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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

- Vendemos à Coca-Cola tempo de cérebro humano disponível!


"Nossos programas têm por vocação tornar [o cérebro do telespectador] disponível: isto é, divertí-lo, relaxá-lo para prepará-lo entre dois anúncios. O que vendemos à Coca-Cola é tempo de cérebro humano disponível. Nada é mais difícil de obter que essa disponibilidade". [*]

Escrito e publicado em livro pelo presidente da emissora de televisão privada francesa TF1, Patrick Le Lay.

A emissora de tevê TF1 pertence ao grupo francês Bouygues, que faturou em 2008 cerca de 32 bilhões de euros. Tem 23% da Alstom, acusada de estar envolvida em corrupção no Estado de São Paulo (governo tucano), e atua também na construção civil urbana, construção de rodovias, pedágios, hotelaria, telefonia móvel (tem 85% do mercado francês) e na comunicação social, com 35% de audiência na França.



[*] Les Dirigeants face au changement, Éditions du Huitième Jour, Paris, 2004. Prefácio de Ernest-Antoine Seillière, antes presidente dos patrões franceses reunidos no Mouvement des enterprises de France (Medef), p. 92. In: "O Divino Mercado - A Revolução Cultural Liberal", obra do filósofo Dany-Robert Dufour. Ed. Cia. de Freud, Rio de Janeiro, 2008.

9 comentários:

Anônimo disse...

E são estes bandidos midiáticos que ganham concessão pública para construir e alugar vazios no cérebros das nossas crianças.

Não é atoa que existam tantos Maias e seus anônimos espalhados por aí, como cupins atacando os blogs que exercem alguma atividade intelectual.

Que não seja esta citação que atraia estes babacas para cá. Faz tão bem quando eles estão fora do ar. Até que a distribuição de cachorro quente faz bem. Não precisamos engulir estes sabujos por aqui.

Claudio Dode

Hélio Sassen Paz disse...

Caro Feil,

Isso pra mim não é nenhuma novidade: já sabia desde a graduação que é o comercial que manda no editorial e que todo conteúdo ofertado não passa de um mero pretexto para as pessoas prestarem atenção aos anúncios.

O PIG só é o PIG porque o Brasil possui a cultura arraigada do clientelismo, do nepotismo, do paternalismo, da cleptocracia, da devastação dos recursos naturais, da burocracia e da concentração de renda.

Portanto, a constituição das articulações entre os poderes político, financeiro e coercitivo junto à mídia corporativa e a não-valorização da democratização dos meios de comunicação faz parte de todas essas práticas seculares.

Não que se deva ignorá-las ou resignar-se com a situação. Mas é preciso que se entenda que eles sempre pensaram em rede. A esquerda ortodoxa, burra que é, pensa em hierarquias e na defesa da democracia participativa.

E os próprios movimentos que "lutam" pela causa são juridicamente limitados. Por isso, seu poder de pressão acaba sendo muito menor do que é, em função da sucessão de micos que pagam por não saberem interpretar as leis.

O Brasil é pródigo em gente de esquerda que só quer que a lei seja cumprida quando - mais importante do que isso - deveríamos nos preocupar em propormos mudanças estruturais que horizontalizassem e desburocratizassem mais todo o Judiciário.

Ora, se as leis foram feitas para perpetuar um status quo falido, por que diabos se defende tanto esse modelo falho e jamais bem-sucedido de democracia representativa?!

[]'s,
Hélio

jorge disse...

Hélio vc acha que é o Sol?
Vc acha que o Feil faz o blog só pra vc?

"Isso pra mim não é nenhuma novidade: já sabia desde a graduação que é o comercial que manda no editorial".

Menos, cara, menos. Não é de graça que o seu nome é Hélio.

Anônimo disse...

Meu, estamos em uma batalha pela audiência.
Gosto de ler o Feil tanto quanto escrever comentários.
Já noutros blogs não encontro informação relevante, nem interpretação adequada.
O que o dono da TF1 diz é correto.

Anônimo disse...

Nossa, que capitalista mau!

A esquerda debocha da inteligência do povo...

Anônimo disse...

O PIG só é o que é por que o povo assiste passivamente tudo e também consome MUITA coca-cola, eu já tô cansado de discutir com militantes, ditos de esquerda, sobre esse hábito, o que eu ouço é o refrão cômodo: "eu sou viciado/a em coca-cola", aí tem mais é que assistir porcaria e engolir o que a mídia manda. Se o povo fizesse uso de sua força a partir da escolha de determinados produtos, tudo seria diferente.É inviável qualquer movimento contra o consumo desse tipo de lixo que nos é colocado goela abaixo.
abraços
Celso Scorel

gustavo disse...

pessoal, não dá pegar ao pé da letra as coisas. A Coke é só um exemplo dado pelo empresário francês. Pode ser qualquer produto veiculado em propaganda com caráter subliminar.
Celso, é isso mas não é bem isso.
Não pega ao pé da letra o que tu lê, senão vais tirar conclusões erradas.
Lê novamente, interpreta, lê novamente.... até entender, tá Celso?

Anônimo disse...

por que Gustavo? você é um dos viciados/dependente químico da Coca, por isso a defesa tão veemente?
Marilda

M. Turchetti disse...

na realidade, a parte de telefonia do grupo Bouygues é a que tem menos assinantes. Existem 3 grandes grupos na operação da telefonia móvel na França: Orange (ex France Telecon) - a gigante do setor; SFR - o no. 2; e Bouygues - o menorzinho).
Mas realmente o grupo Bouygues é bem poderoso por lá.

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