A
presidente Dilma Rousseff não gostou do tom usado pela Federação
Brasileira dos Bancos (Febraban) no relatório assinado pelo
economista-chefe da entidade, Rubens Sardenberg, e mobilizou o
Ministério da Fazenda para exigir uma retratação. No início da
noite desta terça-feira (8/5), a federação divulgou uma nota para dizer
que o texto de Sardenberg não pode ser interpretado "como
posicionamento oficial da entidade ou de seus associados". A
informação é do Estadão de hoje.
Na
segunda-feira, Sardenberg escreveu um texto em que analisava o
potencial efeito dos juros mais baixos sobre a oferta de crédito. No
documento, argumentou que havia limites para a ampliação do
crédito, como o alto nível de inadimplência, e afirmou: "Você
pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá
obrigá-lo a beber água".
O
governo interpretou a frase como uma provocação dos bancos, em meio
à polêmica sobre a redução das taxas de juros cobradas de pessoas
físicas e empresas no País.
Principalmente
depois de representantes dos bancos terem assegurado à presidente
Dilma Rousseff, na semana passada, que estavam comprometidos com o
objetivo do Planalto de reduzir as taxas de juros.
Na
conversa com a equipe econômica, Dilma queixou-se de que essa é a
segunda investida da Febraban contra o seu governo. A primeira teria
sido uma declaração do presidente da Febraban, Murilo Portugal.
Após participar de um encontro com autoridades em Brasília, no
início de abril, o executivo afirmou que a bola, a partir de então,
estaria com o governo.
Na
ocasião, ele levou um conjunto de propostas que, na avaliação da
Febraban, seriam necessárias para permitir a queda dos juros e dos
spreads bancários - diferença entre a taxa que os bancos pagam na
captação do dinheiro e a que cobram nos empréstimos dos clientes.
Na
reunião com a equipe econômica ontem para discutir a nota da
Febraban, a presidente mandou o recado que não quer ouvir outras
manifestações políticas da federação contra o governo. E cobrou
que a Febraban voltasse atrás no tom usado na nota. O dia foi de
intensas negociações e costuras promovidas por duas frentes
distintas, uma pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, outra pelo
secretário executivo da pasta, Nelson Barbosa.
Desde
cedo, os principais bancos privados do País correram para tentar
apagar o incêndio político. Os banqueiros se esforçaram para
desfazer o mal-estar e telefonaram para o ministro Guido Mantega.
O
presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, por exemplo, disse
ao ministro que o banco "mantém o apoio ao projeto do governo"
e avaliou que "a oportunidade das propostas apresentadas é
inquestionável".
4 comentários:
Se o cavalo não é burro, bebe agua sim!
Claudio Dode
A frase espirituosa não é do banqueiro, por supuesto. Foi expropriada do Lord Keynes. Banqueiro, como de praxe, sempre se apropria do que não é seu. E sequer cita a fonte. Duplo esbulho, portanto.
CF
A Presidente Dilma, não precisa ter medo, como seu antecessor;
banqueiros, sem as forças armadas, têm receio de ficar sem capital.
Dilma bate nos bancos, mas quem apanha é a poupança...
nunca tantos se deixaram enganar tanto tempo por tão poucos.
p.s.: mas e a paulada nos juros? além de seguirem como um dos mais altos juros reais do mundo, o "mercado" já saiu do pós (Selic) para o pré-fixado. ou seja: para os "investidores" continua valendo os juros anteriores a "paulada"do BC lulista de Dilma.
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