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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

De frente para o Guaíba


Por detrás de uma idéia aparentemente aceitável, uma estranha negociação está sendo planejada pelo governo Yeda

Recebo estas pertinentes notas do jornalista Wanderley Soares:

"Aqui, em minha torre, sem deixar de praticar a oitiva com os meus conselheiros, não temo assumir a condição de “advogado do diabo” diante de qualquer comportamento que contenha alguma obscuridade por parte de entidades do poder público ou, isoladamente, por um dos seus representantes. Assim é que o projeto do Executivo, com o apoio do Ministério Público e de uma poderosa ala do Judiciário – diploma que deverá ser apreciado, em fevereiro, pelo Legislativo – com vistas à pulverização da Fase (Fundação de Atendimento Socioeducativo), ex-Febem, com a permuta de valiosíssima área de frente para o Guaíba, a poucos minutos do coração de Porto Alegre, vizinha de shoppings e do estádio Beira Rio, por terreninhos localizados não se sabe onde, merece uma ampla e transparente discussão que envolva um número máximo de representantes de segmentos da sociedade. Como não é novidade por parte do poder executivo, alguns de seus projetos de maior importância são divulgados apressadamente e, quando há bom tempo, com os acordes da banda da Brigada Militar, sem que apareçam detalhes técnicos que possam ser apreciados com frieza cirúrgica.

A descentralização das atividades da Fase pode até ser uma boa idéia. No entanto, quais são os interesses que envolvem o grupo ou os grupos que deverão se apoderar da belíssima área onde estão os complexos Padre Cacique e Vila Cruzeiro do Sul em troca de terreninhos em locais ainda totalmente indefinidos?


Chego a crer, como tenho crises de otimismo, que as unidades descentralizadas da Fase serão inauguradas, simultaneamente, com as casas prisionais climatizadas, construídas e administradas pela iniciativa privada, segundo modelitos do Reino Unido e da Espanha".

Ilustração: imagem Google Earth da valiosa área urbana de Porto Alegre que a governadora Yeda quer passar nos cobres. A estimativa é de que o terreno da Fase alcance o valor de 160 milhões de reais. Os especuladores imobiliários guascas estão esfregando as mãos. A campanha midiática em favor da temerária transação imobiliária foi iniciada na edição de ontem no jornal Zero Hora (grupo RBS, que possui uma incorporadora imobiliária, a Maiojama, portanto, parte interessada e mobilizada).

7 comentários:

Francisco Goulart disse...

Rapaz! Calcula quando daria 10% disso. E 20%, então...

Anônimo disse...

E quanto a troca entre o Banrisul e a DHZ para erigir o Plaza Athenee na Borges?
Houve uma troca entre Banrisul e a DHZ. O primeiro cedeu o terreno em troca de uma agência moderna ao lado da antiga.
O segundo ganhou um terreno para vender 48 unidades ao redor de 200 mil reais cada.
O normal nessas transações é o dono do terreno receber 15% dos imóveis do prédio.
Será que a agência representa 15% do valor construído para justificar a troca ?

Milton Ribeiro disse...

Lá vem propina. E daquelas que a fará tirar a bunda da cadeira!

Anônimo disse...

O que eu acho é que é que "uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa".

Uma coisa é a questão do ECA e as políticas públicas a ele atreladas. Outra coisa são os negócios do Estado com a Iniciativa privada.

Uma coisa é tratar de dar efetividade ao ECA. Elogiável! Outra coisa é querer misturar os negócios de Estado com os interesses da iniciativa privada, o que os tucanos (principalmente dos do RS) são especialistas. Condenável!

Uma coisa é encarar a lei, no caso o ECA, com seriedade. Outra coisa é querer emcima do sofrimento que o não cumprimento do ECA pelo desgoverno tucano causa, querer faturar um apoio, ou quem sabe "troco" para campanha, através de negócios que por si só, não tem a minima justificativa.

Claudio Dode

Anônimo disse...

A ideia, em princípio, é boa. A decentralização é reivindicação antiga de todo mundo que quer um modelo melhor para a FASE. Mas, sem dúvida, é preciso abrir o olho para que o negócio seja realmente bom para o Estado. A área é valiosa e, como diz o texto, o mínimo que se espera é que renda dinheiro para construir unidades de primeiro mundo.

Oscar T. disse...

Tudo pela descentralização e humanização da FASE, mas nada justifica o Estado vender uma área verde que pode ser aproveitada em parte c/ escola quase no centro, em área valorizadissima! Ah.. aí tem!

Anônimo disse...

Moro em Santa Teresa e o piro é q se inventarem de construir, se acabarem com as árvores e suas raízes,já viu né? É só dar uma olhada lá na casa que foi do Nilo Ruschel na esquina Silveiro com Dona Sofia e ver o q nos aguarda. Mais apra cima,no fim da linha do 77 descobri esses dias um puta parque,q a comunidade deveria se ligar para preservar.Antes q alguma construtora meta o olho./Rose Porto Alegre

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