A mídia
conservadora do Brasil, não querendo passar atestado de atraso e
conservadorismo às vezes cai na tentação de usar uns neologismos
que acabam virando os horrorosos cacoetes de linguagem.
Os dois
últimos exemplos de que a mídia quer ser “muderna” à muque
são: a expressão paralimpíada e brazuca. Não é
correto escrever paralimpíada. Não é correto escrever brazuca.
O certo
é paraolimpíada e brasuca. Brasil é grafado com S. Brasuca deriva
de Brasil, logo não pode ser grafado com Z. Paralimpíada é a
tradução literal (e burra) do inglês paralympic.
Todos os
grandes jornais brasileiros, e as grandes redes de TV, cometeram esse
erro motivado pela subalternidade colonizada, incapacidade de
discernimento, boçalidade, tradução ao pé da letra, e sobretudo por constituirem uma 'abominação cognitiva', como diz a professora Chaui.
5 comentários:
Caro Cristóvão Feil,
Em relação a "Paralimpíada", recebi a seguinte informação:
"desde dezembro do ano passado o Brasil passou a utilizar os termos Paralímpico-Paralimpíadas (sem a letra o de Olimpíadas), como já vinham fazendo todos os outros sete países de Língua Portuguesa. A palavra vem da contração de paraplégico + olimpíadas e assim também é na língua inglesa: paralympic = para(plegic) + (o)lympics".
Abs!
Pô zcarlos, com a informação correta tu estragaste a tese do Feil!
Caro ZCarlos,
Leia, por favor, novamente esta frase do post:
"Paralimpíada é a tradução literal (e burra) do inglês paralympic".
Leu?
Abç.
CF
Eu li CF.
Apenas passei pra ti a informação que havia recebido.
Aqui vai uma outra pra ajudar a confundir:
As formas paraolímpico e paralímpico encontram-se ambas registadas em vários dicionários de língua portuguesa e nenhuma delas pode ser considerada incorrecta.
A forma preferencial deverá ser paraolímpico, pois será mais consensual a junção do prefixo para- à palavra olímpico. Neste caso, não há uso de hífen porque o prefixo para- não deve ser seguido de hífen (ex.: paraestatal, parassíntese, paratexto), excepto se a palavra a que se junta começar pela letra h ou pela vogal a (a mesma vogal em que termina o prefixo).
A variante paralímpico pode ser justificável quer pela influência da forma inglesa paralympic, quer por um processo de síncope, comum em português, que consiste na eliminação de um fonema no interior de uma palavra (para- + [o]límpico).
A forma para-olímpico encontra-se apenas registada no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa e não está de acordo com o uso do hífen com o prefixo para- nas principais obras de referência (por exemplo, no Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves).
Estas indicações não sofrem qualquer alteração com a aplicação do Acordo Ortográfico de 1990.
Bibliografia: Rebelo GONÇALVES, Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa, Coimbra: Atlântida, 1947, pp. 252-253.
Fonte: http://www.flip.pt/Duvidas-Linguisticas/Duvida-Linguistica.aspx?DID=577
Do prof. Pasquale Cipro Neto, na sua coluna na Folha, de 6/9/12:
"A formação de "paraolímpico" é semelhante à de termos como "gastroenterologista", "gastroenterite", "hidroelétrico/a", "socioeconômico", das quais existem formas variantes, em que se suprime a vogal/fonema final do primeiro elemento (mas nunca a vogal/fonema inicial do segundo elemento): "gastrenterologia", "gastrenterite", "hidrelétrico/a", "socieconômico". O uso não registra preferência por um determinado tipo de processo: se tomarmos a dupla "hidroelétrico/hidrelétrico", por exemplo, veremos que a mais usada sem dúvida é a segunda; se tomarmos "socioeconômico/socieconômico", veremos que a vitória é da primeira.
O fato é que em português poderíamos perfeitamente ter também a forma "parolímpico", mas nunca "paralímpico", que, pelo jeito, não passa de macaquice, explicitação do invencível complexo de vira-lata (como dizia o grande Nélson Rodrigues). Pelo que sei, em inglês... Bem, dane-se o inglês. Danem-se os Estados Unidos, a Inglaterra e a língua inglesa."
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