A parlamentar da adulação envergonhada
Abaixo transcrevemos o discurso inteiro da deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS) proferido por ocasião da Sessão de Homenagem aos 50 anos do grupo midiático-partidário RBS, realizado na Câmara Federal, no último dia 18 de setembro, às 12h12.
Trata-se de um discurso laudatório, mas ao mesmo tempo embaraçoso, quase envergonhado. Usa o velho ardil populista de redirecionar as homenagens aos empregados da empresa, como se essa empresa fosse de propriedade coletiva, autogestionária e sem patrões.
Quando considera categoricamente que “não existe a possibilidade de uma cobertura [jornalística] ser totalmente imparcial” faz o papel da advogada pressurosa que trata de isentar preventivamente o seu cliente de responsabilidades por algo que considera uma fatalidade naturalizada. O subtexto diz: como não existe imparcialidade na mídia (e de fato não existe), se justifica, então, tacitamente que a RBS seja o paraíso azul da parcialidade e do proselitismo político-ideológico em favor da direita e do conservadorismo mais atrasado. Isto posto, a RBS está de plano anistiada pela deputada do PSOL.
Esse comportamento errante, por vezes ambíguo, mas que ao fim e ao cabo sempre resulta em carregar água para o moinho da direita, não é novidade na militância de dona Luciana. Quando petista, essa senhora também adotava um discurso radicalizado, tempestuoso, com uma liturgia vocal e visual de esquerda, mas quando era hora de decidir no voto, ficava invariavelmente com as posições mais atrasadas e de direita do espectro partidário petista. No governo estadual de Olívio Dutra teve comportamentos políticos reprováveis: queria “faturar” o fato de ser governo e igualmente “faturar” as contradições próprias de quem é governo em condições as mais adversas na mídia, no governo federal e no fato de se assumir um Estado desmontado e esgualepado herdado de Antonio Britto.
Em suma, politicamente, dona Luciana é uma caricatura de si própria. Leia o seu discurso e comprove.
A SRA. LUCIANA GENRO (PSOL-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Srs. Diretores do Grupo RBS, jornalistas, funcionários, aproveito esta solenidade em homenagem ao meio século do Grupo RBS para falar da qualidade do trabalho desenvolvido na televisão, no rádio, na Internet por profissionais que são altamente qualificados e que, no dia-a-dia desse trabalho, colocam sua alma, sua dedicação em cada reportagem, em cada matéria que desenvolvem.
Não tenho dúvida de que a grande aceitação dos veículos de comunicação do Grupo RBS no Rio Grande do Sul e
Em Brasília, contamos sempre com a presença do Klécio, chefe da equipe local. Homenageio todos os que aqui trabalham, sabendo que a cobertura de Brasília não é tarefa fácil, especialmente para um jornal do Sul do País. Ainda assim, com todas essas dificuldades, com a imensidão de assuntos que Brasília proporciona, sempre encontramos no jornal Zero Hora uma matéria sobre o assunto mais relevante do dia na Capital Federal.
Evidente que não usarei a tribuna para simplesmente fazer elogios. É óbvio que nem sempre eu e outras pessoas ficamos satisfeitos com a cobertura dada pelo jornal, pelo rádio ou pela televisão. Não existe a possibilidade de uma cobertura ser totalmente imparcial. Qualquer cobertura jornalística está sempre sujeita aos sentimentos e às opiniões daqueles que a fazem e a coordenam e dos dirigentes do grupo. No entanto, o importante é que conseguimos sempre encontrar um canal de expressão nos veículos da RBS, mesmo que nem sempre tenhamos a satisfação de ver o que consideramos o mais adequado, o melhor enfoque, a melhor opinião. Sabemos que o canal está sempre aberto.
Nesse sentido, acredito que podemos buscar sempre contemplar as diferentes opiniões, enfoques e abordagens a respeito dos diversos temas que os veículos de comunicação são obrigados a abordar.
É muito importante essa diversidade de veículos que a RBS nos proporciona. Muitas vezes não encontramos o que buscamos no jornal, mas o encontramos na Internet; não encontramos na televisão, mas o encontramos na rádio. Dessa maneira, nesse pool de meios de comunicação, são veiculados os diferentes assuntos, acontecimentos e opiniões.
Deixo a homenagem e os parabéns a todo o grupo, a todos os que fazem o dia-a-dia da empresa, a todos os que trazem a informação, a diversão e a cultura, a todos que incentivam autores, escritores e artistas do Sul do País, tornando-os conhecidos pelo grande público.
É inegável o extraordinário alcance dos meios de comunicação da RBS, que ajudam o Rio Grande do Sul a se conhecer melhor. As pessoas que estão na fronteira de Livramento ou de Uruguaiana conseguem saber, por meio desse potente veículo de comunicação, o que acontece na capital e vice-versa. Da mesma maneira, o Rio Grande do Sul consegue conhecer melhor aqueles que fazem a vida do Estado por meio das lideranças políticas e culturais das mais diversas esferas, que têm sempre espaço em algum veículo de comunicação da RBS para expressar suas opiniões, demonstrar seus talentos ou levar suas informações.
Parabéns! Espero que nos próximos 50 anos a RBS aprimore ainda mais seu trabalho e promova maior difusão de todas as opiniões e manifestações políticas, culturais e intelectuais de nosso Estado.
Muito obrigada. (Palmas.)
...
14 comentários:
bom, essa daí é uma tremenda duma oportunista, nem vale a pena gastar teclado...
é isso aí, no PT Luciana sempre fechava com a direita e no governo Olívio fazia demagogia barata com seu grupelho dentro do CPERGS, ela chega a ser doente de tão oportunista e cara dura.
A Luciana tem muito mais coerência do que o PT. Querem exemplo vivo? Ela sempre foi contra a reforma da previdência que o PT - quando oposição - tanto criticava e - quando governo - aprovou. E fez muito bem aprovar.
Eu votei nessa mulher. Mais uma vez fui traido. Quem faz bajulação aos poderosos, jamais irá combate-los.
Procura-se político de esquerda (combativos). Há vagas.
Cristóvão,
Eu gostava mais qdo tu fazia cachaça.
Guto tu não vai defender a tua líder Lu? Ela vai te punir por estares dizendo abobrinha em lugar de fazer a defesa dela. Tu vai ser expulso do PSOL, cara. Tapa bem o nariz e defende a tua companheira, rapá.
O Mala Maia consegue em uma frase curta criticar e elogiar o PT. É um espanto, como dizia aquele personagem humorístico. No fundo, no fundo mesmo, o Maia ama, de paixão como dizem alguns, o PT. Não consegue ficar longe nunca. Entra Maia. Assina carteirinha, que agora é social democrata como tu defende.
Eu acredito, anônimo, numa aliança do PT com a parte boa do PSDB, numa aliança de centro esquerda, num governo social democrático, como fez a esquerda européia (o PSOE, o PSF, o PSI, o próprio SPD alemão, o partido trabalhista inglês e, também como faz o PS chileno. Esse é o caminho que o PT está seguindo e vai seguir. Tenho certeza disso.
Maia o neopetista.
parte boa do psdbtucanalha é como dizia o padre quevedo: "no ecziste".
POis é, El Barto, o melhor mesmo é o PT se alinhar com o Renan Calheiros e a banda podre do Congresso Nacional. Bom mesmo é o PT.
ô edison,
Tu sabe que eu faço o combate na rua, e o partido é instrumento, é meio e não fim. Prá mim o Psol é o menos pior. Ou tu ainda acha que o Pt é a salvação da lavoura.
Grande abraço amigo.
P.S.: mas que a cachaça era boa, era!hahah
Agora, não se pode comparar a Luciana com o PT mesmo (Maia tem razão), pois ela ainda tem coerência. E criticar o discurso dela na homenagem à RBS é no mínimo um sectarismo anarco-petista (que critica o Lulla mas continua massageando o saco do Pt).
Decidam-se. Ser ou não ser?
Eu não sou mais...
abs a todos.
Aí está aresposta do PSOL para aqueles militantes que cobraram uma posição do partido.
Por favor: Leiam!
Endereço:
http://www.esquerdasocialista.org/site2006/site/?inc=noticia_mostra&cod_noticia=642
Postar um comentário