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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Brasileira teria confessado farsa, diz mídia suíça


Noblat e TV Globo cometem barriga histórica

Telejornal da noite na emissora Tele Zurich informou ontem que a advogada brasileira Paula Oliveira já teria confessado à polícia que inventou o caso da agressão por neonazistas. A informação foi dada também pelo jornal conservador Welt Woche. Citando fontes da polícia, os dois veículos informam que a advogada teria confessado inclusive ser autora dos ferimentos na própria pele. Paula teria informado que comprou o estilete numa loja chamada Ikea. Os motivos pelos quais a brasileira teria inventado o ataque não foram revelados pela mídia suíça.

A brasileira ficou seis dias hospitalizada depois de alegar ter perdido os bebês em consequência de um ataque de três supostos neonazistas na semana passada, uma versão contestada desde o início pelas autoridades suíças. A Justiça de Zurique, na Suíça, abriu processo penal contra Paula por suspeita de falso testemunho à polícia local. Segundo o Ministério Público local, a denúncia ocorre por ela ter alegado estar grávida, quando exames provaram o contrário. As informações são da Agência Estado.

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Quem deu o furo dessa falsa notícia foi o jornalista de direita Ricardo Noblat, hoje hospedado no portal de O Globo. Noblat foi secundado pela TV Globo que divulgou amplamente essa evidente barriga jornalística.

A ação irresponsável destes jornalistas de resultados (audiência fácil, sensacionalismo barato, espetacularização do grotesco ou patológico, etc) provocou um mal-estar nas relações entre Brasília e Berna.

Agora cabe a questão: quem vai reparar a situação, quem vai pedir desculpas ao povo brasileiro e ao povo suíço por divulgar notícias que não se confirmam e causam abalos diplomáticos entre dois países com relações estáveis?

Fica a lição: cada vez se deve suspeitar mais e mais da credibilidade da grande mídia oligárquica brasileira e seus periféricos – como Noblat e tantos outros.

13 comentários:

Anônimo disse...

Feil,
o problema é que essa notícia ai alemã também é uma barriga.... A mídia daqui = mídia de lá... Dizem inclusive que este jornal é do tal partido PSV... O problema é bem maior, é o ovo da serpente...

Jean Scharlau disse...

Há controvérsia:
"O partido assumidamente nazista que domina a justiça e a polícia na Suíça armou uma arapuca para a brasileira agredida. O caso é político e envolve a segurança nacional lá deles. O partido está em pleno processo de referendum para aprovar leis rigorosas de xenofobia contra os migrantes. Segundo uma delas, o imigrante ilegal flagrado vai para a cadeia e é expulso do país, junto com o resto da família. A agressão a Paula colocaria todo o esforço xenófobo a perder. No dia em que Paula foi agredida, milhares de cartazes mostrando os imigrantes como corvos forravam o país.

Existem muitas ligações com o caso Vladimir Herzog. Flagrada no assassinato de um jornalista, a ditadura brasileira forjou o suicídio (auto-imolação), mostrando inclusive fotos do pretenso atentado contra a própria vida. Flagrados num bárbaro atentado contra uma mulher, advogada, estrangeira legalmente no país, os nazistas suíços se desesperaram, acharam que tudo iria por água abaixo. Então reverteram a situação, forjaram a tese de auto-imolação e até mesmo estão agora surgindo “provas” como um depoimento (ilegal, segundo o advogado da família de Paula), pretensamente assinado por ela assumindo a culpa.

A imprensa marrom da Suíça , conivente e cúmplice , deita e rola, dizendo que a brasileira forjou o atentado para ser indenizada. Mulher rica, bem posta, com relacionamento estável, não iria se submeter a uma barbárie com resultados duvidosos. Isso não cola. O que impressiona não é a cara de pau das falsas versões, mas o acovardamento do Brasil, tanto por parte da imprensa (li artigos cheios de vergonha de sermos brasileiros), quanto do governo.

O autor do furo, Ricardo Noblat, explicou no Comunique-se que agiu corretamente ao fazer a apuração rigorosa da denúncia , defendendo a divulgação de um crime hediondo. Disse também que os outros jornais repercutiram depois de as devidas checagens. Então é mentira essa história que foi uma barriga e que isso é vergonhoso e tal. Foi uma reportagem de denúncia, que a política nazista atualmente no poder da Suíça distorceu em favor de seus próprios interesses, como fez aqui a ditadura no caso Herzog.

Agora Paula está sendo indiciada por falso testemunho e por ter tentado enganar a polícia. Imaginem uma bomba desse tamanho: Paula de Oliveira, numa prisão por três anos. Isso é dinamite pura. É um crime que está acontecendo e o Brasil não deveria ser tão covarde, tão cheio de remorso e culpa, tão cúmplice. Os sujeitos mentem e todos ficam calados, pedindo perdão? Paula foi agredida, atacada, quase morreu. O atentado arruinou sua vida. A versão de que tenha se auto-imolado é mentira. É a partir daí, da primeira e correta percepção do fato, que o caso deve ser encarado.

Ou vamos abandonar Paula, assim como Herzog foi abandonado em plena ditadura? Paula Oliveira, estamos contigo.

RETORNO - Imagens desta edição: Paula Oliveira e Vladimir Herzog. No fundo, a ditadura é a mesma. Por isso os métodos se parecem.
Nei Duclós
http://outubro.blogspot.com/2009/02/paula-um-caso-herzog-na-suica.html

Anônimo disse...

Enquanto isso, no Brasil:

As sucursais do Instituto de Estudos Empresariais (IEE) de São Paulo e Minas Gerais, criadas há dois e quatro anos, respectivamente, estão movimentadas. Quinzenalmente há jantares-debates, sendo que o último, em SP, recebeu ninguém menos que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Por Denise Nunes, para Correio do Povo, hoje.

Anônimo disse...

Jean, em primeiro lugar o referendum já aconteceu, foi no dia que Paula alega ter sido atacada.
Resultado do referendum: derrota dos xenófobos.
Essa notícia tua é velha. E depois não dá pra comparar uma mocinha rica e perturbada mental com o jornalista Vlado Herzog. As pessoas são completamente diferentes e os contextos idem. Por que mesmo se solidarizar com uma pessoa aloprada que forjou uma situação e quase cria um problema diplomático para o Brasil? Acho que ela tem que ser tratada, medicada e responder por seus atos, como cidadã que é suspeita de ter cometido um crime. Não tem nada que ver com Herzog, nós vivíamos sob uma ditadura sanguinária e o caso foi interno, não envolveu nenhum outro país. Quem levanta essa suspeita é um paranóico delirante. Sorry!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Concordo com o Scharlau, não acho que foi barriga. Acho que é uma notícia que vazou, a fonte confirmou, inclusive o pai da suposta vítima e a notícia tinha sim de ser divulgada. Também acho que essa mulher não tinha motivos para fazer o que alegam que ela fez. Mas loucuras e delírios ocorrem em todas as coisas da vida, inclusive aqui.

Anônimo disse...

E o Noblat elogiou meu blog. Fez até um post. Será que leu e mesmo assim gostou (hipótese desejavel)? Ou apenas seguiu uma indicação?

Sei lá.

Anônimo disse...

É que ele supõe que o teu blog seja pura literatura murista. Passou os olhos, viu que não é xiita e mandou ver na indicação.

Anônimo disse...

Cristóvão,

Obviamente, tu tens razão. Porém, não esqueçamos de que uma porrada de blogueiros independentes também cometeram uma barriga às avessas por terem se precipitado ao torcerem desvairadamente pela moça.

Eles fizeram uma patriotada digna de Galvão Bueno:

http://heliopaz.wordpress.com/2009/02/17/paula-oliveira-blogueiros-irresponsabilidade/

[]'s,
Hélio

Jean Scharlau disse...

Juarez, grato pela informação sobre o referendum. Não manifestei aqui entretanto minha opinião, mas a de Nei Duclós (com o endereço). A minha manifestação ao republicar aqui o texto do Nei (jornalista cuja opinião respeito) tem o objetivo de promover a diversidade de informações e interpretações dos fatos. A idéia também é induzir à multiplicação das perguntas, ainda que eu não tenha resposta alguma.

Nei Duclós disse...

Jean, obrigado pelo respeito à minha opinião. Mas como vemos por aqui, é inútil. Emitir uma opinião oposta é classificada aqui de paranóia. Não há formação democrática porque não temos democracia. Os dois casos são parecidos não porque Herzog se pareça com Paula, mas porque as alegações, as acusações policiais se parecem. Em ambos os casos a vítima é a culpada! Só isso.

Anônimo disse...

A culpa pela "barriga" não é da Yeda?

Anônimo disse...

Acho que a mulher se cortou mesmo e tinha que dar a notícia. não vamos entrar no mérito de crise diplomática! isso não tem nada a ver com o jornalista. falar mal da rede globo sem embasamento é uma besteira incrível. dizer que rede globo e rbs mentem é coisa de ignorante. mentem porque nao dizem o que alguns metidos a sabichões do mundo político querem ouvir? ela fala a verdade. não toma partido. paga mal? paga. explora? explora. mas tem uma fila quilométrica para entrar lá? seriam todos burros? ou só os 4 ou 5 que vão contra é que são inteligentes? o maior exemplo disso é a katia suman que jurava que nunca trabalharia na rbs e agora está na tvcom!! se eu fosse o editor chefe, daria a notícia tranquilamente, porque nao foi uma mentira. foi uma verdade. e a verdade deve ser dita. sempre.

Anônimo disse...

o pior é que tem gente que inventa informações como o digníssimo jean sharlau dizendo que é um país nazista. provavelmente nunca esteve na suíça e não pode comprovar que povo amável que é o suíço. Depois comparar uma advogada com problemas mentais (confirmados pelo pai dela) com um jornalista morto na época da ditadura é muuuuuuita burrice. chega a ser patético! tenho pena de você, jean. muita pena. espero que você se dê bem na vida. mas por favor, pare de inventar notícias, falando em cartazes de corvos. puxa vida, não precisamos de mentirosos. se você nao sabe o que falar, nao fale nada. é bem melhor. obrigado

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