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Pela dinâmica do segundo mandato presidencial não se vislumbra nenhuma mudança na rota conciliadora que Lula imprime ao seu governo. Avanços políticos e sociais não fazem parte da agenda do segundo mandato, e não é plausível acreditar que irão acontecer até o final de 2010. Pelo contrário, o exercício diário da conciliação com velhos caciques e oligarquias, é um sinal claro em sentido contrário.
O resultado político de programas sociais – a exemplo do bolsa-família e o ProUni - foi o enfraquecimento de velhos mecanismos de dominação. Os programas de redistribuição de renda do governo interferiram na antiga relação entre a entrega do recurso público a seu beneficiário intermediada por um político regional. Esses programas tiveram um papel importante para a redução do poder de oligarquias históricas como a da família Sarney e o clã dos ACM, que foram derrotados eleitoralmente em seus respectivos Estados.
Contudo, o sentido conciliador (conservador) do governo vem anulando esses avanços. Ao conceder espaço a personagens políticos como José Sarney, Renan Calheiros e Michel Temer – especialistas em arrendamento de deputados e senadores -, o governo Lula reproduz a velha lógica política do País, reforçando o poder dessas lideranças regionais e seu poder oligárquico.
Ao mesmo tempo, o governo vem cedendo espaço a setores conservadores como o representado pelo o Sr. Gilmar Mendes, legitimando um papel político a personagens sem nenhuma representatividade, além da outorgada pelos meios de comunicação dominantes.
Ou seja, a legitimação popular conferida ao governo Lula, conquistada pelas políticas redistributivas e medidas de incentivo ao crescimento econômico, não foram suficientes para encorajar o governo a enfrentar os velhos donos do poder. Pelo contrário, o caminho escolhido foi o da conciliação, compensando as velhas oligarquias e lideranças regionais com amplo espaço no governo.
Ao final, o governo Lula poderá declarar, como o personagem de Machado de Assis, “... Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis, nada menos”.
O blog Partisan RS pode ser acessado aqui. Recomendamos.
Pela dinâmica do segundo mandato presidencial não se vislumbra nenhuma mudança na rota conciliadora que Lula imprime ao seu governo. Avanços políticos e sociais não fazem parte da agenda do segundo mandato, e não é plausível acreditar que irão acontecer até o final de 2010. Pelo contrário, o exercício diário da conciliação com velhos caciques e oligarquias, é um sinal claro em sentido contrário.
O resultado político de programas sociais – a exemplo do bolsa-família e o ProUni - foi o enfraquecimento de velhos mecanismos de dominação. Os programas de redistribuição de renda do governo interferiram na antiga relação entre a entrega do recurso público a seu beneficiário intermediada por um político regional. Esses programas tiveram um papel importante para a redução do poder de oligarquias históricas como a da família Sarney e o clã dos ACM, que foram derrotados eleitoralmente em seus respectivos Estados.
Contudo, o sentido conciliador (conservador) do governo vem anulando esses avanços. Ao conceder espaço a personagens políticos como José Sarney, Renan Calheiros e Michel Temer – especialistas em arrendamento de deputados e senadores -, o governo Lula reproduz a velha lógica política do País, reforçando o poder dessas lideranças regionais e seu poder oligárquico.
Ao mesmo tempo, o governo vem cedendo espaço a setores conservadores como o representado pelo o Sr. Gilmar Mendes, legitimando um papel político a personagens sem nenhuma representatividade, além da outorgada pelos meios de comunicação dominantes.
Ou seja, a legitimação popular conferida ao governo Lula, conquistada pelas políticas redistributivas e medidas de incentivo ao crescimento econômico, não foram suficientes para encorajar o governo a enfrentar os velhos donos do poder. Pelo contrário, o caminho escolhido foi o da conciliação, compensando as velhas oligarquias e lideranças regionais com amplo espaço no governo.
Ao final, o governo Lula poderá declarar, como o personagem de Machado de Assis, “... Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis, nada menos”.
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9 comentários:
Legitimação popular nem sempre se traduz em poder político. Exemplo: Chávez anuncia uma medida forte e coloca um milhão de pessoas na rua. Lula, embora tendo mais apoio do que Chávez, se anunciasse uma medida radical em prol da reforma agrária, o próprio MST não colocaria e nem mobilizaria um décimo desse contingente em apoio ao governo. Apoiar é uma coisa; traduzir esse apoio em poder é outra história.
Tá bom, Ary, agora a responsabilidade é toda do MST. Sem essa, cara. Sai pra lá.
Vc sabe que mobilização popular não é estalar dedo, é um processo longo de construção, de ganhos e perdas, de avanços, recuos táticos, etc. Acontece que o ex-sindicalista nunca quis fazer essa política. Preferiu a conciliação pelo alto, direto com as oligarquias, com os banqueiros e o agronegócio. Agora os petistas vem dizer que não há mobilização popular.... gracinha, faz bilu-bilú Ary.
Essa política obscura que Lula mantém com Gilmar Mendes é uma das coisas mais nojentas e vergonhosas da República. A foto do blog é um retrato desse conluio asqueroso, onde o sr. Tarso foi peão de uma jogada pelo alto com o líder da direita brasileira hoje.
Deixa pelo menos o MST fora disso, meu caro. O PT ou o que resta dele não tem a menor legitimidade pra criticar quem quer que seja no Brasil. Não sei qual a desmoralização maior, se a de Yeda ou a do PT, embora por motivos diferentes.
E essa foto? Mostra, ou melhor, escancara quem manda e quem obedece. Que coisa, sô!
armando
Juarez: não temos intimidade suficiente para esse tipo de liberdade no tratamento - desrespeitosa. Nunca te tratei assim. Quanto ao MST, não se ofenda por ele - você não entendeu o que escrevi. Paciência. Obs: o espaço geográfico para fazer "bilú-bilú" está na ponta de minha língua mas creio que não seria sonoro.
Ary, é fácil fazer o estilo "bravinho". Mas você insinuou de forma desonesta que o MST tinha parte nessa política de imobilização conciliatória do lulismo.
Negue se for capaz. De qualqeur forma eu retiro o bilú-bilú.
Olha, Juarez, não estou bravo. Pouquíssimas vezes (acho que nenhuma) alguém disse que eu elaboro intervenções ou omito opiniões de forma desonesta. Você deve ter sido o primeiro. Não insinuei nada. Tenho um relacionamento muito bom com o MST. Apesar de ser um movimento pequeno-burguês, tenho profundo respeito pelo movimento. Ou você descorda que o MST seja um movimento pequeno-burguês.
Vc desviou do assunto mais uma vez, Ary.
Não fuja do tema principal proposto pelo post. Não se refugie atrás de aspectos secundários no debate.
O MST representa menos de 1% da população brasileira e quer impor uma agenda ao Brasil. Absurdo. O grande defeito do governo Lula foi ter se aliado ao lixo e ao baixo clero da política: os Sarney, o Collor, o Calheiros, o pessoal da Igreja Universal. São esses os verdadeiros donos do poder que o Lula se aliou. O PT deveria ter feito no Brasil o que fez o PS Chileno ao se alinhar com a social democracia progressista ou com a centro esquerda. Prefere fazer aliança com o que há de mais podre da política brasileira, assim como fez, também, o governo tucano de FHC. Todos os dias eu rezo para que o Brasil tenha de verdade um governo progressista de centro esquerda. E acho que nas próximas eleições, quando o Brasil vai conhecer as receitas de Dilma e de Serra vai verificar que os dois falam o mesmo idioma, a mesma lingua e compartilham da mesma ideologia. Por que eles não se casam?
Agora você me chamou de fujão! legal...Não é fuga. É opção.
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