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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

terça-feira, 12 de maio de 2009

National Ghettographik



O rap portuga do Chullage

Olhos filmam, a mente grava, rima revela
é a realidade que se agrava em todo o guetto, Arrentela
ritual repete-se, o wella smella
birra refresca as ideias enquanto desliza pela goela
um pingo p'ro chão
p'ros dreadlocks do irmão
que a morte levou com ela
pits não ladram, bloqueiam quando mordem por isso niggaz não largam a trela
brothers que voltaram contam histórias de noites passadas numa cela
da prisão ou do reformatório onde o juiz entregou a sua tutela
cinco euros em cima de um monte, nada de novo nesta tela
é a puta da paka, é tudo por ela
por ela meu people sofre perigos sem cautela
por ela a ganancia do mundo nos atropela
meu coração gela
a medida que mais uma noite dá lugar a mais um dia
mais incertezas, mais agonia
mais uma marmita
rumo a uma obra onde o f.d.p é capaz de bazar no fim do mês com a guita
life goes on, interessa é que um nigga pita
um nigga grifa, um nigga fode
mas se um nigga não pita então rua explode
babillone recolhe as vitimas, muitas das quais ela é que faz
movida por uma autoridade ineficaz
uma arma, um distintivo e um ridiculo traje
o objecto da proibição
transforma-se em pão
e nigga torna-se às
de tudo capaz
eis terminada a paz
brothers mortos, brothers de cana e o tempo não volta atrás
reality chek
não há ficção, não há efeitos especiais, rap é o soundtrak registo criminal é o cartaz.

De perto ou de longe, qualquer ângulo, qualquer plano eu faço o zoom
é a realidade dos guettos que aqui se resume
na escola não se lê
não mostra na tv
mas só quem não quer é quem não vê
national ghettographik, lisa, margem sul e r.e.g ( 2x )

Após a noite escura, a luz
traz o relatório da tragédia, vista a olhos nus
mas ninguem impede-a
a resolução não vem nos media
na enciclopédia
a verdadeira dimensão só quem a vive mede-a
no meio de barracas e prédios sem portas nem elevadores
com tags pelas escadas e corredores onde ratos e outros parasitas coabitam com o resto dos moradores
roupas rasgadas penduradas nas janelas
cacos de garrafas, beatas de wellas
pelo chão onde putos chocam as suas canelas, jogando futebol com pequenas bolas de borracha
niggaz mais velhos cercam damas p'ra ver quem mais chacha
a quem ela abre a racha
exibindo o cenário, o bote, o ouro que tanta beleza ela acha
ou picando-se uns aos outros, até que sai o fight com o nigga que flasha
crianças inocentes girando à volta de mães solteiras
babillones
em rondas rotineiras
procuram a razão p'ra sairem de caçadeiras na mão
cotas que voltam depois de mais um dia de luta pelo pão, sem saber o paradeiro dos familiares
sem saber a razão dos insucessos escolares
de filhos que eles tanto lutam p'ra manter no caminho certo
mas enquanto os pais estão longe, o perigo esta perto
noites caem e trazem com ela da novo a escuridão, ao crime propícia
com ela mais policia
mais revolta
mais ódio à solta
após a noite escura, o dia mostra o mesmo cenário trágico quando se olha à volta.

De perto ou de longe, qualquer ângulo, qualquer plano eu faço o zoom
é a realidade dos guettos que aqui se resume
na escola não se lê
não mostra na tv
mas só quem não quer é quem não vê
national ghettographik, lisa, margem sul e r.e.g ( 2x )

Um comentário:

João disse...

Que merda é essa aqui feil?

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