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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Maioria quer mais controle do governo sobre economia, diz pesquisa da BBC


Populações se deram conta do fracasso neoliberal

Uma pesquisa da BBC divulgada hoje (14) afirma que a maior parte das pessoas em 20 países diferentes, entre eles o Brasil, quer maior controle dos governos sobre a regulação e administração das economias nacionais.

No total, 67% das pessoas entrevistadas preferem mais regulação do governo e supervisão da economia nacional. No Brasil, esse índice foi de 75%.

Nos 20 países pesquisados, 60% disseram apoiar um aumento dos gastos governamentais para incentivar a economia.

Sessenta e dois por cento apoiam ajuda governamental para indústrias afetadas pela crise.

O Brasil esteve entre os países onde a população esteve mais satisfeita com a resposta do seu governo à crise.

Segundo a pesquisa, 59% dos brasileiros ouvidos se disseram satisfeitos com a resposta dos líderes nacionais à crise econômica mundial, contra 39% de insatisfeitos.

Outros países onde a maioria manifestou satisfação com a reação dos seus líderes à crise foram China (87% dos entrevistados), Austrália (68%), Egito (63%), Indonésia (57%) e Canadá (56%).

Os países com os menores índices de satisfação foram México (9%), Japão (18%), Filipinas (24%) e França (27%).

Nos Estados Unidos, a população esteve dividida ao meio – 49% se disseram satisfeitos com a resposta dos seus líderes, e 48%, insatisfeitos.

As questões onde os brasileiros se mostraram mais divididos foram sobre ajuda financeira do governo a bancos em crise e maior gasto governamental.

Para 51% dos entrevistados no Brasil, o governo deveria dar ajuda financeira a bancos com dificuldades, já 44% se disseram contra a ideia.

Os gastos governamentais como forma de combater os efeitos da crise dividiram ainda mais os entrevistados brasileiros: 48% são a favor e 44%, contra.

A maioria dos brasileiros ouvidos manifestou apoio a ajuda financeira a empresas em crise (68% dos entrevistados) e mais apoio a tecnologias limpas e fontes de energia renovável (75%).

Metade dos brasileiros ouvidos se disse a favor de dar mais poder às instituições internacionais no controle da economia global.

A maioria das pessoas nos demais países pesquisados demonstrou insatisfação com o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com os executivos dos principais bancos do mundo. A pesquisa indica que a insatisfação foi ainda maior nos países desenvolvidos.

A pedido da BBC, a GlobeScan e um programa especial da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, ouviram 22.158 pessoas em 20 países – Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Egito, Estados Unidos, Filipinas, França, Grã-Bretanha, Índia, Indonésia, Japão, México, Nigéria, Paquistão, Quênia, Rússia e Turquia.

No Brasil, foram ouvidas pessoas em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Leia aqui a íntegra do relatório da pesquisa (em inglês).

11 comentários:

André de Oliveira disse...

OLá!
Dica de leitura que fecha bem com a divulgação dessa pesquisa:
Praticamente todo o caderno de Economia do Estadão de domingo é sobre a intervenção estatal do governo brasileiro em setores decisivos da economia: mineração, petróleo e petroquímica, eletricidade, sistema bancário e telefonia. Vale a leitura. Apesar do tom rancoroso do Estadão, tentando falar até em "assassinatos" econômicos [na boca de um velho liberal frustrado], as informações são esclarecedoras e dão a dimensão de um plano político que está antenado com essa demanda social por controle público na economia. O problema é o custo ambiental e ecológico dessa intervenção, muitas vezes inconsequente, tratado com desprezo. Dona Dilma na gerência de tudo isso.

dejavu disse...

Sim "parece" que se deram conta! Porém temos ainda bolsões de liberalismo que estão fazendo de tudo para que o fracasso deste capitalismo amoral não apareça. Nos Estados Unidos o simples fato de Obama tentar estender a assistência a saúde para os mais necessitados fez a "população"(aquela cooptada pelas seguradoras de saúde) ir as ruas contra o deficit que irá causar nas contas públicas! Aqui no Brasil temos são paulo, minas gerais e rio grande do sul (coincidentemente governos tucanos) bovinamente seguindo a cartilha e convenientemente sendo acobertados pela mídia comprada - são sempre os mesmos, apoiados pelos de sempre, mamando as eternas tetas do estado que tanto espinafram. É um circulo vicioso. O melhor exemplo é o que está acontecendo agora, neste instante, nos pagos gaúchos. É só comparar com o enlouquecimento que tiveram no único período de 4 anos que perderam as mamatas!

Anônimo disse...

1 Bilhão de desvio no anél rodoviário do Rio (PAC).
964 mil desviados no Ministério da Justiça e na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência em eventos não realizados.
É o TCU quem denuncia (Folha de São Paulo de hoje).
E querem que Governo
controle alguma coisa?
Para quê? Para encherem mais os bolsos dos políticos e Partidos Políticos que estão no poder?
Imaginem de quanto seria a "mordida" para autorizarem o aumento dos combustíveis, por exemplo?
Basta ver as empresas de ônibus e as Prefeituras das Cidades por esse Brasil afora. O Prefeito autoriza aumento acima da inflação e garante recursos para sua próxima campanha. Quem ainda não viu esse filme?
Milton Miguel

Raul Vinhas disse...

O anonimo acima parece que conhece o mundo só por um lado. O setor privado, e quem conhece sabe disso, é tão corrupto quanto, com a diferença de que sempre procura privatizar os lucros e socializar o o "preju".

O problema deta corrupção endemica no país é um problema cultural e de desenvovimento. Um dia chegaremos no nível dos paises centrais e conseguiremos fechar a corrupção em 2% ou 3%, tanto no setor privado quanto no estatal ou publico. Zerar e manter assim será impossível, custará mais que estes 3%.

Mark Twain disse no inicio do século XX: Nós (americanos) temos o melhor Congresso que o dinheiro pode comprar. Nós brasileiros, com cem anos de atrazo, chegamos lá, porque nem isto tínhamos.

E, se não estou tão errado assim, deveríamos parar com a ladainha anti-estatal, verificar que há países no mundo no quais este setor funciona bem e fazer por melhorar o nosso que, alias, tem uma Petrobras que com tudo que possam falar, é eficiente e tecnicamente competente.

Anônimo disse...

Milton Miguel.
Se fosse um governo com mentalidade de banqueiro já tinham inventado que "precisamos economizar", que o risco do coitado do investidor é muito alto, que precisamos aumentar o juro básico para atrair capitais estrangeiros.
O Brasil estaríamos de joelhos, bunda na janela. Como em 1996~2001.
Podes escolher entre o PAC e seus problemas de corrupção ou o neoliberalismo dando dinheiro para banqueiro a 60% de juros ao ano.
Ou corres o risco de ter de enfrentar a corrupção, que para amenizar isso tem alguns órgãos como TCUs e a imprensa, ou preferes viver em eterna recessão dando dinheiro para banqueiro, que é legal e tem a simpatia dos jornais.

Francisco Goulart disse...

O setor privado é MUUUITO mais corrupto que o público.

Anônimo disse...

Anônimo das 19h.
Eu não prefiro nenhum dos dois. Tinha que ser como na Coréia: "corrupção, principalemnte com dinheiro público, é degola na hora".
Quantos petistas, tucanos,pepistas, petebistas, pmdebistas, verdes, psois, etc, andariam sem cabeça por aí?
Aliás, cabeça de político seria mosca branca nesse nosso Brasil.
O problema é que não combatemos a corrupção como um todo e sim a corrupção do partido alheio. O nosso sempre tem uma justificativa.
Infelizmente.
Ana

DAVID disse...

NO RS VÁRIOS POLÍTICOS JÁ ESTARIAM SEM CABEÇA A MUITO TEMPO, INCLUSIVE ALGUNS JORNALISTAS!!! A MÍDIA ESTÁ AÍ PARA JUSTIFICAR AS FALCATRUAS DA direita !!

Nelson Antônio Fazenda disse...

Ainda iludido com a avassaladora propaganda contrária ao setor público/estatal - que tem, não há dúvidas, problemas sérios -, o nosso anônimo acredita que a corrupção só tem uma "perna", uma personagem. Porém, o tipo de corrupção a que ele se refere só pode existir na medida em que contracenem dois personagens: o corrupto e o corruptor.
Para livrar a cara do grande empresariado privado, os escândalos de corrupção, quando denunciados pela mídia, só apresentam um lado, uma "perna": o(s) funcionário(s) público ou da empresa estatal, que se corrompeu. O corruptor, um ente privado - na maior parte das vezes um empresário privado, que é quem tem dinheiro para tanto -, raríssimas vezes aparece.

Anônimo disse...

Direita e esquerda estariam sem cabeça David.
Não tenta tapar o sol com a peneira.

Anônimo disse...

Ô Feil, bota aí:

Mais contrôle e mais cadeia para estes vigaristas históricos.

Claudio Dode

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