Dom Cappio diz que governo faz propaganda enganosa
O bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, disse ontem que o governo “faz propaganda enganosa” ao informar que a transposição do Rio São Francisco servirá para acabar com a falta de água que atinge as populações por onde os canais vão passar.
“O projeto de transposição tem fins econômicos, para a produção de frutas para exportação e criação de camarão em cativeiro; para incremento do capital. Se esse projeto fosse para dessendentação [saciar a sede] humana e animal eu seria a favor, mas esse não é o objetivo”, disse o bispo.
Sobre a possibilidade de o projeto gerar desenvolvimento econômico e social na região, dom Cappio afirmou que isso deveria estar em segundo plano. “Primeiro é garantir água para quem tem sede e depois o multiuso do rio.”
Para o bispo, que já fez greve de fome contra a transposição, antes de distribuir a água do São Francisco é preciso fazer a revitalização corretamente. “Primeiro, vamos revitalizar o rio, porque anêmico não doa sangue. Vamos garantir a vida dele [do rio] para depois garantir o multiuso.”
Dom Cappio (foto) participou de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado para discutir o Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional. Também foram convidados para os debates o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), que era ministro da Integração Nacional quando o projeto foi lançado. A informação é da Agência Brasil.
5 comentários:
Ora, carambas, qualquer projeto tem que ter interesse econômico, tem que fazer circular capital, tem que fazer aumentar a produção, tem que agregar valor, tem que trazer novas perspectivaas, porque é exatamente isso o que falta no interior do nordeste brasileiro. O interesse de Don Cappio é deixar o nordeste como está, porque assim ele vai conseguir cativar -- com seu discurso medieval -- mais e mais cordeirinhos que vão continuar repetindo, foi deus quem quis. Religião é realmente o ópio do povo.
Maia antecipou parte do que eu iria comentar, pois fazer um projeto de milhões de dolares que pode chegar ao bilhão ou mais, simplesmente para "Dona Maria" cozinhar, dar água pras cabrinhas, dar banho nas crianças e plantar macaxeira seria de uma burrice absoluta. Uma coisa levará a outra. O desenvolvimento econômico gerará empregos, que por sua vez irá melhorar a vida daquela gente sofrida. Fico atordoado quando vejo alguns argumentos de quem é contra a transposição. Não é possivel conceber também que façam a água correr para o agreste, alimente a agricultura e a indústria e deixe o sertanejo na mão. Não tem lógica!
Gente, ninguém é contra a transposição (que não é de fato transposição). O frei Cappio e os movimentos sociais são contra fazer uma mega projeto desses pra beneficiar o agrobusiness e as grandes empreiteiras e dizer que estão fazendo isso mentirosamente pra beneficiar o sertanejo. Por isso que ele afirma que é propaganda enganosa do governo Lula. A obra deve ser feita mas não com esses atributos, e dpois, como diz o frei, é preciso primeiro revitalizar o Chico. Vcs. olhem hoje o Chico, em muitos pontos está com praia de areia que dá pra atravessar de lado a lado. Pergunte a quem é ribeirinho. Pois o investidor de frutas export quer roubar essa pouca água para si e seus agronegócios, com a ajuda de Lula. Esse é o problema, gente. Vcs. sabem da missa a metade.
Vivam mais o Chico e verão o quanto tem de disputa de classe aí nesse rio. Não fiquem dando pitaco de local com ar refrigerado e água corrente abundante e limpa. Geddel é um tipo asqueroso, porque Lula butou ele no ministério? Vcs. sabem? Eu e metade da Bahia sabem, o pessoal de Pirapora em MG até a foz no PE, entre Petrolina e Juazeiro, cidades irmãs do Chico, também sabem.
Francisco das Chagas
A princípio, não confio em gente fundamentalista e delirante. A transposição vai servir para produzir frutas para exportação? Além de delirante, xarope?
armando
Em 2003 andei em Upanema - RN, onde FHC construiu um açude que com o concreto gasto daria para construir predios que representavam no momento a capacidade de doar tres apartamentos para cada habitante.
Pois bem o que me chamou a a atenção na época é que a população comemorava a abertura de um poço artesiano para uma "bica", para ter agua para beber.
Quatro ou cinco coronéis tinham se apropriado do açude.
Claudio Dode
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