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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Superintendente regional do Incra faz a alegria da direita maragata


ZH usa factóide para ocultar a notícia candente do dia

O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Mozar Dietrich, está fazendo da necessidade virtude. Virtude para a direita do Rio Grande do Sul.

Usando como álibi uma alegada subtração de objetos da sede do Incra (não comprovada), o senhor Mozar arbitrou - de forma unipessoal e retaliatória - que "estão suspensas até o final do ano as aquisições de novas áreas para assentamentos no RS" - conforme estampou faceiro hoje o jornal porta-voz da direita sulina, com uma garrafal manchete de capa (acima).

O superintendente oculta que foram cortados do orçamento deste ano do Incra cerca de 550 milhões de reais, recursos esses que seriam destinados à obtenção de terras para a reforma agrária.

No duro mesmo, o fato é que as bravatas do dirigente do Incra regional estão soando como música para os ouvidos da direita-pantanal do Rio Grande. Não é de graça que ele está na capa do principal diário da vanguarda do atraso. Mozar Dietrich virou o mascote favorito da direita.

O blefe mozariano adquiriu estatuto de factóide para encobrir os fatos relevantes do dia, a saber: a divulgação ontem, na CPI da Corrupção, de áudios que podem atestar a participação orgânica e cerebral da governadora-ré na trama de agentes públicos que roubaram o Detran em dezenas de milhões de reais.

De resto, agindo como policial de vocações ("O objetivo é dificultar o acesso à terra de pessoas que não têm vocação para a agricultura ou que se envolveram em atos criminosos", afirma ZH), Mozar Dietrich se molda plasticamente aos interesses dos inimigos da reforma agrária e das oligarquias parasitárias que sistematicamente querem criminalizar os movimentos sociais e seus lutadores.

Aliás, o vocábulo "vocação" é parte do discurso conservador, porque garante que os indivíduos têm aptidões naturais para o exercício de certas profissões ou para serem proprietárias de terras, de bens ou mercadorias. Pura ideologia barata revestida de astúcia e subjetividade para excluir, segregar, reprimir e marginalizar os que lutam por cidadania e emancipação.

Eu já tive boas referências do senhor Dietrich, entretanto, deixo-as de lado até que ele prove que é tudo ficção dos editores de ZH, e que usaram o seu nome em vão e sem autorização para fazer a disputa com o MST. Permaneço no aguardo para os seus esclarecimentos.



16 comentários:

Anônimo disse...

Os sem-terra agora tem lapitópis nos acampamentos. Já é uma evolução.

Agora, se nem o mozart aguenta mais, sinal de que a estratégia do movimento tá mais que equivocada.

zé do latifundo

Anônimo disse...

tem é que executar as dívidas dos agropilantras junto ao bb. e fim de papo.

marcelo disse...

esse negócio de vocacao é a maior ladainha que podiam inventar, e pior que tem muitos adeptos dessa ideia na direita. Trabalhar na terra é um ofício como qq outro, que deve ser aprendido. Por isso, nao existe essa de o cara nao ter nascido no campo, ou nao ter vocacao para o campo, basta vontade e competencia. O assentado deve receber instrucao e suporte, independente se nasceu no campo ou nao.

Anônimo disse...

e executar os pilantras junto.

Anônimo disse...

Certíssismo, até porque, se fosse uma questão de vocação, os fazendeiros não poderiam ter 'vocação' para jogar o dinheiro do BB no mercado financeiro...

Anônimo disse...

É só dar uma calcada no ITR que essa história de agrobis vocacionado se cala.

Anônimo disse...

Pois é. O MAPA deveria seguir o exemplo do Incra e rever as terras de tantos médicos e advogados que têm terra por aí - afinal, qual é a ligação deles com o campo? Engraçado, os dinheirudos podem comprar muitas terras e empregar gente a preço barato pra plantar pra eles.

Agora a pobretagem que não tem ligação com o campo, não pode. Lamentável a postura do sr. Dietrich, que foi enxovalhado pela ZH - e inclusive pelo CAUSOWAGNER - quando comprou a briga certeira com as papeleiras e com os arrendatários de terra em Viamão.

Vai ver, ele cansou de estar com os pobretões e só levar pau. Agora, quer ser superstar.

Ana Maria

Fabrício Nunes disse...

Chamem a DS, aquela corrente petista que sofisma com a tal "disputa por dentro..."

K.T.E. disse...

Eu já tive boas referências do senhor Dietrich, entretanto, deixo-as de lado até que ele prove que é tudo ficção dos editores de ZH

Eu tenho certeza que ele não vai querer que um blogueiro importante como tu tenha uma opinião ruim dele

Nelson Antônio Fazenda disse...

Vocação?
Quer dizer, então, que juízes, advogados, engenheiros, odontólogos, médicos e outros profissionais liberais, além de empresários e cidadãos em geral, que adquirem terras na casa das centenas ou mesmo dos milhares de hectares têm vocação para trabalhar a terra?
Eles têm vocação,mesmo que vivam na cidade e grande parte deles se desloque a sua terra, em visita, duas ou três vezes por ano, apenas?

Anônimo disse...

E não é que pegou esta moda do tal
"Usineiro Revolucionário", lá vai o Dietrich, ou será direitriche?

Alice Mann disse...

Cristóvão,
Deve existir uma explicação sociológica por termos uma "direita maragata" com um perfil que indica: incivilidade(comportamento antissocial), parcialidade (incapacidade de praticar a diplomacia), autoritarismo ( incapacidade de praticar a democracia), ignorância(sem pensamento complexo),depredação (desvalorização do ciclo da vida e da ecologia planetária),tradicionalismo (incapacidade de vivenciar o presente na sua plenitude, além da injustiça, etc.
Diante de tanto arcaísmo, lembro Oscar Niemayer uma referência de traços modernos, é também um símbolo de luta por justiça social no Brasil. Oscar defensor da Reforma Agrária, sempre apoiou a luta do MST. Em uma entrevista, questionado se apoiava as ocupações de terra, foi taxativo:"É claro."

Suzie disse...

Cuidado...cuidado...
Eu não creio, tão cegamente, em tudo que leio.
A direita é fechadinha.
Já a esquerda é, um Deus nos acuda!
Não dá trégüa aos parceiros.
Já fica marretiando seus companheiros.
Aquele velho ditado, chegou na minha cabeça: somente na... eles se aliam.
Corta,corta, pensamento ruim!

Anônimo disse...

Meus pais vieram da colônia estudar em Porto Alegre e nos anos 70 encaravam o tradicionalismo com um certo desdém.
Eu era criança e recebia a explicação de que a mania de se fantasiar com a pilcha e tocar essas músicas era vista como coisa de grosso.
Hoje eu entendo, que eles viam ali os signos do atraso, um atraso já derrotado, que se levantava feito vampiro morto-vivo para se grudar no pescoço do herói e assombrar nossa existência.

Juarez Prieb disse...

Isso mesmo, Suzie, a esquerda não dá trégua aos parceiros. Onde já se viu o Mozar Dietrich e o Chico Signor irem pra Zero HOra denunciar um movimento social como formado de ladrões? Porque eles ficam "marretiando" os companheiros?

Corta,corta, pensamento ruim!

Tô contigo Suzie, a razão é toda sua.

Suzie disse...

Quem quer ter razão Juarez!
É tanta coisa na imprensa reescrita,interpretada...
Eu aprendi a ler nas entrelinhas.
Não sou dona da razão.
Longe disso!
Não acredito em isentos(as), desinteressados(as), neutros(as)...
Eu apenas acredito que tenho LADO!

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