Fazendeiros de Bagé fazem ameaças de morte a sem-terras
O patrimônio do parque municipal de Bagé (RS) foi depredado, um Frei capuchinho e dois funcionários municipais foram ameaçados de morte por ruralistas bageenses, ontem.
A primeira noite dos 500 trabalhadores rurais acampados na cidade de Bagé foi tensa. Um grupo de fazendeiros, que permanece acampado há poucos metros das famílias sem-terras, utilizou fogos de artifícios para provocar os agricultores durante à noite.
Por voltas das 20 horas, os ruralistas destruiram a central de energia elétrica do Parque municipal onde estão acampados os trabalhadores rurais. Dois funcionários municipais que tentaram religar as luzes foram meaçados de morte pelos latifundiários.
Um Frei capuchinho que acompanhava a marcha também foi ameaçado de morte e teve o carro depredado e os pneus cortados pelos fazendeiros. A Brigada Militar não tomou quaisquer providências.
Os agricultores sem-terras marcham há uma semana em direção à Fazenda Guerra, em Coqueiros do Sul. Além dos trabalhadores que estão acampados em Bagé, desde ontem, outras duas colunas seguem em direção à Fazenda Guerra: a marcha que partiu da região Metropolitana chega hoje
As famílias pedem a desapropriação da área de 9 mil hectares por não cumprir sua função social. Apenas dois empregos fixos são gerados pela fazenda e a arrecadação de impostos para o município é equivalente a quatro pequenos aviários.
A situação em Bagé permanece tensa. Hoje (18) pela manhã, os agricultores receberam a visita do Prefeito Luiz Mainardi (PT). O Ouvidor da Secretaria estadual de Segurança, Adão Paiani, já recebeu as denúncias das provocações dos latifundiários e deve tomar providências.
Um comentário:
Tá aí o espelho do Carlos Eremildo Maia !
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