben, da Alemanha ocidental, junto com mais 39 presos políticos, entre os quais Apolônio de Carvalho. Mais adiante Vera Sílvia ficou exilada na Suécia, junto com inúmeros outros ex-presos políticos brasileiros. No livro de Fernando Gabeira, "O que é isso, companheiro?", estão relatadas muitas das passagens de Vera e sua luta.
O corpo de Vera Sílvia será cremado hoje, às 11 horas, no cemitério do Caju, no Rio. Ontem, João Batista de Andrade ainda fez esta última homenagem à Vera Sílvia, que também é nossa:
Vera à vera
Vera
à vera
foi a Vera
mais à vera
que já vi
Vera
verteu por nós
as lágrimas
mais salgadas
que já vi
Vera
converteu
os vermelhos
mais vermelhos
que já vi
Vera
subverteu
as mais duras
penas e empenas
que já vi
vai Vera
soprar o vento
da verdade
mais verdadeira
que já vi
Vera
à vera
foi a Vera
mais à vera
que já vi
8 comentários:
bonito
Vera se foi, mas
será sempre 'gauche' na vida.
Bela e justa homenagem, ela, a Vera, havera de estar bem...
Depois do retorno, continuou atormentada pelas torturas terríveis que sofreu, tal como o Frei Tito. Mas, procurou continuar a luta e ser útil ao seu povo.
Minhas tristezas e sentimentos.
armando
só que o Tito se matou
perdão... meus sentimentos pela Vera!
Valeu, Cristóvão!
Eu distribuí esta poesia, hoje, no velório dela. O Felipe, filho dela, gostou muito da homenagem à mãe.
Valeu, mais uma vez.
Eli Eliete
Abraço, Eliete!
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