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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O indiscreto charme da burguesia


O aniversário de um milhão de reais. Haja chinelo!

"Vai ser uma coisa diferenciada", disse Simara Sukarno pelo telefone, numa terça-feira de maio. "Já faz dois meses que eu cuido da organização. São mais de trinta fornecedores. O cerimonial vai ficar com a Marina Bandeira, que fez casamentos dos Safra e dos Klabin. No meio, a Marina é tida como a melhor. As rosas são colombianas. As máscaras serão feitas pela Gigi, que cuida dos principais destaques do Carnaval aqui de São Paulo. Eu sou destaque há dez anos. Prefiro trabalhar com o pessoal de escola de samba porque eles têm mais senso de ridículo." A linha caiu.

Assim começa a reportagem do jornalista Roberto Kaz sobre a festa dos quinze anos da filha do empresário Alexandre Grendene (fabricante de sandálias e chinelos de material sintetizado a partir do petróleo), publicada na última edição da revista mensal Piauí.

O texto está imperdível. A festa foi comemorada nas dependências da descolada loja Daslu, e simboliza a quintessência da frivolidade da elite parasitária brasuca. Vale a pena ler aqui (texto na íntegra).

28 comentários:

K.T.E. disse...

Eu acho que tu não está dando o devido crédito à família Grendene. Como todo descendente de italiano, eles são netos de agricultores miseráveis, não são aristrocas ou de linhagem nobre. Caralho cara, eles começaram a fazer chinelo com máquinas que faziam aquela proteção plástica tosca de garrafão de vinho.

Fernando disse...

Nada nesse mundo me faria perder esse ágape. Veuve Cliquot, Cohiba e Beluga.

Que festão! Só falta o Armin Van Buren de DJ.

Anônimo disse...

Nossa, não consegui passar do terceiro parágrafo. Quanta bobagem. Como você conseguiu ler, Cristóvão?

Olair disse...

Feil, lembra que houve outra operação da PF que teve como objetivo um esquema de desvio de mercadoria e sonegação de impostos em loja de SP de produtos para decoração e a proprietária (Tânia Bulhões)era esposa de um grendene.

Anônimo disse...

Não sei não, mas esta Sukarno (algum pa-rentesco com o ditador da Indonésia?) deve ser a sétima ou oitava mulher do Grendene.

Este cara pisa no coração das mulheres, com suas sandálias.

Anônimo disse...

Até pareces que querias ser convidado, invejoso !
Bricadeira, nós sabemos que tudo não passaria de um folguedo de ricaços se colado no outro lado da moeda, o sentimento-siamês não fosse um profundo medo do empodeiramento das classes baixas e um horror à evolução do equilíbrio de forças na sociedade.

Anônimo disse...

Pô e a Simara não me convidou !

Anônimo disse...

só uma coisa: no brasil não tem elite, o que tem é uma rafuagem rastaquera endinheirada. fim.

Anônimo disse...

A inveja do pobre não tem limites.
O bom mesmo é o cajuzinho, o negrinho caseiro, coxa e sobre-coxa na churrasqueira de toné, cerveja Kaiser em copo de prásticu e refri bonanza....
E a Creusa e a Tereza Crestina rebolando o bundão ao som de um funk da pesada.
Só com a mega pra coisa melhorá, meu fio.
Enquanto isso, se baba com a alegria alheia.

Anônimo disse...

A elite parasita brasileira que sente nostalgia quando lê a cobertura do PIG sobre o "golpe democrático" de Honduras...

Aí, pensando no Brasil, cantarolam: "Que tempo bom, que não volta nunca mais"...

Anônimo disse...

Há alguns anos a Veja resenhou uma festa do Alexandre Grendene em Punta del Este. Nada do que vc escreva, Feil, poderá sequer aproximar-se do escárnio e ridicularização empregado na matéria.
Sabendo-se o que hoje se sabe sobre a Veja, é de se pensar que mal teria feito o sujeito aos amigos do panfleto da Abril.

Jordi disse...

E a inveja de rico? essa sim, tem limites, é de 3 milhões. "Ninguém faz festa mais cara que a nossa no Brasil..."

Eu não gosto de "rico" e não tenho problema em dizer. Acho que não deveriam existir, muito menos num país como o nosso, onde ninguém fica rico só com (o seu próprio) trabalho duro – na verdade, isso não acontece em lugar algum. Mas a única coisa pior que rico é novo rico pé-de-chinelo, que esqueceu que o que se ganhou em três gerações se pode perder em uma, e morre de medo que lhe vejam o calcanhar ainda cascurrento e se dêem conta de que têm dinheiro, mas lhes falta algo mais. Agora imaginem se alguma família "old money" ia alugar aquela breguice da Daslu pra fazer aniversário. É jogador de futebol e filha de gringo rico...
M
eu avô também foi italiano pobre, ganhou dinheiro na medida justa, com muito esforço para vivermos bem, até porque as outras gerações seguem ganhando dinheiro na medida justa, e sem que tenha que se considerar melhor que ninguém.

Udo disse...

Anônimo das 15:53, certamente depois dessa matéria ridicularizando o homem dos chinelos a Grendene tratou de anunciar na Veja.
Hoje, está tudo bem.

giovani montanher madruga disse...

me prestei a ler toda a matéria.
não sei o que comentar.

marcelo disse...

Mais uma demonstracao da baixeza e extravagância dos nossa elite... quer dizer... da nossa "rafuagem rastaquera endinheirada"

Suzie disse...

Senti NOJO e PENA do VAZIO humano.
Seda pura costurada com fio de ouro...
Etiquetas(marcas) nos corpos...
Corpos, com certeza...VAZIOS!
Cachorrinhos em carrinhos para não sujarem os pés (patas).
Meu Deus!
Que doidura!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Eu já havia comentado às 15:53, quando falei da matéria da Veja, mas só agora consegui ler a baboseira toda. Por sinal, um aviso: o antivírus berrou quando acessei o link.
A Sukarno falou sobre a festa em Punta, mas deve ter esquecido de comentar sobre a cobertura da Veja. No mais, é de uma falta de elegância ímpar. Coisa de "nouveau riche" mesmo. E o Conselho Tutelar devia tomar alguma providência: a menina estava bebendo champanhe na festa...Ah...lembrei! O Conselho Tutelar só fiscaliza filho de pobre.

Marcelo disse...

Que realidade é éssa ? A matéria é verdadeira, mas eu queria que não fosse. Por que estas criaturas são "Elite" ? Em que momento os seres humanos passaram a aceitar um mundo como esse com criaturas fúteis com tanta riqueza e poder nas mãos ?

Paulo disse...

A tal da Simara tem três casamentos frustrados e três cachorros de estimação. Sintomático, não?!

Anônimo disse...

O falecido Ibraim Sued, o Gasparotto e o Conil juntos não conseguiriam fazer uma matéria tão rídicula como esta.
O "jornalista" enfatiza demais os cacoetes da "noveau riché", com suas idiossincrassias, sua futilidade e sua inexistente consciência social.
Reentré do Chiquinho Scarpa. Acho que este "playboy" deslocado, nesta idade, vai reentrar de bengala ou cadeira de rodas...
Me lembrou um conto de Roberto Drummond que, enquanto os ricos comiam camarão grelhado na FIESP assistindo Delfim Netto, dois nordestinos brigavam por uma coxinha de um papagaio que eles depenaram...

Rick

Gustavo Guglielmi disse...

Rick, a matéria não é ridícula, os personagens da matéria é que são ridículos. Se o jornalista enfatiza demais é porque os novos ricos merecem a ênfase.
O jornalista faz o papel do carteiro, ele apenas entrega a mensagem, não tem responsabilidade se a mensagem tem boa ou má notícia.
Vc misturou tudo. Não soube separar o jornalista observador dos objetos que ele reporta. Você tem que voltar a estudar "leitura e interpretação de texto".
Aliás, os comentadores daqui precisam muito de saber ler e interpretar um texto. A quantidade de bobagens que se lê aqui é por que as pessoas simplesmente não conseguiram entender o texto dos posts.
Esse Rick é um bolha. Quem falou na volta do Scarpa foi a perua, o Roberto Kaz apenas citou a possibilidade do velhote aparecer.
Esse Rick é um bolha.

Ricardo Mainieri disse...

Amigo, se posso chamá-lo assim, despeje seu fel em outras paragens.
Expressei minha opinião e abordagem do texto com meu filtro de realidade. O viés dele é de esquerda, mesmo, o seu não tenho idéia...
Se uma pessoa cursa jornalismo e se propõe a colocar na íntegra essas opiniões rídiculas do high society, sem uma devida filtragem e edição, ele fez foi um testemunhal.
E , se tiver tempo...e interesse, vá ler o conto de Roberto Drummond, chamado "Comendo camarão grelhado", do livro "Quando fui morto em Cuba". Nele os ricos festejam, arrotando camarão grelhado, e os pobres se matam sobre as pontes da Sampa pobre
Assim, talvez entenda melhor o que quero dizer.

Rick

Anônimo disse...

Tudo pelo senso crítico! Tem que ter estômago para ler o artigo desse Roberto. Essa burguesia entreguista é muito medíocre, fútil... É um deboche da inteligência do Povo brasileiro.
Eliminar a classe burguesa, é vital para a humanidade.
Abraço fraterno,
Runildo Pinto

Gustavo Guglielmi disse...

Não complica, Rick. Quer dizer que eu tenho que ler um livro ANTES pra depois entender o que VOCÊ não conseguiu me fazer entender.

Não é melhor vc mesmo explicar, de forma clara, objetiva e sem rebuscamento?

Vamos ser razoáveis, meu caro Rick.

Anônimo disse...

Encerramos por aqui, meu amigo. Se posso chamá-lo assim.
Se vc. é tão gentil assim, segundo vejo pelos seus posts, se me encontrasse ao vivo, talvez desferisse um soco...apesar de eu ter 1,83m de altura e pesar 91 kg.
Então, vc. fique com sua opinião que eu fico com a minha.
Continuo detestando essa burguesia com cérebro de ameba e todos os vassalos-jornalistas que lhe fazem rapapés.

Rick

Ricardo Mainieri disse...

Minha opinião poética sobre esta burguesia decadente...

Breve check-up da burguesia nacional



Almas burguesas
flanando livres pelos Jardins
detém-se
na Rua Oscar Freire
aprisionadas
por acessórios & aromas.

Cruzam fronteiras
e sobrevoam
os casarões do Batel
preservados e em tons pastéis
em Curitiba.


Deslumbram-se
com uma Bela Vista
e partem alegres
de Porto Alegre.

Em Minas
sobem &
descem ladeiras
em Mangabeiras.


Ao final
em Fortaleza
riem-se de nós
como idiotas
na Aldeota...

Ricardo Mainieri

Anônimo disse...

Ainda assim esses gringos empreendedores são 10 vezes melhores que os gigolôs de vaca regressistas que mandam na política gaúcha.
Espero que aproveitem bastante a festa dos quinze anos, e que divulgem bastante o que é ser rico, e que se diga por aí que o que poderia criar 10 Grandenes na metade sul seria a reforma agrária, a pesquisa científica, a inovação e a industrialização.

Anônimo disse...

Simplesemente, canalhas!

Receita Federal MPF, que tal uma olhada com atenção nessa parente do ditador da Indonésia?

armando

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