Apanhadas no Chão
- De um amigo meu, no bar: "Trabalho tanto que não tenho tempo para nada; à noite, bebo um pouco para lembrar as minhas mágoas."
- De um vendedor de cinzeiros de barro em Belém: "Se eu escrever com C, em vez de S, ninguém vai comprar."
- De um conhecido meu, quando lhe disse que certo homem público, embora de poucas luzes, era grave e honesto: "O jumento também é grave e honesto."
- Do mais preto, passando por mim, quando o menos preto lhe disse que ele só pensava em mulher: "Ué, pensar então em quê?"
- De uma expressão mineira: "Fala mais que pobre na chuva."
- Do finado Humphrey Bogart: "Um homem está sempre duas doses abaixo do normal."
- De um forjador de provérbios: "Caranguejo idoso pensa muito e brinca pouco."
- De um velhinho, ante o ar conjectural do caixeiro, quando pediu na livraria um manual sobre limitação de filhos: "Não é para mim; é para papai."
- Do matuto para o médico: "Foi tiro e queda, doutor: a pílula desceu e parou direitinho na casa da dor."
- De um velho do interior ao provar soda pela primeira vez: "Tem um gostin de pé dormente."
- De Jaime Ovalle: "O importante não é saber se a pessoa gosta de uísque, mas se o uísque gosta da pessoa."
- De Camilo Paraguassu, em um poema: "Vista de Paquetá, a lua é linda."
- De Garrincha, muito absorto, meio segundo antes de ser dada a saída no jogo do Brasil com o selecionado soviético em 1958: "Olha ali, Nilton, aquele bandeirinha é a cara de seu Carlito..."
- Do mesmo, contando ao colega onde comprara uma gravata (Roma): "Foi naquela cidade onde seu Zezé levou aquele tombo no vestiário."
- Do mesmo para um companheiro de pelada: "Quer parar de driblar!"
- De Osvaldo Cabeça de Ovo, no dia em que seu time de areia perdia de cinco a zero: "Arrecui os arfe para invitar a catastre."
- Do treinador, também de praia, Trindade: "A missão do centrefór é atrapaiar os beque."
- De um outro treinador para o goleiro: "Carambolou, arreia."
- De um torcedor a meu lado, vendo uma jogada magistral do enciclopédia Nilton Santos, errando, paroxismado, na tônica: "Dá-lhe, catédra!"
- De Graciliano Ramos, quando ouviu pela primeira vez um rouxinol: "Eta passarinho chato!"
- Do cabo Firmino, na revolução de 30, promovido pelo comandante da Força Pública Mineira, por ato de bravura em batismo de fogo: "Uai, seu coronel, tava pensando que era manobra."
- De Hemingway sobre a famosa modelo Kiki de Montparnasse: "A única mulher que nunca dormiu em sua própria cama."
- De um estudante para mim: "Escritor é o Euclides! Olha só: O sertanejo é — vírgula! — antes de tudo — vírgula! — um forte — ponto!"
Paulo Mendes Campos (1922-1991)
- De um amigo meu, no bar: "Trabalho tanto que não tenho tempo para nada; à noite, bebo um pouco para lembrar as minhas mágoas."
- De um vendedor de cinzeiros de barro em Belém: "Se eu escrever com C, em vez de S, ninguém vai comprar."
- De um conhecido meu, quando lhe disse que certo homem público, embora de poucas luzes, era grave e honesto: "O jumento também é grave e honesto."
- Do mais preto, passando por mim, quando o menos preto lhe disse que ele só pensava em mulher: "Ué, pensar então em quê?"
- De uma expressão mineira: "Fala mais que pobre na chuva."
- Do finado Humphrey Bogart: "Um homem está sempre duas doses abaixo do normal."
- De um forjador de provérbios: "Caranguejo idoso pensa muito e brinca pouco."
- De um velhinho, ante o ar conjectural do caixeiro, quando pediu na livraria um manual sobre limitação de filhos: "Não é para mim; é para papai."
- Do matuto para o médico: "Foi tiro e queda, doutor: a pílula desceu e parou direitinho na casa da dor."
- De um velho do interior ao provar soda pela primeira vez: "Tem um gostin de pé dormente."
- De Jaime Ovalle: "O importante não é saber se a pessoa gosta de uísque, mas se o uísque gosta da pessoa."
- De Camilo Paraguassu, em um poema: "Vista de Paquetá, a lua é linda."
- De Garrincha, muito absorto, meio segundo antes de ser dada a saída no jogo do Brasil com o selecionado soviético em 1958: "Olha ali, Nilton, aquele bandeirinha é a cara de seu Carlito..."
- Do mesmo, contando ao colega onde comprara uma gravata (Roma): "Foi naquela cidade onde seu Zezé levou aquele tombo no vestiário."
- Do mesmo para um companheiro de pelada: "Quer parar de driblar!"
- De Osvaldo Cabeça de Ovo, no dia em que seu time de areia perdia de cinco a zero: "Arrecui os arfe para invitar a catastre."
- Do treinador, também de praia, Trindade: "A missão do centrefór é atrapaiar os beque."
- De um outro treinador para o goleiro: "Carambolou, arreia."
- De um torcedor a meu lado, vendo uma jogada magistral do enciclopédia Nilton Santos, errando, paroxismado, na tônica: "Dá-lhe, catédra!"
- De Graciliano Ramos, quando ouviu pela primeira vez um rouxinol: "Eta passarinho chato!"
- Do cabo Firmino, na revolução de 30, promovido pelo comandante da Força Pública Mineira, por ato de bravura em batismo de fogo: "Uai, seu coronel, tava pensando que era manobra."
- De Hemingway sobre a famosa modelo Kiki de Montparnasse: "A única mulher que nunca dormiu em sua própria cama."
- De um estudante para mim: "Escritor é o Euclides! Olha só: O sertanejo é — vírgula! — antes de tudo — vírgula! — um forte — ponto!"
Paulo Mendes Campos (1922-1991)
6 comentários:
Garrincha, comentando uma declaração de seu marcador soviético de que ele (Garrincha) fazia sempre a mesma jogada: "Saber ele sabe que faço a mesma jogada, mas ele não sabe é quando..."
Garrincha, após as instruções do seu Feola, antes do jogo contra os soviéticos: "E quem vai combinar isso com os russos?"
No site do maníaco Polibio Braga há uma enqueta sobre o Homem do Ano 2007. O sociopata Diogo Mainardi está um pouco a frente de Lula. Peço aos leitores desse blog que vão até lá e votem em Lula para sacanear o psicótico Polibio.
Acho q temos d deixar como está. É como vc disse anônimo: é o site d um maníaco. Só ali o sociopata
Diogo Mainardi ganha do Lula.
E tem aquela do vendedor d amendoim fazendo seu pregão: vamo lá pessoal, vamo lá, olha aí, olha a força estranha...
Não vou dar acesso prá sociopata.
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