Como já dissemos, este blog não é democrático. Mas às vezes é acometido de pruridos (ou coceiras) democráticas. Hoje, aconteceu.
Vejam que estamos divulgando (a pedido dos bravos companheiros da José Martí) uma palestra sobre o inolvidável Kim Il Sung, fundador da Coreia do Norte, como a conhecemos hoje.
Kim Il Sung foi um stalinista dos mais empedernidos, cobria regularmente a mulher de porrada, e é o avô do atual jovem dirigente norte-coreano Kim Jon Il, fã confesso do rato Mickey (concepção do anticomunista Walt Disney) Já se vê que estamos diante de uma dinastia onde predomina um misto de monarquia consuetudinária com discretos aromas marxistas-leninistas.
A rigor, Kim criou uma justificação ideológica para entronizar-se no poder e garantir que seu filho e neto o sucedessem na direção do país. A justificação chama-se "Ideia Juche", cujo eixo principal chama-se sistema Songun, onde a política é concebida como uma subordinação do militarismo. Assim, o kimilsonguismo pode ser considerado a quintessência do stalinismo.
De qualquer forma, deve ser interessante ouvir o que o embaixador da Coreia do Norte tem a nos ensinar.
Ademais, sugiro a leitura de um artigo do grande intelectual marxista paquistanês, Tariq Ali sobre a Coreia do Norte, ele que esteve lá duas vezes, e diz o seguinte de Kim Il Sung: "Nunca em toda a minha vida senti tamanha aversão a um personagem político de esquerda".
Acessar aqui: http://revistapiaui.estadao. com.br/edicao-69/anais-da- historia/no-pais-do-grande-e- amado-peterson
Vale a pena a leitura, está muito bem escrito, já que Tariq Ali também é escritor de literatura. E dos bons.
5 comentários:
Sobre a Coréia do Norte, um mantra é repetido por intelectuais e por ignorantes: "É o regime mais fechado do mundo". Inobstante, todo mundo deita falação sobre a Coréia, seus dirigentes, o povo, etc. Pode ser interessante ouvir o que tem a dizer o palestrante, representante de um dos países do "eixo do mal". Quanto a Stálin, minha opinião já expressei: Considero-o um heroi. Um homem imprescindível no seu tempo.
Na biblioteca do IFCH da UFRGS tem as obras completas do Kim Il Sung. Impressionante o culto à personalidade, ou, para usar termos mais usuais, a "babação de ovo" em cima do "grande e iluminado líder". Ridículo.
Ary, o Stalin é um baita herói mesmo. Ele e sua turminha ajudaram a aniquilar qualquer possibilidade de comunismo real, planejaram uma expansão irresponsável de necessidades (ir à lua etc.), entrando na lógica do capital mais do que o próprio capital. Antes de tudo é preciso conhecer as necessidades e trabalhar para saná-las. Stalin fez o contrário disso. A única necessidade que conhecia era o partido e sua própria demência autoritária.
Com relação aos comentários sobre a Lady Gaga, tenho a certeza de que se o tradicional e conservadoríssimo esquerdista proprietário deste blog estivesse em 1967, participaria da famigerada marcha contra a guitarra elétrica. Por que é tão difícil para estes senhores quadrados da esquerda perceber que manifestações culturais pop podem ser tão ou mais revolucionárias que as políticas tradicionais? Claro, a cultura é um negócio da superestrutura e tal, é sempre consequência, epifenômeno, resto. Que visão pobre. Diferente dos outros senhores conservadores do vaticano, que tremem, com razão, de medo de fenômenos como Lady Gaga e tudo o que podem fazer, e fazem, para libertar almas do jugo das crendices religiosas e moralistas - de todos os estirpes. Porque será que me veio a imagem do Sr. Safatle, todo bonitinho, de gravata apertada no pescoço e desdenhando de tudo o que não se encaixa em um partido de esquerda??
Elogiar o Stalin é como elogiar a lógica totalitarista estadunidense sionista que se apoia no mito fundador do povo messiânico "escolhido" idêntica ao judaísmo israelita...
Postar um comentário