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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O vício de origem das pesquisas eleitorais




Confiabilidade zero


Não dou o crédito equivalente a uma moeda de cinco centavos a esse Instituto Methodus, que realiza o que chama de "pesquisa" para saber quem está ponteando a corrida eleitoral de 2010.

Não só esse instituto, outros também. Não merecem crédito. Essas pesquisas não são confiáveis. Os critérios e o ferramental usados por todas essas entidades de "pesquisa" são inadequados e falhos. O resultado é um arranjo harmônico entre o que se chama de "bom-senso" (seja lá o que isso signifique) e um cálculo tendencioso orientado por modelinhos pré-formatados a partir do padrão de consumo dos entrevistados. É de bom senso colocar o pré-candidato Tarso Genro em primeiro lugar, logo, coloca-se Tarso Genro em primeiro lugar. Muito bem, combina com a derrocada do yedismo de fracassos e converge para o que o imaginário popular suspeita para um cenário presente e futuro do Estado.

Mas isso não invalida, só reforça a fragilidade dessas "pesquisas". A matriz dos modelos de cálculos para aferição de tendência eleitoral é a mesma matriz usada para sondar a preferência das donas de casa pelo sabão em pó, por exemplo. Vamos admitir que são universos bem distintos. Um processo eleitoral pertence à esfera da política. Um produto de varejo pertence à esfera do consumo de mercadorias. No entanto, essas instituições de pesquisa seguem usando a mesma matriz , os mesmos modelos para examinar fenômenos absolutamente distintos.

Ademais, quem pode confiar numa entidade cujo garoto-propaganda é o senhor Denis Lerrer Rosenfield, reconhecido intelectual orgânico da direita guasca?

O fac-símile do vídeo comercial-promocional do Instituto Methodus foi obtido no próprio portal web da empresa.

14 comentários:

Luís disse...

O artigo abrange o essencial: o caráter de instrumento de disputa política que está sempre presente nas pesquisas; leia-se "quem as encomenda e para quê".
Mas lembro um detalhe um pouco mais técnico, só para ilustração: a margem de erro anunciada é teórica, puramente teórica. Se tudo der certo - equipe altamente capacitada, nenhum pesquisador acordar brabo com a(o) namorada(o) ou sem dinheiro para o lanche, etc - aí, então, a margem de erro real se aproxima da teórica - se tudo der certo, repito. Só que isto nunca é dito publicamente.
Conclusão: pesquisa séria é aquela feita "para consumo interno" - e com recursos muito bons.

jukão disse...

pimba, na mosca, feil

barcelosmarcio disse...

Texto sintético e perfeito.

Ah, e parabéns pela nova descrição do blog. Deve ser triste ter de trocar a expressão "o mar do século XXI" por "o pântano guasca", mas... fazer o quê, não é mesmo???

Anônimo disse...

Ei, sabes me dizer mais alguma coisa desse Rosenfield? Lembro de uma entrevista dele para uma rádio e ele descia o pau no Lula. Se puderes me informar ficarei grato.

A CARAPUÇA disse...

É triste, Cristóvão, ver o uso de ferramentas importantes como a estatística, sendo usada por essa ecumalha da direita para a construção/destruição( ou seria melhor condução?) do imaginário popular.
Cabe a estatística, como um ramo da matemática, o estudo de probabilidades baseados em tendências numéricas., Em meu tempo de estudante de engenharia eletrônica na PUC, lembro-me dos enunciados dos problemas propostos pelos professores. “Seja um dado honesto...”
“Seja uma roleta honesta...”
É muito fácil fraudar uma pesquisa. E a fraude começa na escolha da amostra. Na confecção do questionário, na escolhe dos entrevistadores, enfim, em todos os processos que tem o dedo de alguém com segundas intenções. Não poderíamos deixar de esquecer, do aval de certos filósofos, e que Sócrates nos perdoe.
Desonestamente, pode-se provar de tudo. Especialmente quando se pretende vender a imagem de um político como Germano Rigotto ou Yeda Rorato ex-Crusius, como se vende sabão em pó.
Será um processo eleitoral muito curioso, o próximo!
Cada partido tentando convencer que seu berimbau é, na realidade, uma vistosa gaita!

Rubens disse...

Então, dependendo do viés ideológico de quem endossa/mantém um instituto de pesquisa este se torna mais ou menos confiável? Este critério não valeria para jornais e blogues também que publicam o que querem e fazem oposição descarada a quem não possui a mesma cor partidária/ideológica?

SBENTENAR disse...

- O filósofo "heideggeriano" por acaso é sionista? Desculpem-me a contradição.

desconfiada disse...

Nos dias de hoje, a previsão do tempo feita por uma criança de três anos de idade é mais confiável que uma pesquisa eleitoral feita por institutos deste "naipe". Por favor, nos poupem das pesquisas. Hoje só acredito mesmo em Papai Noel!

Francisco Goulart disse...

As pesquisas serão assim:
No RS inicialmente Tarso está bem na frente. Aos poucos o candidato apoiado pela RBS vai se aproximando e chegam no final da campanha com o outro candidato ultrapassando Tarso.
No Brasil é assim: Serra, candidato da Globo, sempre bem na frente, até começar contradições entre pesquisadores. Aí começará guerra de números.
É sempre assim.

all disse...

ATENÇÃO FEIL: assista e veja se não lembra a repressão na década de 70. De dar medo. Um nojo. Se der, coloque aqui...


http://vimeo.com/user2774608

Anônimo disse...

Não adianta o Tarso estar na frente nas pesquiza. Na última hora vamos fazer valer o voto útil e votar em peso naquele que tiver condições de impedir que o RS seja novamente desgorvenado pelo PT.

Juarez disse...

pesquiza!?! teu voto deve ser mesmo muito útil...

Anônimo disse...

Pesquiza? Pois vá aprender a escrever primeiro antes de falar besteira, anônimo das 15:10.
Madalena

Anônimo disse...

Café pra loco não perciza muito assucre.

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