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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Zero Hora corre para o vinagre
Três exemplos de como não se faz jornalismo
Vá entender as editorias do jornal Zero Hora. Não tente, você pode adquirir um torcicolo mental a ponto de comprometer as suas faculdades cognitivas para todo o sempre.
Na edição de hoje, três abordagens de três temas distintos fritam o cabeção de qualquer um. Ignora-se onde os caras querem chegar, tamanha é a distorção dos princípios básicos do bom jornalismo.
O jornal da RBS quer ser engraçadinho quando menciona o "reino do Chávez". Engraçadinho e impreciso. A Venezuela é uma república democrática, não é uma monarquia. Se quiser insistir, o editor então deve mandar confeccionar os textos inteligentes chamados "para seu filho entender". Quanto à abordagem da chamada "crise bancária venezuelana" esta é puramente ficcional. Sugiro que os editores/redatores leiam a Folha de S. Paulo de hoje, o insuspeito diário dos Frias, certamente confiável à empresa dos Sirotsky. Na Folha serrista, se fica sabendo que o Judiciário da Venezuela mandou prender banqueiros "acusados de apropriação indevida de fundos de poupadores, fraude e formação de quadrilha, em sete bancos privados de pequeno porte". Em ZH, há uma livre re-interpretação da notícia, assim: "Presidente [Hugo Chávez, agora ele é "presidente", acima é chamado de "monarca"] já fechou sete bancos e prendeu oito executivos, causando apreensão entre correntistas". O Judiciário da Venezuela está procurando sanear o sistema bancário do País, com o objetivo de precisamente preservar a poupança e os investimentos dos cidadãos e cidadãs venezuelanos. Mas a matéria de ZH passa uma idéia inversa, a de que a intervenção "do Presidente Chávez" está trazendo insegurança para os correntistas dos bancos corrompidos por seus próprios donos e executivos financeiros.
A desonestidade jornalística dos editores de ZH, neste caso, é mais que evidente, é gritante. Trata-se de um estelionato midiático constrangedor. Pode ser objeto de estudos comparativos nas faculdades de Comunicação Social pelo Brasil afora. O professor coloca ZH e a Folha, lado a lado e compara o tratamento da referida matéria. Notem que estou - propositalmente - sugerindo a Folha, um jornal que não é propriamento o paradigma da honestidade jornalística, mas vá lá.
Outra matéria da edição de hoje, em ZH: essa não foi vítima da desonestidade dos editores, mas da inutilidade da notícia. Os caras estampam como manchete a clássica notícia do "cachorro que mordeu o transeunte". Ou seja, o governador Arruda nega enriquecimento. Ponto. Isto é notícia? Que relevância tem esta platitude para ocupar a manchete no alto de página? [Desculpem o oxímoro "platitude relevante".]
Outra, também de hoje: colocar na capa do jornal as desculpas esfarrapadas do "egrégio" ex-reitor da Ulbra. Onde está a relevância disso? A intenção é mesmo reabilitar a reputação de um suspeito de impor gestão temerária numa Universidade que envolveu alto risco à profissão e às expectativas e sonhos de mais de cem mil pessoas? Afinal, de que lado ZH está?
A continuar assim - com esse jornalismo de verdades particulares - ZH vai a passos largos para o vinagre da nossa indiferença.
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12 comentários:
Já foi, e faz tempo ! Quando a mocinha me liga para oferecer assinatura a gente diz as verdades, mas quem deveria ouvi-las são os editores e o próprio capo, Nelson Sirotsky !
Paz e bem!
Marcos:
Eu perguto à mocinha:
Quanto pagam?
Geralmente ela tá tão compenetrada
que informa o valor que querem cobrar
e só quando pede o n. do cartão de crédito
e eu pergunt por que não quer saber o n. da conta bancária
pois é por lá que desejo receber o pagamento
é que percebem que não vou assinar.
Faço o mesmo com a inVeja.
Imaginem só o que esperar de uma empresa jornalístican que começa a esboçar um novidade em termos de representação política. Não querendo mais representação de estranhos, começa a escalar a fina flor do reacionarismo midiático, como Lasier Martins (jurista de meia pataca)e Ana Amélia Lemos (sagrada vaca do botox transgênico)para candidatar-se a senadores da República.É o fim!
tvz. pra zerolixo bom foi o reinado de 8 anos do príncipe dos falcatruas, o nefando farol de alexandria. Ou tvz. bom seja o reinado guasca de maria antonieta, a louca (louca de sem vergonha) e seus capangas da al.
Esses relatos me deixam cada vez mais aliviado por ter cancelado, já faz tempo, a assinatura da Zero Hora.
Não leio a ZH nem no MacCafé.
E, olha, já nem gosto de quem a lê.
só sei que essa m... nem pra limpar a b..., de tão má qualidade que é o papel e a tinta (pior que o papel e a tinta só o que tá escrito com a tinta no papel e quem escreve, como os santanas, coimbras, abelhinhas, certos articulistas venais e outras porcarias quetais).
arre!!!
"... de que lado está a ZH?"
No lado recebedor do balcão, claro. Onde sempre esteve.
Flics
Meu caro Feil. A ZH está onde sempre esteve: do lado o "pudê", ou seja, onde a grana corre solta para a engorda dos lucros privados. Ética, moral? Às favas com isso tudo. O negócio da dita imprensa livre é otimizar seus ganhos, como qualquer empresa capitalista.
Agora, tenho minhas dúvidas quanto ao destino da ZH ser o vinagre. Mesmo entre os mais politizados do país (supostos) sempre sobra uma pá de bois-cornetas para comprar ou assinar coisas como essa.
Ora! Feil! É evidente que o ZH tenta reabilitar os integrantes dos esquemas de corrupção no Estado do RS. O Arruda está sustentado pelos mesmos partidos da Yeda. Diante dos fatos e enquanto não sai o Juizo Final eles continuam negando e mentindo.
Já o caso do ex-reitor da Ultra que saiu em reportagem especial do ZH, um dia antes da ação da PF e da RF, a manchete sinalisa que o chefe do esquema é vítima...A questão é esconder os atores do esquema, em especial os tais consultores, como o Sr. Padilha do PMDB, etc. O que o ZH está fazendo é um "jornalismo preventivo", em defesa dos seus aliados.
Excelente análise para defunto pouco.
A Venezuela é uma república democrática, Feil? De onde voicê tirou tamanha asneira?
Você não se lembra do fechamento da emissora de TV?
Não lembra da imprensa calada a ferro?
Vá se catar, Feil!
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