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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Mistério no Rio Grande: Gerdau doa dinheiro grosso ao Judiciário guasca
Oito perguntas que não querem calar
Hipoteticamente, alguém tem cerca de 40% do patrimônio em disputa no Poder Judiciário. São demandas as mais variadas, tanto naquelas em que o sujeito é réu, como naquelas em que é autor. Em ambas as situações, o seu patrimônio está em jogo, tanto pode perder quanto pode ganhar patrimônio. Então, é acometido de um ataque agudo de prodigalidade e passa a doar quantias expressivas ao Judiciário. Revelar a sua verdadeira intenção seria transformar a generosidade em ato mesquinho com objetivos repugnantes. Logo, o nosso hipotético benemérito passa a ser cantado em prosa e verso como abnegado mecenas do Direito e das ciências jurídicas.
Deixando as conjecturas de lado, vamos indagar sobre algumas questões:
1) Como o Judiciário irá contabilizar esse um milhão de reais doados espontâneamente pelo empresário Jorge Gerdau Johannpeter ao Poder Judiciário do Rio Grande do Sul?
2) O Poder Judiciário passa recibo e presta contas da aplicação desses recursos ao doador?
3) O referido empresário já fez outras doações em dinheiro vivo ao Poder Judiciário/RS?
4) Outros empresários do estado já efetuaram doações em dinheiro ao Judiciário estadual?
5) Quantos processos tramitam no Judiciário onde o referido empresário é nominado como parte? Que montante de recursos ou bens estão envolvidos nesses processos?
6) Por que o Poder Judiciário/RS não dá publicidade às doações que recebe de pessoas físicas e pessoas jurídicas?
7) Baseado em que legislação o Poder Judiciário aceita/contabiliza recursos monetários originados de doação espontânea de pessoas físicas e/ou jurídicas?
8) A doação - conforme informado pelo jornal Zero Hora, edição de ontem (ver fac-símile acima) - exige alguma contraprestação do Poder Judiciário ao doador? A que "resultados animadores" se refere a nota do jornal?
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24 comentários:
Numa rápida visita a página do tribunal pude achar pelo menos 5 processos do empresário apenas na comarca do POA.
Prezado,
Ao menos a doação foi feita abertamente, não "por baixo dos panos", como faz-se supor por outras notícias nem tão noticiadas como esta a que se refere a postagem.
Pelo que já presenciei desta doação, é na mesma linha do geral do Sr. Gerdau, ou seja: "qualidade total". Pude testemunhar uma palestra do Presidente do Tribunal do RS (será esta a designação correta??) onde foram apresentadosa alguns resultados do tal programa de qualificação - de fato, animadores em termos de economias p/ o Estado, etc.
Contudo, a verdade está nos olhos de quem lê...
Abraços
"não existe almoço grátis".
... já dizia Milton Friedman, papa santificado do neoliberalismo
O ciclista Calliari não entendeu uma coisa elementar - o juiz não pode receber doações do particular, mesmo que ele não seja réu em qualquer processo. Se a doação foi feita por um réu, não é preciso nem comentar, não é? É suborno disfarçado de doação, pois ninguém decide contra seu "benemérito" - o contrário seria "virar o cocho"...
Ciclista Encalhado, tu não és digno da bicicleta que pedalas.
A imparcialidade que via de regra é sofrível, quando se trata dos capitães da indústria e bancos, agora tende a ir para o ralo.
armando
Outras dúvidas: quem são os profissionais que prestarão serviços para implantação do PROGRAMA DA QUALIDADE? Como serão contratados? Por quem? Como serão remunerados?
Não estou defendendo ninguém, nem a mim mesmo / minha opiniões. Contudo, a doação foi feita ao Estado do RS, pois o Poder Judiciário a ele pertence, enquanto estrutura, e dele é parte indissociável. Sou funcionário público e diariamente vejo como o dinheiro é mau empregado. O que me foi oportunizado conhecer sobre onde foi investido o dinheiro da doação em questão demonstrou que é (às vezes) é necessário alguém externo às instituições para demonstrar o quanto pequenas medidas podem representar uma grande economia para o Estado, resultando em benefícios para a população em geral, não só p/ acionistas majoritários de empresa "x" ou "y". Quem dera caísse 1 milhão por aqui p/ fazer tudo andar mais rapidamente.
De qualquer modo, acho triste que algumas pessoas (que não possuem nem a dignidade de identificar-se) queiram atingir pessoalmente alguém que expõe um ponto de vista, aprovado pelo blogueiro, diga-se de passagem... mas esse é o modo de pessoas com pouco ou nenhuma harmonia de pensamento.
abraços
E se um certo empresário generoso tivesse o hábito de bancar uma festa anual para a Receita Federal do RS? Digamos que isso tenha ocorrido durante anos e que só tenha cessado ano passado ...
Bem, Feil. Depois de receber gordos subsídios públicos por anos a fio, até eu poderia fazer o papel de um mecenas e sair doando dinheiro à vontade. Falando-se em gaúcho, trata-se de "fazer cortesia com o chapéu dos outros". Ademais, por que não fazer um pouquinho de marketing pessoal, não é mesmo?
Por outro lado, esepramos que ZH nos brinde com uma reportagem bem clara do quanto as empresas Gerdau levaram do Fundopem e outras isenções fiscais.
Perseguir a qualidade é ótimo, sempre, aplausos. Mas não precisa disso.
Empresário conhece empresa, só conhece Estado a partir do outro lado do balcão. Precisa uma década para se conhecer uma delas e outra década para aprender a fazer dando certo.
E são diferentes, quem não notar as peculiaridades, vá se informar melhor antes de dar palpite no que não lhe diz respeito.
A atitude indulgente e arrogante do "empresário que batalha para os outros melhorarem", sugere que os administradores do TJ compraram a balela da qualidade através do modelo do Gerdau e desacreditam de si próprios.
Não foi por causa de falta 1 milhão que o TJ aceitaria auxílio do Gerdau.
É por falta de autoestima, autoconfiança e respeito próprio mesmo. É a ilusão basista do "homem de negócios", que muitos desembargadores tem suficiente agudeza de espírito para não cair nela.
É muito puxasaquismo facultar ao Gerdau se apresentar na situação de patrocinador da qualidade do TJ, uma afronta aos seus servidores adminsitrativos.
Esse Programa Gaúcho pela Qualidade, o PGPQ, é um ninho-berçário do pensamento de direita no RGS. Junto com o tal Instituto Liberal eles formam um núcleo do neoliberalismo por aqui e recebem $$$$$ dos think thanks internacionais, Ford Foundation, CIA, Univ. de Chicago, etc.
Querem "ganhar" ideologicamente o Judiciário guasca. Não precisa muito, é só um incentivozinho de 1 milhão.
Um troquinho de nada.
é a comprovação do que já sabíamos: que tem mais dinheiro tem mais justiça, digamos assim.
o que surpreende é a certeza da não contestação do ato benemérito. o poder da imprensa de relativizar as promiscuidades público-privadas é tamanha que nem se envergonham de divulga-los, claro, desde os "incidentes" da yeda.
o cloaca news também comentou esse detalhe e prometeu investigar as aparições judiciais do seu joão pedro, vamos aguardar.
RS inova mais uma vez, agora temos "Justiça Censitária", ou seja, quem tem um milhão pra doar goza de justiça por inteiro, quem não tem sofre injustiça por inteiro.
Estamos cada vez mais parecidos com as Alagoas do Collor, mas as Alagoas da República Velha. Hoje as Alagoas são um poquinho mais MUdééééerrrrna.
Celacanto provoca maremoto!
Só não entendi uma coizinha. Se a doação era pra ser "discreta" por que é que a ZH noticiou numa das páginas mais lidas? Estou refletindo... muito! Quando um ser humano comum, um reles mortal, faz algo discreto, não avisa pro jornal... tem muito mais coelho neste mato do que se possa imaginar.
Feil,
Você leu o que o Cloaca postou ontem a esse respeito?
.
http://cloacanews.blogspot.com/2009/12/na-moita-tribunal-gaucho-teria-recebido.html
.
Pelo jeito, os caras do blog vão fuçar. E quando eles fuçam, sabemos bem o que vão encontrar.
A ética e o bom senso foram para o espaço, passaram pelo planeta Netuno já faz algum tempo.
Abraço Marcelo J.
Para o Calliari ciclista.
Não sei se é inocência, burrice ou safadeza sua posição. O poder judiciário é a última esperança do cidadão numa sociedade civilizada: se ele falha, acabou. Por isso, um poder como esse não pode receber nada de ninguém que não seja orçamento público p/ seu funcionamento e salário p/ seus funcionários. Só.
Qualquer outra possibilidade será sempre suspeita.
Para o "Zé-ninguém-Anônimo": o Estado Brasileiro é falho desde que o Brasil é Brasil, sob muitos aspectos. Em alguns poucos é muito efetivo, como arrecadar impostos para colocar nas mãos de maus gestores que não sabem usar o dinheiro de outrem. A minha posição não defende nem acusa, nem dispõe ninguém.
De fato, você NÃO SABE DE NADA. E esta não é instância adequada para distribuir suas ofensas impensadas.
Adeus, fique com o seu pensamento mesquinho, que é exatamente igual àqueles por quem você nutre tanto ódio.
Não gaste sua lábia, Ciclista.
Por aqui quem não coaduna com as posições esquerdistas atrasadas e com a costumeira arrogância e petulância dos mesmos de sempre, é taxado de imbecil.
Ou tu és da linha deles ou és um mero lixo fruto da PIG, da Globo, da Veja, da RBS ou do raio que o parta.
Não se vexe. Eles se merecem.
Carmem Lúcia
Esse empresario é um daqueles que não pagam impostos!?
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