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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Liberou geral: avaliação de riscos dos transgênicos deve acabar


Mudança desobrigará as empresas de biotecnologia de realizar estudos científicos de avaliação de riscos

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) votará na quinta-feira (10/12) o fim do monitoramento dos efeitos adversos de organismos geneticamente modificados sobre a saúde humana e animal, o ambiente e os vegetais. A mudança desobrigará as empresas de biotecnologia de realizar estudos científicos de avaliação de riscos e de apresentar planos de monitoramento pós-liberação comercial de transgênicos no país. A informação é do jornal Valor, de hoje.

A nova regra deve "anistiar" os 25 produtos transgênicos (plantas, vacinas e enzimas) que já obtiveram aprovação para comercialização e beneficiará 11 pedidos que estão sob análise do colegiado, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A alteração na Resolução Normativa nº 5, em vigor desde março de 2008, dependerá do voto de 14 dos 27 membros titulares da CTNBio. O grupo favorável à mudança somaria 16 votos.

A medida também beneficiará diretamente a indústria alimentícia brasileira. Dirigentes da associação do setor (Abia) escreveram ao ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, para reivindicar o fim do monitoramento e ameaçaram derrubar a exigência na Justiça.

O presidente da CTNBio, o médico bioquímico Walter Colli, confirma a proposta de alteração na regra.

"Essas coisas não fazem mal. E, se fizerem, ninguém vai saber porque não tem como monitorar todo mundo. O argumento jurídico que se coloca é que monitorar só se justificaria se houvesse dúvida na análise de risco. Se o produto é idêntico ao convencional, não há razão para monitorar", explica.

Colli, que está em seu segundo mandato à frente da comissão, diz que o fim do monitoramento não causará problemas à população. "O monitoramento humano e animal foi uma esparrela, uma bobagem que fizemos. Cedemos pelo cansaço. Agora, a indústria alimentícia está sujeita a uma ação jurídica do Ministério Público por uma regra inepta da CTNBio. Cometemos um erro e quero corrigir isso", afirma.

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O presidente da CTNBio, o médico bioquímico Walter Colli, ligou o botão "fodam-se". Caso contrário, como se poderia interpretar a frase "essas coisas não fazem mal; e, se fizerem, ninguém vai saber porque não tem como monitorar todo mundo"?

Observem a gravidade do que está dizendo essa autoridade pública brasileira.

Walter Colli (foto) - velho amigo dos produtores de transgênicos - está falando do alimento nosso de cada dia, de comida cujo conteúdo se desconhece, tanto pode alimentar como pode matar, de forma silenciosa, a medio e longo prazo. No entanto, a autoridade pública lava as mãos e fecha os olhos para o risco que todos os brasileiros estão correndo ao colocar o alimento na boca.

Isso é muito grave!

6 comentários:

Amaury R. Sarks - Biólogo disse...

É a Comissão da IN-Segurança.
Essa CNTBio é uma piada esse Colli é um velho lobo em pele de cordeiro, manjado amiguinho da transgenia.
Colocaram um raposão cuidando do galinheiro da CNTBio.

VERGONHA VERGONHA VERGONHA VERGONHA!

Anônimo disse...

velho amigo dos agropilantras, hein? tá explicado...

Anônimo disse...

Tem gente séria e responsável lá na CTNbio também, só que como na nossa sociedade é uma minoria lutando por todos nós que não queremos estas aberrações.

Anônimo disse...

Pior que matar é todo interferência no ciclo natural dos seres vivos. A evolução natural sofrerá mudanças radicais e não temos como imaginar as consequências. Que futuro nos espera??

Anônimo disse...

Perfeito: o Sr. Colli não vê problemas nos transgênicos servidos na mesa alheia... Como sempre, no dos outros, pode.

Nelson Antônio Fazenda disse...

Façamos o seguinte: vamos empanturrar, diuturnamente, por anos a fio, o Sr. Colli só com alimentos transgênicos. Depois, ele vai poder nos garantir que "essas coisas não fazem mal". Será que ele topa essa?

É lucro garantido para a grande indústria química mundial. Primeiro, eles enchem nossos pratos com agrotóxicos e transgênicos. Ao mesmo tempo, enchem seus cofres com gordos lucros garantidos com esse modelo agrícola excludente e deletério.
Passam os anos e, "quando começam a aparecer as perebas", como dizia aquela propaganda, eles - os mesmos que nos envenenaram durante anos - vêm nos oferecer a cura para as doenças provocadas por tanto veneno.
Assim, ganham em duas pontas.
Domo diz aquela música, "Tá tudo dominado".

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