A ditadura dos mercados prevalece no Brasil
A historiadora italiana Bruna Peyrot diz que “narrar é fundamental” quando se refere ao poder. Narrar é também falar. E falar é uma prerrogativa do poder. O homem de poder é sempre o homem que fala, a única fonte de palavra legítima.
O grande etnólogo político, Pierre Clastres, estudou povos indígenas da América, e concluiu que nessas sociedades sem Estado (“sem lei, sem rei, sem fé”), essa fórmula está invertida: falar é um dever do chefe, menos que um privilégio, fonte de legitimidade e poder, a fala é uma obrigação do líder. Eis a diferença: nas sociedades de Estado a palavra é o direito do poder, nas sociedades sem Estado é o dever do poder, segundo Clastres. O chefe fala muito, fala sempre, num discurso monótono e interminável. É para mostrar que não quer o poder. O poder está diluído na comunidade. O discurso do chefe é vazio justamente por não ser um discurso de poder.
As sociedades primitivas são as sociedades da recusa à obediência – a primordial fonte do poder, do Estado, do monopólio da violência, etc.
Isso remete aos discursos do presidente Lula, em fluxo, figurativos, inclusive quando critica a política monetarista de seu próprio governo. Numa sociedade com Estado, o presidente fala muito e sempre, mas o poder parece estar distante dessa fala. O poder está com os chamados “mercados” – o capital financeiro, mesmo que este, no plano internacional, esteja atualmente muito combalido. Assim, o voto, menos que um ato democrático, é um mecanismo de legitimação de toda essa ordem não-democrática.
A vacilação do presidente Lula, no que se refere aos rumos da política econômica que precisa abandonar o monetarismo teológico, constitui, pois, uma consagração à ditadura dos mercados financeiros.
Até quando?
O grande etnólogo político, Pierre Clastres, estudou povos indígenas da América, e concluiu que nessas sociedades sem Estado (“sem lei, sem rei, sem fé”), essa fórmula está invertida: falar é um dever do chefe, menos que um privilégio, fonte de legitimidade e poder, a fala é uma obrigação do líder. Eis a diferença: nas sociedades de Estado a palavra é o direito do poder, nas sociedades sem Estado é o dever do poder, segundo Clastres. O chefe fala muito, fala sempre, num discurso monótono e interminável. É para mostrar que não quer o poder. O poder está diluído na comunidade. O discurso do chefe é vazio justamente por não ser um discurso de poder.
As sociedades primitivas são as sociedades da recusa à obediência – a primordial fonte do poder, do Estado, do monopólio da violência, etc.
Isso remete aos discursos do presidente Lula, em fluxo, figurativos, inclusive quando critica a política monetarista de seu próprio governo. Numa sociedade com Estado, o presidente fala muito e sempre, mas o poder parece estar distante dessa fala. O poder está com os chamados “mercados” – o capital financeiro, mesmo que este, no plano internacional, esteja atualmente muito combalido. Assim, o voto, menos que um ato democrático, é um mecanismo de legitimação de toda essa ordem não-democrática.
A vacilação do presidente Lula, no que se refere aos rumos da política econômica que precisa abandonar o monetarismo teológico, constitui, pois, uma consagração à ditadura dos mercados financeiros.
Até quando?
13 comentários:
Santo Deus!, Feil. Não é vacilação, mas traição.
Ou - o que parece mais correto - revelação tardia de um oportunista.
O que prevalece no Brasil é a ditadura dos políticos. O Brasil nunca seguiu um modelo liberal ou neoliberal. Nem mesmo nos anos FHC que criou mecanismos de controle e fiscalização das atividades concedidas e permitidas com as agências, mas elas foram lotadas por políticos. Quem domina o Brasil são os Sarneys da vida que nunca largaram o osso e apintam sempre. E hoje Sarney é o grande amiguinho do governo do PT... Assim como foi do governo tucano. Até quando?
Anta, os políticos não constituem um fim em si mesmo. Eles são meras expressões de interesses econômicos e sociais. Reflexos, representações políticas de vontades concretas da economia e do social.
Vc está tomando a parte pelo todo.
Vá estudar um pouco de lógica, meu rapaz.
Manguaça, manguaça, manguaça... Só tu podes explicar o Brasil de hoje.
Ora direis falar com Antas.
Certo perdeste o senso.
[...]O chefe fala muito, fala sempre, num discurso monótono e interminável. É para mostrar que não quer o poder. O poder está diluído na comunidade. O discurso do chefe é vazio justamente por não ser um discurso de poder.
As sociedades primitivas são as sociedades da recusa à obediência [...]
Ou seja, chefia em sociedade que se recusa a obedecer é cargo fantasia para abobado da enchente. Então eles pegam o primeiro louquinho que encontram pela frente e põem no cargo. Normalmente os louquinhos mais fáceis de identificar são os passam o dia falando bobices.
...passei por aqui..
A crise do neoliberalismo (e não do capitalismo, este continuará aí por muito tempo, pois hoje por hoje não há agente revolucionário capaz de derrubá-lo) tem sido muito útil ao Brasil, pois mostrou a todos quem realmente manda no país. Desnudou por completo o governo(?) do PT e do sr. luis inácio, a rainha da Inglaterra do Brasil, que manda muito pouco, se é que manda...
Após o resultado da reunião do Copom ficou claro que em termos econômicos quem governa o Brasil é o meirelles e na área política estamos sendo governados pela dupla gilmar mendes/nelson jobim.
Tristes trópicos.
Nesta quarta-feira, ao descer as escadas do Palácio do Campo das Princesas, em Recife, Lula errou um dos últimos degraus e deslizou nos calcanhares até chegar ao chão. Por muito pouco, não se esborracha, bem na frente da imprensa “golpista”. Acho que o presidente anda entornando "umas" no horário de expediente...
Bebado, beócio, ignorante, medroso, anta! Imagina se este nordestino retirante tivesse tido o privilégio de ter cursado uma universidade, pós graduações, cursos de oratória, lógica, auto ajuda com Dr. lair ribeiro e consultória esotérica com walter mercado, seria presidente do mundo! Mas a vida quis que não fosse assim! O destino estipulou que seria presidente do Brasil apenas com a formação básica e que teria que governar e falar para o mundo com o famoso papo de boteco que todos conhecem! Uma fenômeno? acho que sim, pois este homem está governando unica e exclusivamente na intuição. Mal assessorado? Talvez, mas também tem pessoas excepcionais ao seu redor. Lula traidor da esquerda? Qual esquerda? Aquela que fez de tudo para atrapalhar os governos de Vitor Buaiz no Espirito Santo e Luiza Erundina em São Paulo? Quem sabe se serra ou alckmin não teriam levado o país para uma situação melhor com o choque de gestão Tucano. Tivemos a chance!
TIVEMOS CHANCE ?? O PAIS ESTARIA NA MISERIA DEVENDO PRA TODO MUNDO !! HERANÇA DO VÍCIO DA DIREITA DE GASTAR MAIS O QUE ARRECADAVA!! SEM NEXO ESTA IDÉIA !! VEJAM A FALTA TOTAL DE SEGURANÇA DE SP !! A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A POPULAÇÃO CAÓTICA! E AINDA VEM AQUÍ FALAR DESTA DESASTRADA MÁ GESTÃO DO PSDB !! UM VERGONHA !! A DIREITA NO BRASIL NÃO TEM RUMO !!
Não precisa ir em São Paulo pois os resultados tucanos do RS logo vão aparecer e não serão bons!
Panoramix,
Tu esperas algum resultado dos tucanos do RS, e pior do que os que já tem?
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