Uma festa de massa
Tenho um amigo mineiro que durante a ditadura viveu na França. Trabalhava na imprensa do PC francês. Todos os anos ele participava da festa de aniversário do PC italiano. Um festaço, segundo relatava esse meu amigo. Durava cerca de uma semana e compareciam milhares de militantes, eleitores e simpatizantes. Uma festa de massa. Havia festivais de música pop, regional, erudita, de dança, etc. Festival gastronômico. Festival de cinema e teatro. Seminários, encontros e festa, muita festa. Funcionava como um congraçamento anual de companheiros de várias regiões do país, da Europa e do mundo. Um momento de recompor o caixa das finanças do partido.
Estamos falando dos anos 70/80. Tudo isso terminou, porque terminou o PCI, hoje subdividido em três outras organizações políticas: Democratici di Sinistra, Partito della Rifondazione Comunista, e Partito dei Comunisti Italiani. Todos pequenos e sem a expressão que teve o velho PCI que por várias vezes arranhou a conquista do poder formal na Itália. O PCI chegou a ter como secretário-geral nada menos do que Antonio Gramsci e depois Palmiro Togliatti. Isso não é para qualquer um.
O stalinismo primeiro, até a década de 50, seguido da guinada social-democrata à direita, chamado de Eurocomunismo, formulado pela estratégia do famoso “Compromisso Histórico” (uma aliança com a forte democracia-cristã) foram minando definitivamente as forças do PCI até o final melancólico na década de 90. O PCI chegou a ter dois milhões de filiados numa Itália de menos de 40 milhões de habitantes, e detinha cerca de um terço do eleitorado da península. Uma potência. Mas, como alguém já disse, tudo que é sólido desmancha no ar, o que foi sagrado é profanado...
Lembrei disso tudo hoje, quando li que o PT festejará seus 28 aninhos (e já está no poder formal da República há cinco) em uma galeteria e casa de massas – cuja capacidade não passa de 80 comensais – no bairro Floresta,
Mamma Mia!
7 comentários:
Genial !!!
Bah!!!
Será que vai dar para pagar em dinheiro ou é com o cartão?
hehehehehe.. perfeito!
Nos anos 80, após a anistia, tínhamos as festas da "Voz da Unidade" (jornal do Partidão), festas internacionais com representações de países do mundo todo, principalmente da extinta URSS. Eram festas, principalmente, culturais.
armando
Ridículo. O PT deixou de ser um partido de massas, só. Agora é de massas e biscoitos.
e galetos...
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