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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

terça-feira, 4 de setembro de 2007


Emater: a culpa é da vítima

O governo de dona Yeda demitiu cerca de 400 funcionários da Emater que cometeram o delito de, após uma vida inteira de trabalho na instituição, aposentarem-se e continuar trabalhando. Pois, o panfleto político-partidário Zero Hora, porta-voz do governo guasca, reclama na Página 10 que “os servidores demitidos da Emater/Ascar ameaçam entrar na justiça para receber a multa de 40% sobre o valor total do FGTS acumulado ao longo de toda a vida funcional”. O governo tucano admite pagar a multa relativa ao Fundo apenas sobre o período posterior à aposentadoria.

Ocorre que em outubro de 2006 o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o dispositivo da CLT, segundo o qual a aposentadoria do empregado acarretava a extinção do contrato de trabalho. A partir daí, a maioria dos ministros do Supremo entende que a multa de 40% do FGTS deve ser calculada considerando todo o período contratual do trabalhador. Zeagá, sabedora desta interpretação do STF, vaticina que se os servidores ganharem um processo obrigando o Estado a pagar a multa e os reflexos dela decorrentes, estarão condenando a Emater à extinção.

Portanto, o panfleto oficialista do tucanato já admite que possa estar nos planos de dona Yeda a extinção da Emater. Porém, alerta que se isso ocorrer, a responsabilidade será dos trabalhadores que tem esse “mau hábito” de reclamar seus direitos no judiciário. Mais uma vez a vítima é culpada pelo crime.

Com a contribuição de Pantaleão Kalil.

3 comentários:

Anônimo disse...

e a declaraçao da pagina 10?
"A serem verdadeiros os dados divulgados pelo governo, entre os demitidos da Emater há casos em que o afastamento se justifica por questões humanitárias: uma faxineira de 81 anos e um técnico de 92 anos."
a luz do estatuto do idoso, é extremamente preconceituoso. Ela julga que a idade e não as condições de saude sao os requisitos do trabalho.
Pé na bunda "humanitário" em faxineiras que recebem em média 200 reais e que farão falta no orçamento doméstico..

Anônimo disse...

Uma vez escutei, lá nos tempos do Britto que: a melhor coisa à fazer para de acabar com alguma coisa, é passar a idéia, de que ela não, é necessária, só é gasto...

É isso, simples, a culapa é dos que trabalham e ponto final.

Depois vai o Banrisul, a Corsan, Ceeee, Cesa, e assim por diante.

Tudo em nome... em nome do que mesmo?

Para o mundo que eu quero decer.

Enquanto isso, o Trapa$$a, vai mostrando os tais Portais....

Anônimo disse...

Em primeiro lugar, obrigado pela correção. Já mudei para "enxaimel" (escutei errado da guia e não me dei o trabalho de pesquisar!) e dei os devidos créditos a você.

Em segundo, minha mãe está entre os 400 demitidos. Vamos ver como ela encara essas "férias involuntárias". Até agora, tudo bem. No mês que vem trago ela pra cá, para me visitar. Se estiver cansada de não trabalhar, lhe arranjo trabalho! Por aqui, não falta!

Um abraço fraterno.

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