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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Agronegócio quer mesmo é dar calote nos bancos estatais


A pressão dos chamados "ruralistas" sobre os novos índices de produtividade visa outro objetivo, renegociar dívidas, ou seja, dar calote

"Os políticos que defendem os interesses dos proprietários rurais estão criando uma falsa crise em torno da atualização dos índices". A opinião é do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo", de hoje:

Estadão: Como o senhor vê a reação do setor ruralista à proposta de revisão dos índices?

Rolf Hackbart: Não há razão nenhuma para que os proprietários de imóveis rurais se assustem com uma eventual atualização dos índices. Existe um setor político que defende o setor patronal e fica criando crises falsas, como essa. Digo que é falsa porque, em primeiro lugar, a atualização segue uma determinação legal. Em segundo, porque a terra é um fator econômico limitado. Quando falamos em propriedade rural não é a mesma coisa que uma loja, uma fábrica. Ela tem um limite. E foi pensando nisso que o legislador, na nossa Constituição, estabeleceu que a propriedade rural está subordinada ao cumprimento de sua função social - o que significa que deve ser produtiva e respeitar as legislações trabalhista e ambiental. Se não for, ela pode ser desapropriada e destinada para a criação de reservas ambientais, para áreas indígenas, reforma agrária.

Um índice de produtividade maior que o atual não seria uma ameaça para os produtores que não conseguirem cumpri-lo a curto prazo?

O grande desafio da agricultura brasileira está relacionado a problemas de infraestrutura e mercado. Não está ligado a nenhum índice de produtividade. Os números que estão sendo propostos para atualizar o índice, conforme determina a lei, e que só devem vigorar a partir de 2010, se houver mudança agora, estão bem abaixo do que já se produz hoje. No município de Sorriso, no Mato Grosso, o índice de produtividade de soja que está em vigor fala em 1200 quilos por hectare. Na safra de 2006/2007, os produtores chegaram a 3.062 kg/h. O que está sendo proposto para 2010 é 2.040 kg/ha, bem abaixo da média, portanto. Isso se repete em todos os setores.

A que o senhor atribui, então, essa reação tão forte?

Estão se aproveitando dessa determinação legal para gerar crise e assim ganhar poder de barganha em outras questões, como, mais uma vez, as renegociações das dívidas. Não existe, como querem deixar marcado nos debates, uma caça às bruxas. Quem teme a atualização é quem usa a terra só como reserva de valor, sem se preocupar com a função social. Quem estiver produzindo minimamente e cumprindo a legislação trabalhista e ambiental não deve ter receio nenhum. Os que se opõem à atualização são os que defendem o atraso em vez da modernidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Na mosca!

Toda a improdutividade e preguiça do latifundio vai ser debitada, mais uma vez, no BB.

E os parceiros já andam por aí disparando ataques aos movimentos sociais. Não só o comando fascista da Brigada Militar, como o braço midiático do sionismo: a Veja e o PIg em Geral, vão fazendo o seu servicinho sujo.

Falando no volume que os latifindiários, por não produzirem, devem, comprar um punhado de jornalista é "merreca".

Para que mesmo o diploma de jornalista? o diploma não corta orelha nem dá dignidade a ninguém. o que eles deviam fazer é tentar dar um pouco de responsabilidade ao diploma que conquistaram, ou compraram, pelo carater que revelam...

Claudio Dode

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