A escritora Doris Lessing diz que Obama não duraria muito como presidente
Riscos ignorados
Foi mais uma boa terça-feira para Barack Obama, e uma semana muito ruim para Hillary Clinton. O senador Obama venceu com facilidade as primárias nos Estados de Virgínia e Maryland, bem como no Distrito de Colúmbia, e agora passou à frente na disputa pela indicação democrata. Contrariando as chances históricas, um norte-americano negro se tornou um dos principais candidatos à Presidência dos Estados Unidos. O senador Obama baseou toda a sua campanha em uma suposição básica e consistente. Em suas palavras, "acredito que os Estados Unidos estejam prontos". Ou seja, prontos para eleger um presidente negro.
Mas será que estão de fato? Existe uma preocupação quanto a Obama que não vem sendo discutida. Ou pelo menos não vinha sendo discutida até que Doris Lessing, 88, ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura do ano passado, a expressasse em voz alta: "Ele provavelmente não duraria muito, um homem negro na posição de presidente. Eles o assassinariam", ela declarou em entrevista a um jornal sueco. Muitos afro-americanos compartilham dessa preocupação.
O que está em questão quanto a isso é menos a história racial dos Estados Unidos do que a história de violência política e a onipresença das armas de fogo no país. Desde 1865, houve nove assassinatos ou tentativas de assassinato contra presidentes norte-americanos.
Quatro delas obtiveram sucesso: contra os presidentes Lincoln, Garfield, McKinley e Kennedy. As cinco tentativas mal-sucedidas tiveram por alvo os presidentes Theodore Roosevelt, Franklin Roosevelt, Truman, Ford e Reagan.
Entre os líderes negros atacados, Martin Luther King e Malcolm X foram assassinados, e Vernon Jordan sobreviveu. Tentativas de assassinato durante campanhas presidenciais causaram a morte de Robert Kennedy e ferimentos graves a George Wallace, que sobreviveu, paraplégico.
O verdadeiro perigo de todos esses casos, porém, nunca foi uma conspiração; não estava na ameaça representada pelo "eles" indefinido, contra os quais Lessing alerta, e sim em um assassino isolado e obsessivo, que é quase impossível identificar com antecedência ou deter no momento em que decide atacar. A triste verdade é que conspirações são mais fáceis de detectar do que a ação de um atirador solitário decidido a conquistar um lugar na história. Os Estados Unidos produziram e continuam a produzir muitos indivíduos perturbados desse tipo. Por isso Doris Lessing tinha razão ao dizer o que disse.
Ninguém que conhece os Estados Unidos deveria subestimar o risco.
Artigo do historiador britânico Kenneth Maxwell, publicado hoje na Folha.
9 comentários:
O risco existe. Mas só uma correção, o assassinato do JFK foi sim uma conspiração. Acho que do mano dele o Bob não foi.
Max
Mirabolante. Na verdade, nesse cargo equivalente ao CEO de empresas multinacionais, não existe cor, raça, sexo, etc. Existe sim, simplesmente, a opção e a convicção pela condução dos INTERESSES do império. Por exemplo, Kennedy era do sistema, era um perfeito CEO, tanto que quase levou o mundo à destruição em 1962 com a crise dos mísseis, mas em seguida começou a vacilar na condução da empresa, digo dos EUA. Foi "corrigido" o rumo. E mais: na presidência, Hillary ou Obama, transformam-se em "Wilson" e vão buscar o próximo Iraque ou próximo Vietnã. É da essência do império. Não sou eu que o digo, mas um judeu norte-americano, N. Chomsky.
armando
Prá mim o perigo já passou aquí no Brasil!! O FHC informante da CIA!! e mensalista da CIA. Esta organização que atua no mundo todo e matam o que querem!! A OTAN age e compra terroristas virulentos da direita prá "encenar" terrorismo da esquerda!! Voltando na história lembro do julgamento"farizeu" de SACCO e VANZETTI!! Uma triste trama da direita(sionista) contra estes dois sindicalistas!!
Nesse império de lunáticos é impossível prever o desfecho.
Gente,
o pior atirador lunático e solitário daquelas terras é o George Bush. O pior serial killer produzido por lá. Pobre Obama....
Detesto essas "nostradamices", mas Doris Lessing não deixa de ter razão. Tem muito louco, tem muito maluco fascista nos EUA, com grana e sem grana. Se eu fosse o Obama -- que deve ser eleito, torço por isso, o próximo presidente dos EUA -- reforçaria e muiiito a segurança.
Se eleito, Obama será o Kennedy do século XXI. Não porque será assassinado, mas porque não arredará um milímetro das políticas terroristas em relação à Cuba, à Venezuela, Iraque, Afeganistão, Coréia, etc, etc.
armando
Com certeza os "presidentes" na America toda e na Europa sao CEO. Triste...na verdade o q os proximos presidentes americanos farao ja esta escrito e decidido. Nao devemos ficar perdendo tempo querendo adivinhar "quem" sera, mas sim, o q devera fazer.
Armando, tomara que Obama, se eleito, seja mais flexível com Cuba e libere o comércio com a ilha para não haver mais desculpas para o fracasso do sistema ali vigente que não deu certo em nenhum lugar.
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