Ministério da Defesa faz derivações perigosas na diplomacia brasileira
Um dos tipos mais funestos da República, sem dúvida, é o ministro Nelson Jobim. Só não é mais, não é o campeão, porque lhe falta inteligência, a exemplo de seu avô, Walter Jobim, ex-governador do Rio Grande do Sul, de atuação opaca e esquecida. Para se ter uma idéia, Walter Jobim marchou com Getúlio Vargas na revolução de 1930, já em 1932, ele pula para o lado dos chamados constitucionalistas de São Paulo, lutando agora para golpear o governo varguista.
Essa é a bagagem histórica que orienta o peemedebista Nelson Jobim, ex-ministro do professor e ex-presidente Cardoso, e ex-colega de escritório de advocacia do indizível deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS).
Nelson Jobim adere ao lulismo de resultados, certamente inspirado pelo inquieto pula-pula de seu velho avô, e passa a experimentar outras emoções: de Rui Barbosa em compota que aspirava ser, passa a adotar o figurino de Napoleão das selvas, sempre com uniforme militar de campanha, segurando cobras enormes, onças pintadas, macacos buliçosos, tripulando tanques militares, e simulando o uso de armas de grosso calibre, etc. Afinal, um intrépido.
Saiu de dentro dele, um general acalentado nos sonhos de sua infância. Freud disse que a felicidade é a realização dos sonhos infantis, pois bem, se for assim, Nelson Jobim corre célere para alcançá-la.
Mas Jobim quer aliar a intrepidez dos grandes generais com o empreendedorismo dos grandes negociantes internacionais. Semana passada, vendeu ao governo do Paquistão, mísseis balísticos brasileiros, ignorando que isso pode trazer incidentes diplomáticos com a Índia, aliada preferencial do Itamaraty em vários projetos bilaterais. Tem participado de simpósios internacionais para discutir segurança nacional e as novas estratégicas geopolíticas que prevalecerão a partir do governo Barack Obama. O último, foi objeto de comentário aqui neste blog DG com o título “Jobim quer alinhar Brasil com o complexo industrial-militar do Estados Unidos” (leia aqui).
O Ministério da Defesa, a rigor, está querendo modificar a diplomacia brasileira, tornando-a mais belicista e orientada por critérios puramente comerciais, mas sempre alinhada com as estratégias geopolíticas norte-americanas – este tem sido o esforço incomum de Nelson Jobim na sua pasta. Ele combina pragmatismo comercial com estratégia geopolítica subalterna. Ora, isso é inédito na diplomacia brasileira, nem nos tempos sombrios da ditadura militar de 1964-85 houve esse descolamento entre a filosofia da Casa de Rio Branco e o pensamento militar brasuca.
O presidente Lula e a sua candidata à sucessão de 2010, a ministra Rousseff, têm assistido essas manobras jobínicas de forma passiva – até onde se sabe. Mas diplomatas do Itamaraty já começam a se inquietar com o grau de autonomia alcançado pelo ministro da Defesa.
Hoje, os jornais trazem a furo o primeiro agente do governo Lula a se manifestar abertamente contra políticas do Ministério da Defesa. Trata-se de Márcio Meira, presidente da Funai, que protesta contra conteúdos da chamada Estratégia Nacional de Defesa, proposta de proteção das fronteiras da Amazônia a ser lançada pelo ministro Jobim. O presidente da Funai acusa a Defesa de ignorar a questão indígena ao prever a instalação de aeroportos e novos pelotões do Exército na região. Meira diz que jamais a Funai foi consultada sobre esse tema que também lhe diz respeito diretamente, e alerta para graves conflitos entre índios e militares, caso o plano permaneça como foi concebido.
Para coroar a autonomia de Nelson Jobim dentro do governo Lula, hoje, o ministro da Defesa está reunido com ninguém menos que o secretário da Defesa de George W. Bush, Robert Gates, e já confirmado para continuar no governo Obama.
Jobim, como se fora um príncipe saudita, está negociando a compra de uma frota de aviões caça para a FAB.
Tem mais: no próximo dia 22, chega ao Brasil o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Jobim se agendou para negociar com Sarkozy a compra de um submarino. Este submarino servirá de base para a instalação de propulsão nuclear em seus inúmeros motores.
Não é para menos, portanto, que diplomatas do Itamaraty estejam preocupados com os delírios de grandeza do Napoleão da selva.
Quem vai parar esse tipo?
Um dos tipos mais funestos da República, sem dúvida, é o ministro Nelson Jobim. Só não é mais, não é o campeão, porque lhe falta inteligência, a exemplo de seu avô, Walter Jobim, ex-governador do Rio Grande do Sul, de atuação opaca e esquecida. Para se ter uma idéia, Walter Jobim marchou com Getúlio Vargas na revolução de 1930, já em 1932, ele pula para o lado dos chamados constitucionalistas de São Paulo, lutando agora para golpear o governo varguista.
Essa é a bagagem histórica que orienta o peemedebista Nelson Jobim, ex-ministro do professor e ex-presidente Cardoso, e ex-colega de escritório de advocacia do indizível deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS).
Nelson Jobim adere ao lulismo de resultados, certamente inspirado pelo inquieto pula-pula de seu velho avô, e passa a experimentar outras emoções: de Rui Barbosa em compota que aspirava ser, passa a adotar o figurino de Napoleão das selvas, sempre com uniforme militar de campanha, segurando cobras enormes, onças pintadas, macacos buliçosos, tripulando tanques militares, e simulando o uso de armas de grosso calibre, etc. Afinal, um intrépido.
Saiu de dentro dele, um general acalentado nos sonhos de sua infância. Freud disse que a felicidade é a realização dos sonhos infantis, pois bem, se for assim, Nelson Jobim corre célere para alcançá-la.
Mas Jobim quer aliar a intrepidez dos grandes generais com o empreendedorismo dos grandes negociantes internacionais. Semana passada, vendeu ao governo do Paquistão, mísseis balísticos brasileiros, ignorando que isso pode trazer incidentes diplomáticos com a Índia, aliada preferencial do Itamaraty em vários projetos bilaterais. Tem participado de simpósios internacionais para discutir segurança nacional e as novas estratégicas geopolíticas que prevalecerão a partir do governo Barack Obama. O último, foi objeto de comentário aqui neste blog DG com o título “Jobim quer alinhar Brasil com o complexo industrial-militar do Estados Unidos” (leia aqui).
O Ministério da Defesa, a rigor, está querendo modificar a diplomacia brasileira, tornando-a mais belicista e orientada por critérios puramente comerciais, mas sempre alinhada com as estratégias geopolíticas norte-americanas – este tem sido o esforço incomum de Nelson Jobim na sua pasta. Ele combina pragmatismo comercial com estratégia geopolítica subalterna. Ora, isso é inédito na diplomacia brasileira, nem nos tempos sombrios da ditadura militar de 1964-85 houve esse descolamento entre a filosofia da Casa de Rio Branco e o pensamento militar brasuca.
O presidente Lula e a sua candidata à sucessão de 2010, a ministra Rousseff, têm assistido essas manobras jobínicas de forma passiva – até onde se sabe. Mas diplomatas do Itamaraty já começam a se inquietar com o grau de autonomia alcançado pelo ministro da Defesa.
Hoje, os jornais trazem a furo o primeiro agente do governo Lula a se manifestar abertamente contra políticas do Ministério da Defesa. Trata-se de Márcio Meira, presidente da Funai, que protesta contra conteúdos da chamada Estratégia Nacional de Defesa, proposta de proteção das fronteiras da Amazônia a ser lançada pelo ministro Jobim. O presidente da Funai acusa a Defesa de ignorar a questão indígena ao prever a instalação de aeroportos e novos pelotões do Exército na região. Meira diz que jamais a Funai foi consultada sobre esse tema que também lhe diz respeito diretamente, e alerta para graves conflitos entre índios e militares, caso o plano permaneça como foi concebido.
Para coroar a autonomia de Nelson Jobim dentro do governo Lula, hoje, o ministro da Defesa está reunido com ninguém menos que o secretário da Defesa de George W. Bush, Robert Gates, e já confirmado para continuar no governo Obama.
Jobim, como se fora um príncipe saudita, está negociando a compra de uma frota de aviões caça para a FAB.
Tem mais: no próximo dia 22, chega ao Brasil o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Jobim se agendou para negociar com Sarkozy a compra de um submarino. Este submarino servirá de base para a instalação de propulsão nuclear em seus inúmeros motores.
Não é para menos, portanto, que diplomatas do Itamaraty estejam preocupados com os delírios de grandeza do Napoleão da selva.
Quem vai parar esse tipo?
16 comentários:
Pois bem, por volta das 3 da manhã algo de errado aconteceu. Tiros de armas que espantam multidões começaram a ecoar. Correria, pessoas ao chão, mulheres chorando, homens sangrando. Gritaria, garrafas quebradas e aquele barulho peculiar de uma confusão envolvendo uma multidão e a Polícia, instituição tratada tão mal no Brasil. Mas, algo de errado aconteceu nas primeiras horas do dia 4 de dezembro na Avenida Goethe em Porto Alegre.
Eu, Luciano da Silva Lopes, apelidado na Rádio Atlântida de L. Potter, vi coisas que não queria ver. Quero classificar agora, não a polícia, e sim, A AÇÃO DA POLÍCIA NESTE DIA, NESTE MOMENTO, NESTA FESTA DE TÍTULO. Palavras que cabem à ação da BM: prepotência, arrogância, violência. Ouvia berros, metros de mim: "A festa acabou!". Era um policial, gritando, bradando, com as armas que o defendem de uma multidão. Ao lado, um colorado, que empunhava um bumbo, com a camisa clássica de Figueroa, momentos atrás, mostrava a perna suja de sangue. Sua namorada, mostrava a indignação. As pessoas, 99,99% delas, não entendiam o porquê daquilo tudo.
Por que a Brigada Militar despejou violência? Por que um Brigadiano olhou pro meus olhos e foi arrogante, com cerca de dez brigadianos, protegidos do revide de garrafas de vidro que voavam como forma de defesa da multidão que teve vilipendiada a sua vontade de festejar? Quem começou? Jornalisticamente, não posso afirmar. Estou aqui contando o que vi e ouvi. Quem mais viu? Serginho Moah, do Papas da Língua, Vavo, guitarrista da Fresno, Leando Bortholacci, ou Lelê, empresário de uma série de bandas. Eles e mais uma multidão de homens e mulheres viram e devem estar agora, se perguntando: por que tamanha violência da polícia? Por que tanta estupidez? O que justifica a completa falta de educação com mulheres? Por que tiros que espantam multidões apontando pra elementos da mesma?
Eu, jornalista, ser humano e colorado, por incrível que possa parecer, estou indo dormir triste, com uma sensação de injustiça. Nilmar me deu um presente. A polícia que estava na Goethe, nas primeiras horas do dia 4 de dezembro de 2008, arrebentou, estraçalhou com ele. Uma pena. Meu coração dormirá calado e angustiado. Não queria ter visto, não queria nem ter ouvido falar. Mas, aconteceu e é meu dever espraiar isso. É meu dever de ser humano. Assim como seres humanos são os policiais que me olharam nos olhos e foram estúpidos com alguém que queria saber o porquê da enorme e grotesca violência que vi e senti o cheiro na Avenida Goethe, em Porto Alegre. Cheiro ruim, cheiro de covardia.
Lamento, mas foi assim que vi.
Ah!, minha pergunta pro Brigadiano? Foi essa: por que isso tudo? O que foi o estopim?
A resposta? Arrogância. Aos berros. Aos tiros.
Toda multidão é santa? Não. Todo policial é estúpido? Não.
Porém, eu, não apontaria uma arma de espantar multidão pra perna de uma pessoa, 1 metro e meio de mim. Eu acho que isso é covardia.
Repito, com pesar: uma pena o que vi, ouvi, cheirei e tateei cerca de uma hora atrás nos festejos da Copa Sul-Americana 2008 em Porto Alegre, na Avenida Goethe.
Lembra muito os generais carrascos de 64.
Lamentável.
armando
Lamentável, absolutamente, L. Potter. Por isso mesmo, está na hora de as pessoas acordarem. Os assim chamados "cidadãos de bem" aplaudem quando se bate em quem consideram que ameaça sua segurança. Mas uma sociedade civilizada não pode bater nos que protestam, nos que reivindicam, até mesmo nos que são de fato violentos, sob pena de perder-se a civilidade. É apenas questão de tempo para que qualquer um, inclusive aqueles que apenas festejam, inclusive aqueles que aplaudem a repressão violenta, virem alvos também.
Rita
Potter, se vc é da RBS por que não te dirige a um dos órgãos da sua empresa? Será que eles te darão espaço?
Quando o funesto comandante batia raivosamente, e com clara motivação politica no movimento social, muita gente calou...
A violência só vai crescer, e tem gente que vai defender a truculência, e tem gente que para defender a truculência vai defender o truculento.
E vai ter outro mais cretino que vai culpar o agredido, para defender a truculência e o truculento.
Até chegar na vez deles...
Claudio Dode
Precisamos de um movimento FORA JOBIM, FORA ÉDSON LOBÃO, ou melhor, FORA PMDB do governo Lula.
Mas que segurará esta bronca? O povo?
Sei...
Bravíssimo, Raul e Dode.
Quem vai parar este tipo? Ora, quem o nomeou: Lula.
Ou não?
Ou, quem sabe, a Articulação de Esquerda do post aí de cima...
É dose.
Fora PMDB do governo Lula? Ahahahahahahahahahahahah.
Talvez, se alguém sugerir convenientemente e alguém fotografar, ele sente em uma bomba de fragmentação:
Rodrigo Durão Coelho
Da BBC Brasil em Londres
O Brasil e outros países produtores de bombas de fragmentação (cluster), não vão assinar um tratado internacional que proíbe este tipo de armamento, considerado polêmico pelo dano que causa às populações civis.
Leia também http://www.blogoleone.blogspot.com/
E a turma de Dantas no "mercado" de São Paulo tentava comprar juizes e delegados porque em Brasilia já estava "tudo acertado". Lembram?
Pois e agora, na busca do araponga que havia "gravado" a conversa com o dublê professor/empresário-Ministro, descobriram que o araponga que operava na antesala do Gilmar Mendes tinha contato direto com " as peças" do Daniel Dantas.
E agora quem me explica?
Quem é que vai chamar o Min. Gilmar Mendes "as falas"?
E Daniel Dantas continua solto...
A e "as mercadorias" compradas tambem...
Claudio Dode
Como bem assinalaram o Raul e o Dode, enquanto batiam nos movimentos sociais, nada. Depois, começaram a bater no funcionalismo. Nada. Para a polícia sair batendo em qualquer um, faltava pouco, não é mesmo? Aliás, não estamos sendo originais. Bretch já nos alertava sobre o fascismo no início do século XX.
Em colorado baderneiro, prejudicando o sono de quem trabalha e não é vagabundo pra ficar na Goethe até altas horas, TEM QUE BAIXAR O SARRAFO MESMO. SÃO TODOS VAGABUNDOS.
Ô Cavalganti,
Se perdeu o sono podias ter aproveitado a noite para dar uma "namorada" em vez de te revoltar com a alegria dos outros.
Tu parece camisa apertada: louca para soltar o botão.
Claudio Dode
O desembaraço de Jobim
Mauro Santayana para o JB 05.12.2008
O ministro da Defesa gosta de ocupar todos os espaços. É provável que ele não tenha consultado o Itamaraty em sua decisão de fornecer foguetes ao Paquistão. Qualquer pessoa de bom senso sabe que não podemos vender nem mesmo armas leves ao Paquistão e a Índia, que têm conflitos territoriais não resolvidos (no caso da Caxemira) e se encontram sempre à beira de uma guerra. Além do mais, se não nos movessem preocupações éticas, deviam mover-nos razões pragmáticas. A Índia é nossa sócia no clube dos quatro grandes países emergentes, juntamente com a Rússia e a China, e devemos preservar essa aliança.
Por outro lado, Jobim parece inclinado a comprar aviões dos norte-americanos (que não nos repassam tecnologia e dos quais dependeremos de peças de reposição), em detrimento de aeronaves européias, de melhor desempenho, e de tecnologia aberta aos compradores. É outro negócio que não nos convém.
[http://jbonline.terra.com.br/leiajb/noticias/2008/12/05/temadodia/coisas_da_politica_o_banqueiro_e_a_espada_de_damocles_o_desembaraco_de_jobim.html]
De repente o namorado do Cavalcanti é colorado e estava comemorando...
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